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O que esperar da próxima temporada no São Luiz

Escrito por
Miguel Branco
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2018-2019 é do São Luiz. Ou seja, é de todos nós. No próximo ano o São Luiz celebra 125 anos. Falámos com a directora artística, Aida Tavares, sobre o que tem de estar atento na temporada que aí vem.  

É Agosto e as bilheteiras estão encerradas, os teatros repousam. Bom, o São Luiz nem tanto, pelo menos a avaliar pelos andaimes espalhados pelo edifício. Isso e a disponibilidade da directora artística, Aida Tavares, para antecipar uma temporada que se avizinha especial. É que a 22 de Maio de 2019 o São Luiz celebra 125 anos e há, naturalmente, muita programação específica. É também o último ano deste mandato de Aida, que acaba em Fevereiro. Puxe do lápis e sublinhe o que lhe interessa.

125 anos de São Luiz

São anos e anos de arte. 125, mais precisamente. E no São Luiz essas velas estarão acesas durante todo o ano de 2019, isto é, atravessam as duas próximas temporadas do teatro municipal. A programação terá vários moldes e abordagens. Uma delas, garantia de Aida Tavares, é a maior aposta em espectáculos portugueses: “Temos bastantes encomendas que têm que ver com essa relação com os 125 anos.” O Teatro Praga vai fazer um espectáculo musical a apresentar de 10 a 19 de Maio, onde vai recuperar a memória do teatro, não só do São Luiz , mas  do teatro em geral. 

Outro episódio que será um dos destaques da temporada é Ocupação, espectáculo do Teatro do Vestido, de Joana Craveiro: “A Joana Craveiro vai fazer um espectáculo onde vai ocupar todas as salas do edifício e que vai reflectir sobre a importância deste teatro, também pela proximidade com a sede da PIDE. Isto da noite de 24 de Abril ao dia 30 de Abril, nas vésperas do 1º de Maio, um período muito importante do processo revolucionário em Portugal”, esclarece. 

Já sobre a aproximação do fim do seu mandato, Aida Tavares  diz-se satisfeita: “Há dois ou três eixos da programação a que me propus nestes quatro anos e acho que os cumpri. O segmento da programação Mais Novos não existia. A internacionalização também não, neste momento somos co-produtores de vários espectáculos internacionais.Temos tido crescimento de público, portanto sim, estou satisfeita com o projecto.”

O Porto e a velha guarda

Apontando agora mais para a programação que arranca em Setembro, o São Luiz começa com dois espectáculo do Ao Cabo Teatro, estrutura liderada por Nuno Cardoso, que vai encenar Timão de Atenas, de Shakespeare, de 13 a 23 de Setembro, bem como Apeadeiro, a 14, 15 e de 20 a 22 de Setembro. Já  de 28 a 30 de Setembro, Luís Araújo, também do Ao Cabo, encena Pulmões, do britânico Ducan Macmillan, naquilo que pode ser visto como um momento Ao Cabo Teatro no São Luiz, ou do Porto em Lisboa: “Interessa-me esta relação com o Porto, tu permitires que companhias fora do circuito da cidade possam apresentar aqui”, explica a programadora. 

A mesma pessoa que garante que este é um ano para voltar a puxar a cadeira para alguns criadores essenciais do teatro português, uma espécie de nostalgia em ano de aniversário: “São companhias que há muito tempo não passavam por aqui, como O Bando, o Teatro Meridional, a Escolha de Mulheres. No fundo, trazer alguma da velha guarda para um ano com este peso. Um teatro como o São Luiz deve apresentar estas pessoas.”

Música e dança

Não é que o leitor não soubesse, mas achamos que devemos repetir: o São Luiz não é só teatro. O mandato de Aida Tavares tem sido também rico em espectáculos de dança, de gente como Clara Andermatt, Victor Hugo Pontes e Marco da Silva Ferreira, que também voltam em 2018-19. 

E que é mais o São Luiz então? É música. E aí há concertos de Mário Laginha, Aline Frazão, há o festival Misty Fest e, a grande novidade, o surgimento do Festival de Jazz de Lisboa no lugar da Festa do Jazz, decisão tomada por Aida Tavares: “Decidi acabar porque teve quinze anos e fez um trajecto que achei que tinha que ter o seu fim. E agora vamos retomar com o Festival de Jazz de Lisboa com o Hot Clube, numa relação de proximidade com as escolas e com os alunos por si escolhidos, tal como já acontecia na Festa do Jazz, essa relação mantém-se. E a grande diferença é que não é só dedicado ao jazz português, há uma dimensão internacional”. Sublinhou? 

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