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Pabllo Vittar, fonte de inspiração

Escrito por
Clara Silva
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A espera está a terminar. Pabllo Vittar chega a Lisboa esta semana para um muito aguardado – e quase esgotado – espectáculo no Campo Pequeno. Contamos-lhe mais sobre a drag queen brasileira que está a inspirar o mundo.

Foi de surpresa que Pabllo Vittar apareceu no palco do Arraial Pride, no Terreiro do Paço, no Verão passado, perante a histeria dos muitos fãs. A personagem criada por Phabullo Rodrigues da Silva, de 24 anos, e natural do Maranhão, tornou-se a drag queen mais popular do Brasil (o ano passado foi o quinto nome mais googlado desse país) e o sucesso atravessou o oceano. Hoje em dia é inspiração para uma nova geração de drag queens de Lisboa que actuam em clubes mais underground.

Por exemplo, Sylvia Koonz, eleita Miss Drag Lisboa na primeira edição do concurso, em 2017, e habituée do Trumps, que acabou por actuar ao lado de Vittar. “Conheço-a desde o seu primeiro hit, ‘Open Bar’, [de 2015], quando quase ninguém a conhecia”, conta. “Acompanhei o seu percurso e à medida que se foi tornando mais mainstream, deu-nos esperança de que um dia também o pudéssemos ser. Mas em Portugal é difícil – por enquanto.”

Pabllo Vittar esteve o ano passado em Lisboa para gravar um videoclipe no Ferroviário com o duo de electrónica brasileiro Soffi Tukker e aproveitou para dar um ar da sua graça no palco do Pride. Uma maneira também de aguçar o apetite para este espectáculo em nome próprio no Campo Pequeno nesta quarta, 24 de Abril.

O pretexto para encher uma sala tão grande é o seu segundo álbum, Não Pára Não, lançado em Outubro e sucessor de Vai Passar Mal, uma mistura de pop, tecnobrega e trap, que já é disco de ouro no Brasil.

“Ela inspira milhares e continua-me a inspirar todos os dias, com a sua arte, por ser quem é, e por representar-nos de uma forma tão bonita no Brasil, um dos países que mais mata pessoas LGBTI+”, continua Sylvia Koonz. “E tudo o que é mainstream no Brasil também se torna conhecido em Portugal.”

Em Portugal e no mundo. O luso-canadiano Adam Moço, criador do concurso Miss Drag Lisboa e da personagem Miss Moço, concorda. “É particularmente importante para inspirar e dar esperança a uma geração mais jovem que está a crescer no Brasil no contexto político actual”, considera. “Drag é uma forma de arte e uma maneira de superar momentos difíceis. A visibilidade da Pabllo, tal como a de RuPaul [do concurso norte-americano RuPaul’s Drag Race] ajuda a inspirar. “

Mais recentemente, Vittar emprestou a sua voz à personagem Goldiva, da série de animação para adultos da Netflix Super Drags, lançada em Novembro, que acompanha três super-heroínas drag queens. A estreia da série no Brasil foi polémica e acabou por ser cancelada ao fim de uma temporada com cinco episódios.

Quarta, 24 de Abril, 22.00, no Campo Pequeno. Bilhetes a 30€.

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