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Menino da Mãe & Coro
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O Festival Rescaldo volta a mostrar tudo o que pode ser a nossa música

Durante cinco dias, entre esta quarta-feira, 15, e domingo, 19, músicos experimentais e aventureiros vão ocupar os palcos da ZDB, Damas, TBA, MAAT e St. George’s Church.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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Poucas pessoas em Portugal mostram tanta coragem na hora de programar um festival como Jorge Trindade, ou Travassos, que está à frente do Rescaldo desde 2007. Depois de uns anos de silêncio, potenciados pela pandemia mas não só, voltou à carga há cerca de um ano e outra vez agora, com a mesma vontade de mostrar tudo o que pode ser a música experimental portuguesa (e não só), ignorando e demolindo barreiras entre o rock, o jazz, a electrónica e a livre improvisação.

A edição deste ano arranca já na quarta-feira, 15, com três concertos de seguida na ZDB, todos eles difíceis de classificar e reduzir a um género musical ou sequer campo artístico, todos eles tocados a quatro mãos. Primeiro actua o duo de João Carreiro & Mariana Dionísio; depois as Poly Vuduvum, ou seja, Diana Policarpo e Marta Von Calhau!, artistas cujas carreiras transcendem em muito a música; e por fim os Bezbog, vanguardista parelha que editou o álbum Dazhbog pela Favela Discos em 2022.

Um dia mais tarde, nas Damas, Tiago Sousa, pianista, compositor e divulgador musical com uma já longa e fecunda carreira, encontra-se com a artista Joana de Sá, que se fez notar no ano passado com os loops de guitarra e sintetizador do seu disco Shatter. Depois, e pela noite dentro, vão ver-se e ouvir-se as imagens e músicas produzidas em tempo real pelos computadores de Ndr0n, Quendera e Violeta, do colectivo Not Binary Code.

Na sexta, o TBA é o palco do Festival Rescaldo. Primeiro, o compositor Cândido Lima, nascido em 1939, senta-se ao piano. Depois, vai-se assistir ao resultado de uma residência artística realizada na ADDAC de André Gonçalves, artesão de sintetizadores modulares que vai tocar ao lado da flautista Violeta Azevedo, da violinista Maria da Rocha e do percussionista César Burago. A electrónica, a folk, a composição contemporânea e o jazz mais livre vão passar por aqui, rumo ao desconhecido.

E chegamos ao sábado, dia cheio de música, que começa com um workshop para crianças intitulado “Shhhh… Bong! Piii, Zuuu! Vamos Fazer Música Concreta!”. Segue-se, à tarde, uma actuação de Vasco Mendonça & Drumming GP, que editaram recentemente Play Off pela Holuzam, e por fim um concerto inédito de Menino da Mãe & Coro. A Bernardo Bertrand, vulgo Menino da Mãe, na voz e electrónicas, juntam-se Violeta Azevedo, mais uma vez na flauta e electrónicas, o baterista Raphael Soares, e ainda Alexandra Vidal e nëss nos coros e Ricardo Martins nas percussões. Gente boa para tocar uma música que resiste e existe além da pop e do noise e do punk e das electrónicas. Livre.

E chegamos ao domingo e à St. George’s Church, lugar de culto e devoção de onde ocasionalmente brota música. No encerramento da 13.ª edição do festival, vamos escutar a electrónica minimalista e ambiental de Raw Forest e o contrabaixo de Carlos Bica, figura fundamental do jazz português, numa apresentação a solo. Vai ser especial.

Festival Rescaldo. Vários locais em Lisboa. Qua-Dom. 5€-12€.

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