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Palheta: o novo bar do Cais do Sodré combina copos, música e vontade de falar

Escrito por
Miguel Branco
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No novo bar do Cais do Sodré a ideia é simples: bons cocktails, boa música e muita conversa. Fomos conhecer o espaço e saímos de lá sem voz.

Largaotelemóvel. Desta vez começamos com a password de wi-fi. Todos sabemos que há uma espécie de regra de bom senso na hora de perguntar pela internet de qualquer espaço onde entramos. Não pode ser a nossa primeira preocupação. Só que no Palheta – novo bar do Cais do Sodré com queda para cocktails e música ao vivo – quando ganhar coragem, pode bem corar. A palavra passe é também um pedido para que abdique do scroll nas redes sociais por uma conversa interessante. Afinal, no Palheta, cheira-se descontracção, que se desdobra em vinis de MPB, jazz, música cubana, música africana, bem como em copos feitos com carinho.  

Está quase sempre de portas abertas, promovendo a circulação, repouso no banco improvisado com três barris de cerveja e um pano em cima à entrada, passos de dança enquanto se vai ao balcão pedir qualquer coisa. 

É por lá que pode encontrar Francisco Martins, sócio gerente, que antes de aqui estar já tinha passado pelo Le Chat e pelo Cantinho da Saudade, entre outros espaços nocturnos lisboetas. “É diferente quando não estás a trabalhar para os outros. Um amigo propôs-me agarrar neste espaço e decidimos logo que tinha que estar ligado à música. Com o meu tio ouvi muito jazz, com a minha mãe música brasileira. E claro que se o conceito era este tínhamos de  arranjar instrumentos que fossem propriedade do par: este piano vertical tem um som perfeito, um cajon e duas guitarras. Para que os músicos, ou qualquer pessoa que queira tocar, possa vir aqui e estar connosco”. 

DuarteDrago

E a prova da aposta real na música são as Sunday Sessions, que envolvem sempre um concerto das 18.30 às 20.30 e um DJ até às 23.00. “Este domingo vamos ter um cantautor italiano, Mico Mingucci, que vem fazer uma apresentação com loop pedals e assim, e ainda o Márcio Pinto, que vai trazer sintetizadores, vibrafone, xilofone e vai fazer um live act.” 

Mas isto não é só música, nem somos só nós a dar-lhe música. Importa também falar da decoração o-antigo-é-cool, e das paredes descarnadas, como que uma ideia de gruta, só que com bastante luz. Há vegetação suspensa; os candeeiros são molduras sem imagem com pequenas luzes presas à estrutura; um gira-discos bem antigo e curioso; e o piano, a estrela da companhia, que “tem um som perfeito”, garante Francisco. 

Ora não podíamos sair daqui sem curar a sede com que entrámos. “Não quisemos descurar os clássicos, gostamos de fazer uma boa caipirinha, um mojito, um negroni e depois temos cinco cocktails de criação de autor, sempre preocupados com a sazonalidade”, esclarece. E aí teremos de falar do Love Me Or Leave Me, com maracujá fresco, vodka, triple sec e angustura bitters (6€). Se quer palheta é beber três ou quatro. 

Travessa da Ribeira Nova, 30. Dom-Qui 18.00-02.00, Sex-Sáb 18.00-03.00. 

+ Café Klandestino, o novo bar de cocktails do Intendente

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