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Depois da letargia, a noite de Lisboa acorda com boas notícias. O Sónar vai ter uma edição alfacinha no próximo ano, marcada para 8, 9 e 10 de Abril. A organização do festival ainda pensou que pudesse acontecer em Outubro de 2021, mas Abril de 2022 parece uma data mais segura. “Começámos a trocar umas bolas com Barcelona há um ano, um ano e tal”, conta João Wengorowius Meneses, mentor da edição portuguesa. “Acabou por ser bem recebido do lado de lá.”
O festival começou em Barcelona em 1994 mas tem sido franchisado para várias partes do mundo. “Já aconteceu mais de 60 vezes em dezenas de cidades do mundo: Tóquio, Buenos Aires, Cidade do México, Nova Iorque, Londres, Atenas, Istambul, São Paulo... Em Lisboa vai acontecer pela primeira vez.” Sendo um festival de “música, criatividade e tecnologia”, a cidade tinha todas as condições para ter a sua própria edição.
“Senti que Lisboa estava num momento em que faria sentido uma aposta destas, que seria enriquecedor para a cidade”, diz João. A sua experiência nos últimos anos conjuga as várias áreas do festival, “a dimensão da música, das indústrias criativas” e as “start-ups tecnológicas”. Foi isso que o fez ter “confiança para disparar esse primeiro e-mail sem parecer maluquinho.” A resposta não podia ter sido melhor. “Essa ‘Lisbon calling’ entusiasmou muito Barcelona.”
Na versão catalã, o festival mistura concertos e DJ sets em dois momentos distintos (durante o dia e durante a noite), além de incluir conferências, talks e workshops. Aqui, “vamos ter uma experiência de cidade diferente”, adianta o organizador. “Em Barcelona é um festival mais concentrado numa única localização. Em Lisboa vai estar espalhado pela cidade, por várias venues, desde o Cais do Sodré [onde será o Sónar Village] ao Hub Criativo do Beato, ao Coliseu, Pavilhão Carlos Lopes ou CCL [Centro de Congressos de Lisboa]. A edição alfacinha dará também uma “importância especial” à arte contemporânea e digital e terá uma edição temática, dedicada à sustentabilidade.
A parte musical seguirá a mesma linha do Sónar catalão (para a edição de Barcelona, em Junho de 2022, estão já confirmados os Chemical Brothers), mas os nomes do cartaz português só serão revelados no final do Verão. Quanto à curadoria, do “advisory board” nacional fazem parte, por exemplo, Branko e Rui Vargas. “Estamos a peneirar o que é emergente em Lisboa e a perceber o que é que gostávamos de pôr na montra para o mundo”, adianta João.
Apesar de ainda não haver cartaz, o primeiro lote de bilhetes (a 95 euros) foi posto à venda a semana passada – e já esgotou. A ideia é envolver, ao longo dos três dias de festival, cerca 25 mil pessoas, com uma percentagem elevada de estrangeiros. “O early bird confirma isso. Tivemos bastantes aquisições de bilhetes a partir da Europa Central e do Norte.”
Em Barcelona, o festival costuma mexer com a cidade inteira, com várias festas paralelas e até um OFFSónar. “Vemos isso com bons olhos”, diz o organizador. “Mas seria também interessante articularmos algumas dessas iniciativas para que não sejam descaracterizadoras do que é a experiência de Sónar e de Lisboa. [O festival] pode alargar-se a outras venues, a clubes da cidade, até porque queremos envolver as comunidades de criativos da noite.”
O segundo lote de bilhetes para o Sónar Lisboa 2022 está à venda aqui, a 118 euros.
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