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Oh Maria Flores
Gabriell Vieira

Oh, Maria: a florista que dá nomes às flores saltou do Instagram para as Avenidas Novas

Apesar de ter ganho espaço físico ainda fazem entregas ao domicílio e envios para todo o país.

Escrito por
Francisca Dias Real
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Oh, Maria nasce do zero. Nasce da falta de experiência mas de um sentido estético apurado. Nasce de um acaso feliz e florido. A Oh, Maria é o verdadeiro rebento de quarentena que deixou de existir só no ecrã para florir nas Avenidas Novas com casa própria. E sim, são flores senhores.

O Instagram, esse berço de negócios, foi o culpado de toda esta loucura criada em volta do projecto de Maria Figueira. Começou em plena quarentena e em poucos meses viu os seguidores aumentar exponencialmente e as encomendas de ramos acompanhar a tendência. Mas nada passou de um mero e florido acaso. 

No seu aniversário este ano – o primeiro passado desde a morte do pai que a fez regressar da Alemanha, onde trabalhava, para Portugal – Maria estava convicta de que não queria festas nem convívios ou alaridos. Em vez disso, comprou flores. Muitas flores. Delas fez em casa uma série de ramos para decoração que acabaram a ser um sucesso num post de Instagram. 

Oh Maria Flores
Gabriell Vieira

“Eu sempre gostei muito de flores, mas não tinha qualquer experiência em design floral nem nada que se pareça”, conta-nos. “A questão é que na Alemanha, e mesmo quando ia à Holanda, via floristas e ramos lindos, que cá não conseguia encontrar. Inspirava-me no Pinterest também e acabava frustrada quando queria algo parecido”.  

Depois daquela publicação, uma amiga desafiou-a: “Oh, Maria, quando é que crias a tua página de flores?”. Dito e feito. Criou e começou a crescer na hora – isto tudo a 18 de Maio.

“As pessoas com o confinamento começaram a olhar mais para as casas e a sentir a necessidade de ter um apontamento diferente. Nessa altura as flores eram uma boa ideia aos olhos de quem me começou a seguir”, explica. As encomendas eram feitas exclusivamente pelo Instagram, onde Maria ia publicando os arranjos, e as entregas eram feitas ao domicílio na Grande Lisboa – muito com ajuda de Natália Figueira, mãe “e actual directora logística”, brinca Maria, que se tornou na salvadora da pátria florida em dias difíceis e de muitas encomendas. 

A sua casa tinha-se transformado num autêntico jardim. Coisa que nem via com maus olhos, nunca achando que este negócio passasse alguma vez do online, até porque esta ocupação conciliava-a com o seu trabalho a tempo inteiro. “Nunca pensei muito num espaço físico, mas quem me encomendava perguntava sempre onde era a loja, e era esta pergunta vezes mil”, conta. “Em muito pouco tempo tomei a decisão de abrir um espaço, procurei uma loja e cá estamos nós finalmente”. 

Oh Maria Flores
Gabriell Vieira

Coincidência das coincidências, Maria conseguiu que o espaço fosse ao lado de uma loja de noivas, coisa que lhe agrada e que complementa o seu trabalho na área do planeamento de eventos. A loja não é grande, mas tem espaço suficiente para se encher de verduras e flores de toda a espécie que possa imaginar. O chão marmorizado branco alinha-se com as paredes também elas brancas para dar amplitude à sala que recebe a clientela, cujas boas-vindas são dadas com uma enorme bancada vintage onde Maria faz a magia acontecer. Em redor? Ramos já prontos a levar, cones de espigas, flores secas em bruto que são a prata da casa, jarras com arranjos que testam o decorador de interiores que há dentro de cada pessoa que ali entra e muita cor, sobretudo há muita cor. 

E se há história peculiar nesta florista moderna, são os nomes dos ramos. “Todos os ramos disponíveis são feitos à imagem de pessoas reais, da minha vida. De quem gosto muito ou me inspiram”, explica. Os ramos com nomes femininos são ramos de flores frescas (a partir de 11€), os com nomes masculinos são de flores secas e preservadas (a partir de 15€). Há a Dona Gerbera com gerberas, o António com flores secas ou o Carolina, com girassóis, por exemplo. 

Apesar de já ter os ramos pré-definidos, Maria gosta do trabalho personalizado. “As flores são como o perfume, são muito pessoais e dá para fazer coisas muito giras à imagem de cada pessoa, consoante a personalidade delas”, explica. É esse toque de midas que quer dar na Oh, Maria – fugir do tradicional, ouvir os clientes e perceber o caminho por onde querem ir, seja para casa deles ou para oferecer. 

Oh Maria Flores
Gabriell Vieira

Além disso, existem ainda planos semanais, quinzenais ou mensais para quem gosta de ter sempre a casa florida, em vários tamanhos S (10€), M (15€), L (23€) e XL (29€). Há também cones de lavanda vendidos individualmente. 

Ninguém sai dali sem reparar nos detalhes, mesmo que pequenos, mas que Maria não deixa escapar nunca. Os autocolantes em cada arranjo, os laços, os cones que transportam os ramos, o papel que os embrulha – sim, não há invólucros floridos nem plásticos ao barulho.

Avenida João Crisóstomo, 89 (São Sebastião, ao pé da Gulbenkian). Seg-Sáb 10.00-20.00. 912 261 413.  

Saiba quais são as melhores floristas em Lisboa

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