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Ona, o melhor bar de praia de sempre que não dura para sempre

Escrito por
Inês Garcia
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Ona, em catalão, significa onda. Ouvimos e provámos a rebentação da nova onda de jovens chefs, portugueses e estrangeiros, num restaurante pop-up na Costa da Caparica que só está aberto até Outubro.

Em frente à praia não apetece comer estufados, carnes muito pesadas nem coisas com grandes molhangas. Um grupo de jovens chefs e pessoas ligadas à cozinha, portugueses e estrangeiros, concordou com esta máxima, mas acima de tudo com a necessidade de mostrar o bom produto português, do peixe e petiscos típicos aos vinhos naturais, num cenário diferente da já lotada capital e com uma boa dose de criatividade. Foram até à Costa da Caparica, à praia do CDS, e tornaram-se vizinhos do mítico Barbas: o projecto Ona, de Luca Pronzato, está a fazer um take over ao espaço do restaurante Dr. Benard. 

Os responsáveis pela cozinha e sala do restaurante
Fotografia: Manuel Manso

“Aqui há água fria, há coisas incríveis, muitos pequenos produtores, pescadores. Não há desculpa para não se comer bem, comer coisas boas”, diz Luca, que passou pelo Noma, o restaurante com duas estrelas Michelin em Copenhaga, e em Setembro, depois de algumas vindas a Lisboa, esteve a cozinhar no Prado, de António Galapito, com uns amigos, em formato pop-up.

Há uma decoração simples, com madeira e plantas naturais
Fotografia: Manuel Manso

“A ideia aqui é pegar em chefs jovens e fazer o take over de restaurantes. Não fazer nada em sítios muito populares, mudar um bocadinho o paradigma”, continua, justificando a escolha da Costa da Caparica, numa linha de praia onde não há nada remotamente parecido. E num modelo pop-up porque “é bom para nós, que estamos atrás do projecto, porque nos permite inovar todos os dias e ir mudando muita coisa, mas também é bom para o cliente, não cai na monotonia de um restaurante normal”, acrescenta Patrícia Pombo, que há um ano meio começou a fazer vários pop-ups com vinhos naturais portugueses “para mudar a maneira como aprecias o vinho e mostrar que não tem de ser uma coisa super pomposa”, e agora é uma das responsáveis deste projecto.

Amêijoas à Bulhão Pato
Fotografia: Manuel Manso

A decoração é simples, com plantas naturais e apontamentos de cor no balcão ou no toldo do espaço, que se divide em dois – de um lado está o lounge, com uma gestão diferente, onde há aulas de yoga, dança ou pilates de manhã, e do outro o restaurante, onde há mesas de madeira escura com copos de vinho e loiças a compor o espaço, mostrando o lado informal deste pop-up. Há, neste momento, oito pessoas envolvidas no projecto, e todos têm a mesma importância, explica Luca, todos servem à mesa, todos dão dicas para novos pratos, embora a carta neste momento seja praticamente toda do chef João Baião, que até há meses esteve no Minerva Comporta.

Salada de favas
Fotografia: Manuel Manso

O menu não tem distinção entre entradas e pratos principais, há “comida para partilhar” e recomendam três pratos por pessoa. Há pão da Gleba, um dos parceiros do Ona, acompanhado por manteiga de ovelha, azeitonas marinadas e paté de fígado de tamboril (5€), chouriço assado (7€), ostras do Sado com vinagre de chalotas (12€) ou uma fresca salada de laranja com pedaços de queijo de ovelha, cebola e nozes (7€). As opções continuam com os muito tradicionais jaquinzinhos fritos, já difíceis de encontrar no centro da cidade, aqui servidos com molho de salmorejo algarvio (8€), há espargos com queijo de cabra e toucinho alentejano (9€), uma reinterpretação de favas com chouriço (8€), em salada, ou as amêijoas à Bulhão Pato, acompanhadas pelo pão de Diogo Amorim da Gleba, passado por azeite, ao invés da habitual manteiga (15€). Na próxima semana pode mudar tudo, um ingrediente aqui e ali, graças a uma entrega de um dos produtores (trabalham com a D’Arrabida, com a Quinta do Poial e também com a Queijaria da São). “Quero fazer uns choquinhos à algarvia, raia frita”, vai contando João. 

Polvo grelhado com pimento e algas
Fotografia: Manuel Manso

A grelha é uma parte muito importante do restaurante, ou não estivéssemos na Costa da Caparica, em frente à praia. Fica à vista de todos, e vão lá parar os peixes frescos do dia, dispostos na vitrine, vendidos ao quilo, ou o prato de polvo grelhado com pimento e algas (14€). Se estiver confuso com tanta escolha ou quiser mesmo é provar um bocadinho detudo, há o menu Feed Me, com nove pratos para partilhar (40€ por pessoa).

Jaquinzinhos com molho salmorejo
Fotografia: Manuel Manso

“Queremos mesmo que isto seja um sítio para locais mas sabemos que os estrangeiros são quem nos entende melhor neste momento. Não queremos mudar hábitos mas mostrar que assim também funciona”, reforça Patrícia, responsável pelos vinhos, com apresentação personalizada à mesa se assim o pedir.

No mundo das bebidas, contaram também com a colaboração de Constança Cordeiro, da Toca da Raposa, para cinco cocktails especiais. 

Morangos com chantilly
Fotografia: Manuel Manso

Por enquanto servem apenas almoços, mas em Junho começam os jantares e também as residências artísticas de chefs. A João, Marin Colomes (ex-Septime), Miguel Feliciano (ex-Blue Hills) e Marcos Prado (ex-Coffee is Music), juntar-se-ão chefs, cozinheiros e pessoal de sala, durante uma ou duas semanas. “Muitos destes nomes são pessoas que não estão a trabalhar em Portugal, mas também queremos ter amigos nossos, de restaurantes lisboetas, aqui”, conta Patrícia.

Já percebeu que este texto vale uma ida à Costa da Caparica. Ou várias idas. Esteja atento, porque além de todas estas novidades, vai haver mais. A partir desta semana, o lounge tem também um bar independente e depois chega a carta de snacks. Ao lado do barbecue, em Junho, vai aparecer uma zona de take-away com opções que vão do café às bifanas e choco frito. Planeie bem as idas até lá: só dura até Outubro, mas sempre com animação garantida.

Praia do CDS, Apoio de Praia, 11 (Costa da Caparica). Seg-Dom 12.00-18.00. Reservas: www.weareona.co

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