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Pátio das Antigas, Lisboa Antigas, II Corridas no Campo Grande (1931)
©DRII Corridas no Campo Grande (1931)

O Pátio das Antigas: Prego a fundo no Campo Grande

Há 90 anos, o II Circuito do Campo Grande atraiu ao local muitos milhares de pessoas para verem as provas de automóveis e motos, naquela que era então a única pista de corridas do género existente em Lisboa.

Escrito por
Eurico de Barros
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Durante os primeiros anos da década de 30 do século passado, o Campo Grande foi palco de animadas corridas de automóveis e de motos. No dia 3 de Abril de 1932, faz agora 90 anos, disputou-se o II Circuito do Campo Grande, ao mesmo tempo que a feira que se realizava no local desde há muito era transferida para o Lumiar, saindo dali de vez o gado e os comerciantes que, temiam alguns, poderiam eventualmente perturbar o decorrer das provas. Isto embora o I Circuito, disputado no ano anterior, tivesse decorrido sem qualquer problema.

Pátio das Antigas, Lisboa Antigas, II Corridas no Campo Grande (1931)
©DR

Organizado pelo Automóvel Clube de Portugal (ACP) e promovido pelo Governador Civil de Lisboa, o II Circuito do Campo Grande foi, segundo a imprensa da época, “muito concorrido e alvo do maior interesse popular, bem como da nossa melhor sociedade, mesmo apesar da chuva que caiu durante parte das provas. Todos quiseram ver as proezas dos ‘ases’ do volante que se apresentaram à competição, nos seus velozes Delage, Ford, Bugatti, Lancia ou Chrysler, entre outros impressionantes bólides.” As receitas reverteram a favor da Assistência Pública de Lisboa, para ajuda dos pobres e de instituições de caridade. Alguns dias antes, no domingo de Páscoa, havia-se disputado neste mesmo circuito o IV Quilómetro de Arranque.

Esta pista era a única que existia na altura na capital para provas de automóveis e motos. A prova consistia numa série de corridas das várias classes presentes, com prémios para os líderes aos 20 e 40 minutos. Havia ainda um concurso de elegância automóvel, em que se distinguiram, de acordo com o jornal O Século, “várias das nossas mais talentosas e encantadoras actrizes, como é o caso de Luísa Satanela e Corina Freire, sempre sorridentes e bem-dispostas, muito aplaudidas pelo mesmo público que as vai aclamar aos theatros”.

Ainda segundo O Século, durante uma das provas, “deu-se um susto, quando se atravessou na pista o Salmson do Sr. Arnaldo Crespo, felizmente sem consequências para piloto, carro ou espectadores”. Na categoria Corrida, o vencedor, Arnaldo Crespo, ao volante de um Ford com combustível Vacuum e pneus Englebert, atingiu a bonita média de 100,195 km/h. Eram os tempos da vertigem da velocidade entre o verde do Campo Grande.

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