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Restaurante Único
Fotografia: Francisco Romão PereiraRestaurante Único

O novo restaurante do CCB é Único, inclusivo e sazonal

No Único, a comida é criada a partir daquilo que se colhe em cada estação. E o que se colhe é quase tudo mérito da Semear, um negócio inclusivo e sustentável.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Legumes biológicos, fruta da época, ovos do campo, café torrado, pão de fermentação lenta e pratos para todos, desde o pequeno-almoço ao lanche ajantarado, feitos sempre com respeito pela terra e pelas pessoas. Assim se apresenta o novo restaurante do Centro Cultural de Belém (CCB). É Único, de conceito e de nome, e quer-se inclusivo e sustentável, como o programa Semear, que se assume como a sua espinha dorsal.

“Temos uma academia, a Semear, que apoia jovens e adultos com DID [dificuldades intelectuais e do desenvolvimento], nomeadamente através da formação e integração no mercado de trabalho. Um dos nossos três negócios sociais é uma exploração agrícola em Oeiras, de onde vêm muitos dos ingredientes biológicos usados nos pratos do chef Diogo Coimbra”, diz Raquel Monteiro, da Associação BIPP – Inclusão para a Deficiência, que se juntou ao restaurante Este Oeste e ao CCB para fazer este novo projecto.

Mercearia Gourmet Semear
Fotografia: Francisco Romão PereiraMercearia Gourmet Semear, no Único, no CCB

Além da mencionada produção hortícola biológica, o programa da IPSS, que conta com mais de meia centena de formandos e uma taxa de empregabilidade elevada, desenvolve dois outros projectos inclusivos, uma mercearia gourmet e uma marca de cerâmica, também presentes neste restaurante. Decorado em tons terra e pastel, com mobiliário em madeira, o restaurante também lhes serve de montra, com “mesas de exposição”, recheadas de temperos, azeites, doces, geleias e chutneys; bem como de várias peças de louça única, como quem diz artesanal, funcional ou decorativa. “Queremos expôr o bom trabalho que as pessoas com DID fazem. É uma forma de dar a conhecer as suas competências e, por outro lado, com a venda, estamos também a financiar a sua formação e processo de aprendizagem através da criação de mais postos de trabalho.”

tacos
Fotografia: Francisco Romão PereiraTacos Único (8€), no Único, no CCB

Quanto à carta, como seria de esperar, conta com pratos ricos em legumes e verduras. Destaca-se, por exemplo, o taco Único (8€), recheado com funcho, cenoura, tomate, alho francês e acelga, com peperoncino, cebola frita, amêndoa e queijo creme. Há ainda uma lasanha de vegetais da Semear (9,5€), duas versões de poke (10€-12€), ambas com diferentes verdes, como edamame, couve coração ou favas, e até uma pizza alla pala, a Verdure (7,5€), carregadinha de ingredientes saudáveis, como tomate, courgette, beringela, pimento vermelho e cebola roxa – ainda que, para felicidade dos mais lambões, não lhe falte provola affumicata (é tanta que, ao separarmos as fatias, se criam finas e vistosas pontes de queijo).

Pizza Verdure
Fotografia: Francisco Romão PereiraPizza Verdure (7,5€), no Único, no CCB

“Não diria 100%, mas uns 75% dos legumes vêm da Semear”, assegura o chef e mestre pizzaiolo Diogo Coimbra, com cartas dadas na Mercantina, antes de nos confessar o prazer que lhe deu criar a tosta desfeita (14€). “É de broa de milho, com húmus de grão, bacalhau confitado, rabanete e cebola. Trata-se de uma desconstrução da meia-desfeita, um prato tipicamente português, lisboeta até, que agora chega à mesa numa versão para brunch. Para nós fazia sentido termos brunch, porque fazemos pão todos os dias e torramos o nosso próprio blend de café, mas queríamos de facto uma coisa única. Apesar de se encontrar na lista de opções para almoço, também se enquadra nessa lógica de comfort food.”

Tosta desfeita
Fotografia: Francisco Romão PereiraTosta desfeita (14€), no Único, no CCB

Se não quiser pedir à carta, há dois menus de brunch individuais (11,5€-12,5€) e outro para duas pessoas (25€), que incluem opções como ovos mexidos, com salmão curado em pão de centeio; carpaccio de beterraba (também disponível avulso, por 7,5€); e iogurte grego com granola de chocolate e lascas de coco. A acompanhar, conte ainda com uma selecção de pão caseiro, compotas da Semear, feitas a partir de excedentes de produtores de todo o país, e queijos. “Temos um fresco maravilhoso, um aveludado e até o primeiro queijo azul português, da I’m Cheese, com quem também tenho um enorme prazer em trabalhar, porque os queijos deles são mesmo incríveis; e até estão a criar um tamanho especial para nós”, revela o chef à Time Out.

Brownie
Fotografia: Francisco Romão PereiraBrownie (5€), no Único, no CCB

Na hora de matar a sede, as opções são as que se encontram normalmente num espaço de cafetaria, do sumo de laranja (12€), aos sumos do dia (6€) e limonada (8€). Há ainda cinco referências vínicas, todas biológicas, para beber a copo (4,5€-5€); e cerveja artesanal 2 Corvos (3,5€-4,5€). Já no campeonato das sobremesas fica mais difícil escolher. Além de gelados (3,5€), há tiramisú (5€), profiteroles (5€), com laranja, cenoura e chocolate negro; e, talvez aquela que possa vir a ser a estrela da casa, o brownie (6€), servido com gelado de leite de coco e gengibre.

Centro Cultural de Belém, Centro de Congressos e Reuniões – Piso 1. Seg-Sex 09.00-18.00, Sáb-Dom e feriados 10.00-18.00

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