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monsanto, keil do amaral, vista do rio
©Arlindo CamachoParque Florestal de Monsanto

O turismo de Lisboa cresce para Monsanto

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Depois da Casa do Presidente, há outros alojamentos a caminho. Mas nem tudo o que está previsto para o pulmão da cidade servirá para pernoitar à sombra.

Monsanto é uma floresta artificial e um parque projectado pelo arquitecto Keil do Amaral. Não é obra da natureza. A maioria das árvores que hoje cobre o parque começou a ser plantada no final da década de 30. Hoje, mais de 80 anos depois, Monsanto continua a adaptar-se à vida da cidade. E a Câmara Municipal de Lisboa reservou alguns parágrafos do Orçamento Municipal para 2020 (e algum dinheiro) para a sua ininterrupta revitalização. Mas o alojamento local vai ganhar terreno.

O documento aprovado pelo executivo de Fernando Medina prevê a “continuação da qualificação do que resta do património devoluto, em especial das antigas casas de função”, no Parque Florestal de Monsanto. O que significa que, após a reabilitação de espaços degradados como a Serafina, o Calhau, Montes Claros, a Quinta da Fonte e o Alvito, estão em fase de conclusão as recuperações e aproveitamento do antigo Aquaparque e da Quinta da Pimenteira, avança fonte do município à Time Out.

As intervenções estão a ser feitas à medida que as estruturas vão sendo desocupadas. Algumas delas “já integraram o concurso da Quinta da Pimenteira e que se destinarão a turismo”, num concurso que ocorreu em 2015 e do qual saiu vencedor o Grupo SC. Esse foi o concurso em que a já famosa Casa do Presidente da Câmara de Lisboa foi concessionada e transformada em Alojamento Local, assim como duas casas de guardas florestais e a zona envolvente do Moinho do Penedo. (A antiga residência oficial de presidentes da Câmara na Estrada do Penedo está disponível para alugar desde Agosto de 2018 e é um luxo. Simulámos uma reserva para um quarto duplo para duas noites, 8 a 10 de Dezembro, e fica pela módica quantia de 1708€.)

Na Quinta da Pimenteira está a ser desenvolvido o Lisbon Eco Monsanto, um complexo turístico de “cariz bucólico” cujo projecto está nas mãos do S+A (Saraiva + Associados). Segundo o ateliê de arquitectura, o empreendimento inclui um hotel de pequena/média dimensão, um restaurante construído de raiz, oito bungalows em madeira e uma extensão de 16 quartos. Os tanques e outras estruturas da quinta serão reaproveitados. E o design decorativo está a cargo de Nini Andrade da Silva.

O futuro também é das crianças

O plano para o Parque Florestal de Monsanto foi apresentado pela autarquia em 2010 e incluía a utilização de casas e equipamentos vazios ou sem uso público para actividades de ecoturismo. O documento fazia o levantamento das casas dos guardas florestais: 23 moradias com guardas no activo; 13 moradias com guardas florestais reformados; dez desocupadas; e quatro moradias cedidas a entidades privadas.

Mas nem todas as antigas casas de função serão destinadas a turismo e está em preparação uma hasta pública para outras casas que terão um futuro mais educativo: “o destino será relacionado com o ensino pré-escolar e actividades e ocupação de tempos livres de crianças e jovens em que o ambiente florestal e a relação com a natureza assumem especial relevância para a escolha”, adianta a câmara.

Tráfego controlado

A “acalmia de tráfego” é outro dos projectos que o município tem vindo a desenvolver no Parque Florestal de Monsanto há já alguns anos, como parte de um conjunto de obras na rede viária do parque que passa pela qualificação de vários trilhos pedonais, pela melhoria da segurança na circulação dos transportes que o atravessam ou pela adequação dos limites de velocidade tendo em conta as características do espaço verde, como aconteceu recentemente nos cruzamentos das estradas da Serafina e do Barcal com a Av. 24 de Janeiro e da Estrada do Alvito com a Alameda Keil Amaral (Nascente). Na reunião de Câmara de 14 de Novembro foi aprovada uma proposta para mais uma empreitada no parque florestal chamada “Soluções de acalmia de tráfego no Parque Florestal de Monsanto – Bloco A”, que ainda será submetida ao crivo da Assembleia Municipal de Lisboa.

Habitar a antiga pedreira

À margem das concessões e dos planos camarários, e nos limites de Monsanto, está a nascer um megaprojecto na antiga pedreira do Alvito. Chama-se Encosta da Tapada e representa um investimento total de 300 milhões de euros que será feito pelo grupo chinês EMGI Group. A obra começa em 2020 e, se tudo correr como planeado, estará pronta em apenas dois anos. O projecto engloba 547 apartamentos, 25% dos quais a alocar a um programa de arrendamento a custos controlados, numa área de construção total de 120 mil metros quadrados que inclui espaços verdes, novos acessos a Alcântara e o desenvolvimento de equipamentos colectivos como uma escola e um lar de terceira idade. As zonas arqueológicas da antiga pedreira – os fornos de cal – serão preservadas.

O projecto para a antiga pedreira do Alvito
©DR

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