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Mosaico com Barco, Lisboa, Calçada de Santa Apolónia ,18
©DRCalçada de Santa Apolónia ,18

O Rossio na Betesga: Navegação em seco

Em muitos edifícios da cidade é habitual encontrar-se pequenas esculturas de barcos, mas sabe o que significam?

Helena Galvão Soares
Escrito por
Helena Galvão Soares
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Por todas as razões e mais alguma, Lisboa é uma cidade de barcos. E não são só os que andam ou andaram no rio. Há os que navegam nas paredes da cidade. O mais reconhecível é a barca dos corvos de São Vicente, brasão oficial da cidade desde a década de 30 do século XX, com um desenho possivelmente inspirado no do chafariz de Andaluz, de 1374, o mais antigo da cidade.

Em edifícios públicos é comum encontrar-se a barca dos corvos, mas, pelas ruas da antiga cidade ribeirinha, de Alcântara ao Beato, encontramos outras embarcações. O Museu da Cidade explica: “A partir de então [século XVI], as embarcações passam a obedecer ao gosto de cada época (...) – por influência da expansão marítima, a barca medieval é substituída pela nau dos descobrimentos ou pelo galeão e, já no séc. XIX, pela fragata ou outros navios de guerra.”

Mosaico com Barco, Lisboa, Chafariz de Andaluz (1374)
©DR

Mas e para que serviam estas pequenas esculturas? Vemo-las sucederem-se em prédios populares, como acontece em Alcântara, na Rua Prior do Crato (40-75) e na Presidente Arriaga (124-172). Por essa net fora, abundam teorias: seriam casas de mercadores, de navegadores, de velhos lobos do mar. O Museu da Cidade afirma que assinalam edifícios de propriedade camarária. Essa explicação contudo não parece aplicável quando na placa surgem iniciais que nada têm a ver com o município, como é o caso do “C. J. S.” do barco da Calçada de Santa Apolónia. A história destes barcos parece ainda não estar completamente desvendada.

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