A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
Pátio das Antigas, Lisboa Antiga, Café Restaurante Royal
©DRCafé Restaurante Royal,

O Pátio das Antigas: O café dos espiões

Coisas e loisas da Lisboa de outras eras

Escrito por
Eurico de Barros
Publicidade

Sobretudo durante a I Guerra Mundial, o desaparecido Café Restaurante Royal, situado no Cais do Sodré, era muito frequentado por espiões das partes em conflito.

Inaugurado em 1904 no Cais do Sodré, por baixo de uma companhia de seguros e onde havia estado antes uma alfaiataria chique, o Café Restaurante Royal ficou conhecido pelo seu alpendre em ferro forjado e vidro, pelos interiores, de estilo Arte Nova, e pelos painéis de azulejo. E muito especialmente por ter sido, durante a I Guerra Mundial, frequentado por espiões das partes beligerantes em busca de informações e indiscrições, assim como por gente suspeita de várias nacionalidades e ligada a actividades ilegais como o mercado negro ou o contrabando de divisas.

Pela sua localização, o Royal era um poiso eleito por marinheiros, tripulantes de barcos e espiões, quer do lado aliado, quer do lado alemão. O que ao tempo até lhe valeu o nome de “café dos espiões”. O mesmo sucederia anos mais tarde, durante a II Guerra Mundial, embora já não com a relevância dos tempos do conflito de 1914-1918.

Os artistas e intelectuais elegeram também o Royal como local de convívio, tendo por lá passado Columbano e Rafael Bordalo Pinheiro, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Gago Coutinho, Cunha Leal, Lopes Graça, Mário Cesariny ou Reinaldo Ferreira, o célebre Repórter X, que tinha o hábito de ir para lá escrever e que o referiu em vários dos seus textos. No início da década de 60, e como sucedeu a muitos outros cafés históricos de Lisboa, o Royal acabou por fechar.

Lisboa de outras eras:

+ O Pátio das Antigas: Uma avenida a estrear

+ O Pátio das Antigas: O café elegante do Chiado

+ O Pátio das Antigas: Self-service de modernidade

Últimas notícias

    Publicidade