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©Allan TannenbaumPatti Smith e a sua banda no CBGB, Nova Iorque

Os ‘Primeiros trabalhos’ de Patti Smith vão ser publicados pela primeira vez em Portugal

O livro, cuja edição original data de 1994, chega a Portugal pelas mãos da editora Traça. A apresentação está marcada para esta sexta-feira, 9, na Feira do Livro de Lisboa.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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Patti Smith já tinha vários livros (e discos) editados quando, em 1994, a editora W. W. Norton & Co. publicou Early Work, uma colecção de textos escritos entre 1970 e 1979 e escolhidos por ela – um misto de inéditos, poemas que cantou e outros publicados em livros elevados a objectos de culto, como Babel, Ha! Ha! Houdini! (editado em Portugal pela &etc, em 1982) ou Witt (publicado cá pela Assírio & Alvim, um ano mais tarde). Mas só agora, quase três décadas após a edição norte-americana de Primeiros trabalhos: 1970-1979, o livro foi finalmente traduzido para português.

O mérito é todo de cobramor. Foi o poeta, tradutor e editor que traduziu todos os textos e agora os lançou através da sua Traça, jovem editora de poesia desalinhada, especializada em edições limitadas e com um grafismo cuidado. Primeiros trabalhos: 1970-1979 é apenas o terceiro título que metem nas livrarias, depois de Sol Invicto, uma colecção de poemas do editor; e de A música está na minha cabeça, de Rafaela Jacinto. E o plano até era a Patti Smith sair antes da Rafaela, mas não só a Rafaela trabalha rápido como o processo de compra dos direitos de autor foi moroso, justifica.

A Traça existe há menos de um ano, em parte para servir de plataforma para autores marginais pelos mais diversos motivos, defende o fundador. “Cuja escrita tenha realmente algo para dizer. Mas também, admite com franqueza, porque as editoras onde consideraria publicar o meu segundo livro (Sol Invicto) não me deram resposta, fosse por que motivo fosse. As respostas positivas que obtive não foram do meu agrado. E algures durante este processo lembrei-me quem era realmente e da escola que tive e tenho da ética punk e decidi tentar trazer isso para o mundo editorial”.

“E se o punk é algo com que me identifico, os primórdios que levaram à sua criação e as suas manifestações de formas menos evidentes, como na literatura, na moda ou no cinema, são muito mais interessantes”, continua o editor. “A Patti Smith é alguém que sempre me foi muito querido, sobretudo na sua fase inicial, porque o percurso dela é incrível e a energia dela era avassaladora”, adiciona. “Gosto daquela coisa que agora caiu um bocado em desuso, dos mitos da cultura.

Primeiros trabalhos (1970-1979)
DR

Primeiros trabalhos: 1970-1979 está à venda a partir desta sexta-feira, 9 de Junho, incluindo na Feira do Livro de Lisboa, onde vai ser apresentada esta edição limitada de 300 cópias, que contou com o apoio da Câmara Municipal de Albufeira, onde se encontra instalada a Traça. “[Trabalhamos] sempre com edições limitadas e livros que sejam um objecto apetecível, para não dizer coleccionável”, explica cobramor, pouco antes do lançamento. “Na eventualidade desta edição esgotar, o plano é fazer mais algumas cópias mas com outra capa e porventura com o miolo ligeiramente alterado.”

Na apresentação do livro, com início marcado para as 19.00, além do próprio cobramor, estarão os músicos Tó Trips e Violeta Luz, descritos pelo editor como “a ligação mais directa ao aspecto musical”; Rosa Azevedo, da livraria Snob, a dar “um pendor mais literário” à conversa; e a colega de editora Rafaela Jacinto, para falar do lado performativo destes textos e poemas. “A ideia é em conjunto conseguirmos de alguma forma representar quão multifacetada a Patti Smith é”, resume. “Antecipa-se uma conversa interessante.”

Auditório Nascente na Feira do Livro de Lisboa. Sex 19.00. Entrada livre

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