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O Iminente já não é só um festival, é uma plataforma de inclusão

Festival vai realizar-se em local ainda a anunciar, entre 23 e 26 de Setembro, mas antes traz para o centro das atenções a participação de comunidades distantes das práticas de criação e fruição artísticas, através de workshops.

Sebastião Almeida
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Sebastião Almeida
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A pandemia trocou as voltas ao mundo, mas há quem continue a fazer força para que as coisas funcionem e aconteçam. É o caso do Iminente, o festival de música e arte urbana criado pelo artista Vhils, em 2016, e que desde o ano passado transformou o modelo de realização para dar resposta às restrições impostas pela pandemia. Este ano, o evento vai mais longe, dando forma à identidade criada nas últimas edições. O festival acontece entre 23 e 26 de Setembro, desta vez num local a anunciar, mas caminha cada vez mais para ser uma plataforma “de promoção da cultura urbana que pretende aproximar as comunidades dos seus territórios”, diz Carla Cardoso, directora do festival, à Time Out.

Se na edição de 2020 a Oficina Iminente – uma iniciativa de promoção de workshops e de intervenções artísticas veio desbravar caminho para a criação de novos espaços de trabalho para artistas estabelecidos e em formação –, este ano a tónica é posta na “aproximação das comunidades da cidade à produção artística contemporânea”. O trabalho iniciado em 2020 junto de quatro bairros da cidade, habitualmente afastados da fruição e produção artística, ganham agora palco. E começa já em Junho, prolongando-se até ao início do festival, em Setembro. Fruto de uma parceria com a Fundação Aga Khan, os moradores da Quinta do Lavrado (antiga Curraleira), do Bairro do Rego, da Quinta do Loureiro (no vale de Alcântara) e da Alta de Lisboa irão “conceber, desenvolver e implementar, em conjunto com os autores convidados, uma série de intervenções urbanas”, lê-se no comunicado enviado pela organização.

São, ao todo, 16 os artistas – de áreas tão diversas quanto as artes plásticas, música, arquitectura, design, cinema ou performance – responsáveis pelo desenvolvimento de workshops que “reflectem temas e questões de relevância para os bairros, envolvendo os seus habitantes nas diferentes fases do processo artístico e dinamizando exercícios de exploração criativa”. A ideia, reforça Carla Cardoso à Time Out, é que “os trabalhos feitos possam ser vistos nas ruas de Lisboa para dar visibilidade aos habitantes destes bairros invisíveis”. Desses 16 workshops dirigidos por nomes como os El Warcha -Atelier Social e Comunitário, os Furo - Atelier Arquitectura, o colectivo E-DA / Ensaios & Diálogos Associação, ou o Colectivo Warehouse, na área da arquitectura; Herberto Smith, Bruno Mantraste ou Confere nas artes visuais, Pedro Pinho e Luísa Homem no cinema, Tristany na música, chegarão às ruas da capital 12 criações que espelham o resultado dessa ligação.

A última etapa desta colaboração comunitária acontecerá durante os dias do festival, no qual alguns dos criativos convidados para a coordenação dos workshops serão desafiados a criar intervenções que figurem na sua programação. "É feito o encontro entre artistas mainstream, outros mais desconhecidos e a comunidade”, resume a directora. Sobre o festival, o cartaz completo será anunciado no final de Junho, garante Carla Cardoso. “Por agora, queremos que as pessoas saibam que há um festival e que há um trabalho importante com estes bairros a ser feito”, refere. Questionada sobre os moldes em que o Iminente irá decorrer, a directora do evento garantiu que será “um festival o mais normal possível” e que está “optimista que as regras [de organização de eventos] no final de Setembro permitam algo mais aproximado do que conhecíamos antes da pandemia”.

O festival que caminha para a sexta edição é co-organizado com a Câmara Municipal de Lisboa e tem curadoria artística da Galeria Underdogs.

*Ao contrário do que foi inicialmente publicado, o festival Iminente não irá realizar-se no Panorâmico de Monsanto. O local da edição deste ano ainda será anunciado. 

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