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Pátio das Antigas, Lisboa Antiga, Hotel Bragança
©DRHotel Bragança

O Pátio das Antigas: Eça jantou aqui

Coisas e loisas da Lisboa de outras eras

Escrito por
Eurico de Barros
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O Hotel Bragança foi o mais luxuoso de Lisboa e lá jantavam os Vencidos da Vida, de que faziam parte Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro. Fechou em 1911.

Imortalizado em Os Maias, o Hotel Bragança (também conhecido por Braganza), no seu tempo o melhor e mais caro de Lisboa, não se limitou a ser referido por Eça de Queiroz nas suas ficções. Era também um dos locais em que se reunia semanalmente para jantar o grupo dos Vencidos da Vida, do qual faziam parte, além do autor de A Cidade e as Serras, e entre outros, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Lima Mayer ou o Conde de Ficalho. Recebeu, entre outros hóspedes ilustres, Lorde Byron, Maria Rattazzi, a autora do controverso livro Portugal de Relance, e muita realeza internacional, bem como políticos, diplomatas e artistas. Chegou a ter cabeleireira e barbeiro próprios, assim como uma câmara escura para hóspedes que se dedicassem à fotografia amadora.

Com entrada pela Rua Vítor Cordon (antiga Rua do Ferragial de Cima) e vista para o Tejo sobre o Largo do Corpo Santo, o estabelecimento começou por ser a Hospedaria Braganza, no início do século XIX, num prédio pertencente à Casa de Bragança. Entre 1877 e 1911, foi explorado por Victor Carlos Sassetti, o dono do prestigiado Hotel Victor, em Sintra. Depois do seu fecho, estiveram lá instaladas as Companhias Reunidas de Gás e Electricidade, entre 1915 e 1966; e, após o 25 de Abril, a Universidade Livre. Hoje, o hotel onde Eça e Ramalho jantaram e pilheriaram alberga apartamentos de luxo.

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