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O vampiro do Rolls-Royce negro

Escrito por
Eurico de Barros
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Na nova série de terror do AMC, NOS4AR2 (estreia esta segunda-feira), Zachary Quinto personifica um vampiro centenário que se alimenta de almas de crianças. Fomos conversar com o actor.

Charlie Manx é uma criatura vampiresca que conduz um Rolls-Royce Wraith negro e vive das almas das crianças que rapta. Em NOS4R2, a nova série de terror do AMC, adaptada do livro homónimo de Joe Hill (filho de Stephen King), Manx é interpretado por Zachary Quinto. Fomos falar com o actor sobre a personagem e a série.

Entrou nalguns episódios de American Horror Story e personificou o serial killer Sylar em Heróis. Mas Charlie Manx é o seu primeiro papel de vilão sobrenatural. O que acha da personagem?
Bem, acho que o Sylar também o era. Há paralelos entre ambos. Mas se formos falar em termos de histórias de terror, ele é o primeiro, sim. É uma personagem inesperada, interessante e fascinante. Senti-me intrigado pelo Charlie e gostei muito da oportunidade de me transformar fisicamente que ele proporcionou. E do ponto de vista vocal, pude criar algo de especial.

O Charlie Manx não é o vampiro estereotipado do cinema de terror. Ele vive de almas de crianças, tanto é jovem como está velho, e dir-se-ia que acredita piamente no que diz para justificar os horrores que comete: que está a proteger as crianças dos adultos que lhes fazem mal.
Sim, ele acredita nisso, é um tipo muito perverso. Aliás, há uma novela gráfica do Joe Hill, The Wraith, que acompanha o filme, e que explora a história e os antecedentes do Charlie. Se a lermos, percebemos que a obsessão dele com o abandono, a negligência e o abuso têm a ver com a sua própria vida, porque ele sofreu isso tudo quando era criança. E tem um complexo de messias, sente-se responsável por prevenir que o mesmo aconteça às crianças. Mas claro que não tem consciência para ver quão vil e monstruoso é aquilo que lhes faz.

O Joe Hill é produtor executivo da série. Falou muito com ele sobre o livro, o Charlie e a as outras personagens?
Ele não aparecia todos os dias na rodagem. O meu contacto, no que respeita à construção da personagem, era o Jami O’Brien, o showrunner da série. Mas o Joe apoiou-nos muito, esteve sempre envolvido na produção.

Inspirou-se nalguma outra personagem da ficção de terror, ou nalgum papel específico de outro actor num filme ou série, para compor a figura do Charlie Manx?
Não precisei de ir além do livro e da graphic novel, porque tinha em ambas todas as respostas às minhas perguntas sobre a personagem, que é um reflexo específico da imaginação do Joe.

Que diferenças há entre a rodagem de uma série como NOS4R2 e a de um grande filme de estúdio como os de Star Trek, onde interpreta o Sr. Spock?
Fazer televisão é uma experiência muito particular. Neste caso, tivemos muitos recursos e grandes meios de produção, e gostei das pessoas com quem trabalhei. Por isso, foi muito semelhante a fazer um grande filme de estúdio. Levou o mesmo tempo, fizemos dez episódios em cerca de quatro meses e meio. Só diferiu porque a relação com as personagens foi mais longa e mais sustentável.

Estamos a viver uma nova era de ouro da televisão. É lá que estão agora os bons papéis, e não no cinema?
Acho que a televisão é hoje um destino muito sólido para quem quer contar boas histórias. E isso é muito bom para todos nós. Mas quero ver no que isto vai dar, porque o mercado televisivo está a ficar saturado.

AMC. Seg 22.10.

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