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Legumes biológicos, fruta da época, ovos do campo, café torrado, pão de fermentação lenta e pratos para todos, desde o pequeno-almoço ao lanche ajantarado, feitos sempre com respeito pela terra e pelas pessoas. Assim se apresenta o novo restaurante do Centro Cultural de Belém (CCB). É Único, de conceito e de nome, e quer-se inclusivo e sustentável, como o programa Semear, que se assume como a sua espinha dorsal.
“Temos uma academia, a Semear, que apoia jovens e adultos com DID [dificuldades intelectuais e do desenvolvimento], nomeadamente através da formação e integração no mercado de trabalho. Um dos nossos três negócios sociais é uma exploração agrícola em Oeiras, de onde vêm muitos dos ingredientes biológicos usados nos pratos do chef Diogo Coimbra”, diz Raquel Monteiro, da Associação BIPP – Inclusão para a Deficiência, que se juntou ao restaurante Este Oeste e ao CCB para fazer este novo projecto.
![Mercearia Gourmet Semear](https://media.timeout.com/images/105899590/image.jpg)
Além da mencionada produção hortícola biológica, o programa da IPSS, que conta com mais de meia centena de formandos e uma taxa de empregabilidade elevada, desenvolve dois outros projectos inclusivos, uma mercearia gourmet e uma marca de cerâmica, também presentes neste restaurante. Decorado em tons terra e pastel, com mobiliário em madeira, o restaurante também lhes serve de montra, com “mesas de exposição”, recheadas de temperos, azeites, doces, geleias e chutneys; bem como de várias peças de louça única, como quem diz artesanal, funcional ou decorativa. “Queremos expôr o bom trabalho que as pessoas com DID fazem. É uma forma de dar a conhecer as suas competências e, por outro lado, com a venda, estamos também a financiar a sua formação e processo de aprendizagem através da criação de mais postos de trabalho.”
![tacos](https://media.timeout.com/images/105899599/image.jpg)
Quanto à carta, como seria de esperar, conta com pratos ricos em legumes e verduras. Destaca-se, por exemplo, o taco Único (8€), recheado com funcho, cenoura, tomate, alho francês e acelga, com peperoncino, cebola frita, amêndoa e queijo creme. Há ainda uma lasanha de vegetais da Semear (9,5€), duas versões de poke (10€-12€), ambas com diferentes verdes, como edamame, couve coração ou favas, e até uma pizza alla pala, a Verdure (7,5€), carregadinha de ingredientes saudáveis, como tomate, courgette, beringela, pimento vermelho e cebola roxa – ainda que, para felicidade dos mais lambões, não lhe falte provola affumicata (é tanta que, ao separarmos as fatias, se criam finas e vistosas pontes de queijo).
![Pizza Verdure](https://media.timeout.com/images/105899596/image.jpg)
“Não diria 100%, mas uns 75% dos legumes vêm da Semear”, assegura o chef e mestre pizzaiolo Diogo Coimbra, com cartas dadas na Mercantina, antes de nos confessar o prazer que lhe deu criar a tosta desfeita (14€). “É de broa de milho, com húmus de grão, bacalhau confitado, rabanete e cebola. Trata-se de uma desconstrução da meia-desfeita, um prato tipicamente português, lisboeta até, que agora chega à mesa numa versão para brunch. Para nós fazia sentido termos brunch, porque fazemos pão todos os dias e torramos o nosso próprio blend de café, mas queríamos de facto uma coisa única. Apesar de se encontrar na lista de opções para almoço, também se enquadra nessa lógica de comfort food.”
![Tosta desfeita](https://media.timeout.com/images/105899601/image.jpg)
Se não quiser pedir à carta, há dois menus de brunch individuais (11,5€-12,5€) e outro para duas pessoas (25€), que incluem opções como ovos mexidos, com salmão curado em pão de centeio; carpaccio de beterraba (também disponível avulso, por 7,5€); e iogurte grego com granola de chocolate e lascas de coco. A acompanhar, conte ainda com uma selecção de pão caseiro, compotas da Semear, feitas a partir de excedentes de produtores de todo o país, e queijos. “Temos um fresco maravilhoso, um aveludado e até o primeiro queijo azul português, da I’m Cheese, com quem também tenho um enorme prazer em trabalhar, porque os queijos deles são mesmo incríveis; e até estão a criar um tamanho especial para nós”, revela o chef à Time Out.
![Brownie](https://media.timeout.com/images/105899598/image.jpg)
Na hora de matar a sede, as opções são as que se encontram normalmente num espaço de cafetaria, do sumo de laranja (12€), aos sumos do dia (6€) e limonada (8€). Há ainda cinco referências vínicas, todas biológicas, para beber a copo (4,5€-5€); e cerveja artesanal 2 Corvos (3,5€-4,5€). Já no campeonato das sobremesas fica mais difícil escolher. Além de gelados (3,5€), há tiramisú (5€), profiteroles (5€), com laranja, cenoura e chocolate negro; e, talvez aquela que possa vir a ser a estrela da casa, o brownie (6€), servido com gelado de leite de coco e gengibre.
Centro Cultural de Belém, Centro de Congressos e Reuniões – Piso 1. Seg-Sex 09.00-18.00, Sáb-Dom e feriados 10.00-18.00
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