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O que pode esperar ainda de 'Destemidas', a série que levantou polémica na RTP2

Estreou-se em Março, mas só na semana passada deu nas vistas, depois das queixas por causa do episódio sobre a feminista lésbica Thérèse Clerc. Dizemos-lhe o que ainda pode esperar de 'Destemidas'.

Escrito por
Clara Silva
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Foi o episódio 19 da série francesa Destemidas – no original Culottées – que indignou alguns pais e motivou várias queixas ao Provedor da RTP. De tal maneira que na semana passada a série foi retirada do Zig Zag, plataforma com conteúdos para miúdos até aos 14 anos, gerando outra onda de indignação com acusações de censura ao canal.

Teresa Paixão, directora de programas da RTP, ressalvou que a série não foi cancelada e continua a ser emitida na RTP2 e no RTP Play. “O episódio sobre Thérèse Clerc foi temporariamente suspenso do espaço Zig Zag porque reconhecemos que a linguagem utilizada no que diz respeito ao aborto não era a mais apropriada para o público alvo (10-13 anos) e voltará assim que estiver feita a dobragem”, explicou.

São apenas 3 minutos e 25 segundos de animação sobre a vida de Thérèse Clerc, activista dos direitos das mulheres, que se destacou na luta pela legalização do aborto. Thérèse deixou o marido, foi viver com uma mulher (há um beijo que também motivou algumas queixas) e acolheu várias raparigas que abortavam clandestinamente no seu apartamento nos subúrbios de Paris.

Não é a primeira vez que a história causa polémica. Na Polónia, a editora da banda desenhada de Pénélope Bagieu, que inspirou a série, também tentou que a parte de Clerc fosse retirada do livro. Não conseguiu. Originalmente, as histórias foram publicadas no site do jornal francês Le Monde, até serem compiladas num livro de banda desenhada.

A própria autora da BD, que em Portugal ganhou uma tradução em 2018, Destemidas – Mulheres Que Só Fazem O Que Querem, publicada pela Levoir, também se pronunciou no Twitter sobre a decisão da RTP: “Na realidade, assusta-me que um canal de televisão pública ceda a este tipo de argumentos.”

O que ainda lá vem

Destemidas, com 30 episódios, exibe “histórias de mulheres excepcionais, ousadas e decididas que fizeram o que quiseram e lutaram pelos seus sonhos”, lê-se no site do canal. A série estreou-se em Março na RTP2, para celebrar o Dia Internacional da Mulher, e voltou a ser exibida em Junho, desta vez sem passar despercebida.

Os episódios vão aparecendo no RTP Play à medida que são exibidos na RTP2 (de segunda à sexta, num horário nem sempre definido, mas normalmente por volta das 11.30). Por enquanto, há 25 disponíveis, mas esta semana novos episódios virão.

Na quarta, o programa foi dedicado à norte-americana Cheryl Bridges, pioneira no atletismo feminino nos anos 60. Na quinta-feira, a vulcanologista francesa Katia Krafft, que morreu em 1991 na erupção do Monte Unzen, é o centro das atenções. O episódio de sexta-feira é sobre a cantora funk Betty Davis, que é muito mais do que a mulher de Miles Davis, como habitualmente é retratada. Na segunda, 6, conta-se a história da rainha angolana Nzinga e da sua luta contra o esclavagismo dos colonizadores portugueses. Por último, na terça, o episódio centra-se na rapper e activista do Afeganistão Sonita Alizadeh, uma voz contra os casamentos forçados no país.

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