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O Diário de Alice
© O Diário de Alice

‘O Diário de Alice’ une talentos de Portugal, Espanha e Brasil

Em ‘O Diário de Alice’, a protagonista conta-nos histórias em quatro minutos. Falámos com Diogo Viegas, o realizador desta nova série de animação, que vai estrear a 25 de Março no ZigZag da RTP2.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Como seria o diário de uma menina que adora fazer arte e contar histórias? Foi esta a premissa que fez nascer Alice, uma criança de cinco anos, que ainda não sabe escrever, mas fala que se desunha, adora desenhar e tem uma imaginação muito, muito fértil. Com realização de Diogo Viegas, O Diário de Alice é uma nova série de animação, em 2D e stop motion, que une talentos de Portugal, Espanha e Brasil. O primeiro episódio já está disponível online, na RTP Play, e o segundo teve ante-estreia no festival Monstra – a estreia na televisão está prevista para 25 de Março, no ZigZag da RTP2.

Não há nada que Diogo Viegas goste mais do que trabalhar com animação. A paixão remonta à juventude. “Sou animador desde os 17 anos”, conta. “A ideia [para O Diário de Alice] surgiu a partir de uma curta-metragem com temática ecológica, que fiz em 2009 [e que está disponível no Youtube desde 2016]. Tem pouco mais de um minuto, chama-se O Diário da Terra e é protagonizada por uma menina que nos conta como a sua vida é influenciada pelas alterações climáticas. Isso ficou na minha cabeça e chegou um ponto em que decidi criar uma série a partir dessa curta.” A estética é exactamente a mesma e a protagonista também, só que agora tem um nome: “Alice, claro.”

Com realização de Viegas, que assina a ideia, e um argumento escrito a muitas mãos, inclusive as do supervisor inglês Steve Middleton (Ziggy and the Zoo Tram), O Diário de Alice – que conta com o apoio da RTP em Portugal e da TVE em Espanha – trata-se de uma co-produção entre a portuguesa Sardinha em Lata (mais conhecida pela longa em stop motion Os Demónios do Meu Avô), a brasileira Gepetto Filmes, a espanhola Lightbox Entertainment e o produtor, também espanhol, Xosé Zapata. “A equipa portuguesa é maioritária”, revela Viegas, que ainda morava no Brasil quando conheceu o “pessoal do Sardinha”. “Inscrevi-me no [Festival de Cinema de Animação de] Annecy, para fazer um pitch, e fui seleccionado. O Nuno Beato viu lá e entrou em contacto comigo para a gente fazer uma parceria.”

A conclusão do projecto não aconteceu como previsto: atrasou cerca de dois anos por conta da pandemia. Em 2020, Viegas ainda estava a viver no Canadá e acabou por não conseguir mudar-se para Portugal nessa altura, como tinha planeado. Quando recomeçaram, demoraram cerca de dois anos. “Mas foi difícil de gerir, porque as equipas não trabalham no mesmo fuso horário, então era preciso fazer muita ginástica para conseguirmos marcar reuniões”, partilha Viegas, adiantando que a primeira temporada – que mistura muitas técnicas de animação, de 2D e stop motion até recortes – conta com 52 episódios de quatro minutos cada. “A Alice é muito agitada, está sempre inquieta e sempre buscando alguma coisa nova para fazer ou para entender ou mesmo para apresentar para a mãe dela.

No primeiro episódio, por exemplo, Alice está muito chateada por ter chegado atrasada à escola e ter perdido a sua apresentação “mega especial”, onde ia propôr trocar os carros, que provocam trânsito e poluem, por “unicarros”, unicórnios com patins. “Em quatro minutos, ela expõe de forma ingénua, mas bem vívida, o que ela pensa do mundo. Já a mãe serve de contraponto, para ver se a Alice percebe outras coisas que ela não tinha notado”, explica “O desafio foi, por um lado, conseguir apertar a ideia que a gente tem [para cada episódio] e, por outro, contar a história da mesma forma que uma criança faria, porque as crianças não são profissionais [de desenho] nem seguem regras [artísticas]. Elas experimentam. Tentei lembrar disso e do que é que eu gostava quando era criança, como escala muito a emoção, como coisas pequenas viram coisas grandes. Essa é a proposta. Tem muito a ver com explorar e o quão pode ser divertida essa forma como a criança pensa e como se expressa. Ela não sabe escrever, então ela faz arte com o que tem à mão: com lápis, com glitter, com colagens. Tudo serve.”

Se tudo correr bem, poderá haver segunda temporada. Por enquanto, além da transmissão portuguesa no ZigZag da RTP2, O Diário de Alice também vai ser transmitida na TVE, em Espanha, e na Disney+, no Brasil. “A primeira expectativa é que estes três mercados adorem Alice e peçam mais. A segunda é conseguir vender para outros mercados. A gente já tem distribuidor internacional e começou a fazer dublagem para outras línguas. Queremos percorrer o mundo.”

RTP2. Estreia do 2.º episódio: 25 Mar, Seg 07.45 (repete a 26, Ter 07.45 e 17.25). Novos episódios: Seg-Sex 07.45 e 17.25

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