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Skoola
© QUERAGURASkoola, no Village Underground

Para continuar a “salvar vidas”, a Skoola precisa de financiamento

A academia de música urbana do Village Underground precisa de ajuda para continuar a formar talentos e a tirar de casa jovens em situações sócio-económicas menos favoráveis. Mariana Duarte Silva lança o repto.

Raquel Dias da Silva
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Raquel Dias da Silva
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Há dois anos, em Abril de 2021, o Village Underground – um dos projectos mais criativos da cidade – sacou mais um coelho da cartola. Fez nascer a Skoola, uma academia de música urbana, com um sistema de ensino integrador e pouco convencional, para crianças e jovens entre os dez e os 18 anos. Mas o apoio do Fundo Portugal Inovação Social, que foi fundamental para arrancar e continuar com o projecto, chegou ao fim. “Acredito que fiz tudo ao meu alcance e o que está em cima da mesa agora é um pedido de extensão de apoio até Junho de 2023”, esclarece-nos a co-fundadora e directora do Village, Mariana Duarte Silva. O problema é que, no melhor dos casos, se o pedido for aprovado, o financiamento só chega daqui a seis ou sete meses. Até lá, há 40 jovens que querem continuar os seus projectos musicais, a maior parte dos quais são bolseiros.

“Tive de falar com a minha equipa e, tendo nós já os recursos todos disponíveis para a Skoola – ou seja, os instrumentos musicais, os computadores e o software, a sala e os contentores e, essencialmente, os jovens a querer continuar –, conversámos com os professores e dissemos ‘ainda não temos dinheiro para vos pagar os salários, mas vamos ter’, e eles decidiram arriscar connosco. Se tudo correr bem, o dinheiro chegará à conta nos próximos seis ou sete meses. Independentemente disso, vamos mesmo arrancar [com o próximo ciclo lectivo] na próxima semana, no dia 16 de Janeiro”, garante Mariana, que já fez uma publicação sobre a situação na sua página de Instagram, onde convida quem puder a apoiar um bolseiro, com um valor de 1500€/ano, ou a inscrever os seus filhos na escola.

“A verdade é que precisamos de dinheiro no banco já. Mas não quero focar-me no problema, porque sei como o processo funciona e foi esse financiamento [do Fundo Portugal Inovação Social] que nos permitiu executar os primeiros 18 meses do projecto. Agora o foco é em angariar outros apoios, através de patrocínios e mecenas, por exemplo, mas também de alunos que, tendo uma família com capacidade financeira, possam pagar. A sustentabilidade da Skoola também passa por aí, por ter alunos que podem pagar, permitindo que os que não podem não deixem de ter acesso ao ensino da música”, remata.

“Tenho pena que [a Skoola] não chegue a mais gente, porque contamos com professores muito bons e conhecidos do público, como é o caso do Batida [nome artístico de Pedro Coquenão] ou do Bruno [Guichon] dos Octa Push, e até uma parceria com a Escola de Música e Educação, que está a fazer uma investigação sobre o nosso método [de ensino informal], que tem de facto um impacto muito positivo”, enumera. Ao mesmo tempo, o impacto social, que continua a ser muito importante: o facto de estarmos mesmo a salvar a vida de alguns miúdos que estão na Skoola e não podíamos mesmo deixar em casa.”

O próximo Ciclo de Inverno arranca a 16 de Janeiro e prolonga-se até 26 de Março. As aulas para os mais novos, dos dez aos 13 anos, são às segundas e quartas-feiras, das 17.00 às 18.15, ou à sexta, das 17.00 às 19.45. A mensalidade é de 130€, com aulas duas vezes por semana. As sessões têm sempre uma duração de 75 minutos e não é preciso levar material nenhum, só vontade de “absorver conhecimento e partilhar experiências”. No final do ciclo, está previsto uma performance pública.

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