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Pastéis de Belém abrem segunda loja e vão refazer os interiores da original

O novo balcão fica no espaço que servia de saída para a esplanada interior dos Pastéis de Belém. Abriu no final de Junho. Em 2026, é a loja principal, nascida em 1837, que vai ser retocada. O estúdio de Gracinha Viterbo assina os dois projectos.

Hugo Torres
Escrito por
Hugo Torres
Director-adjunto, Time Out Portugal
Pastéis de Belém
Francisco de Almeida Dias/Viterbo Interior Design | Novo balcão dos Pastéis de Belém
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A fila para o balcão dos Pastéis de Belém é um clássico. A fila para a sala desta pastelaria histórica, assim como para a esplanada? Outro clássico. Se não são tão conhecidos como os pastéis em si, talvez isso se deva à longevidade destes e à amnésia selectiva de que são acometidos os clientes depois de fazerem desaparecer à dentada aquela massa folhada estaladiça e o seu recheio à base de leite, ovos, limão e açúcar. E desde o final de Junho que há mais um balcão onde comprar os famosos pastéis, na mesma rua da loja original – mas, se tivéssemos de apostar, diríamos que esta novidade não vai diminuir as filas, vai criar outra.

A nova porta de entrada para o mundo dos Pastéis de Belém era, até agora, apenas a porta de saída – era por este edifício, no número 68 da Rua de Belém, que se saía da esplanada interior da loja principal, que ocupa do 84 ao 92 da mesma rua. O circuito em U mantém-se, mas com balcões nas duas pontas, para quem quer pegar e andar. Numa ponta, está o balcão de sempre; na outra a novidade. “Novo balcão, sabor de sempre. Mesmo aqui ao lado, com uma decoração diferente, mas com os Pastéis de Belém de sempre e acabados de fazer”, anunciaram os Pastéis de Belém, no dia 27 de Junho.

O interior deste espaço remete para a casa-mãe, cuja história remonta ao século XIX. A nova loja – refere em comunicado a Viterbo Interior Design, responsável pelo projecto – “foi pensada para respeitar a tradição e a herança da marca”, embora “com um olhar fresco, elegante e actual”. O desafio era “criar um ambiente que acolhesse a história, mas que também dialogasse com o presente e o futuro de uma marca que recebe milhões de visitantes”. Daí a opção por “materiais naturais, referências à azulejaria portuguesa e uma paleta cromática inspirada no emblemático azul e branco da marca”, “integrando detalhes artesanais e soluções sob medida que reflectem o cuidado, a autenticidade e o prestígio da casa”.

Pastéis de Belém
Francisco de Almeida Dias/Viterbo Interior Design

“Este projecto foi, para nós, uma honra e uma responsabilidade”, diz por seu lado a directora criativa da Viterbo Interior Design, Gracinha Viterbo, citada na mesma nota. “Trabalhar com um símbolo nacional como os Pastéis de Belém exigia respeito profundo pelo legado, mas também uma dose de criatividade para traduzir essa história num espaço contemporâneo e funcional”. Contudo, se cumprir este caderno de encargos num espaço novo já era complicado, agora vem a parte verdadeiramente difícil: mexer na própria pastelaria histórica. Segundo o mesmo comunicado, é o próximo projecto em cima da mesa, com início previsto para 2026.

“Trata-se de um passo particularmente significativo, dado que o espaço original – em funcionamento desde 1837 – é carregado de memória, tradição e simbolismo. A intervenção será conduzida com o mesmo cuidado e respeito que definiram a nova loja, preservando a essência arquitectónica e emocional do local, ao mesmo tempo que se introduzem melhorias funcionais e uma linguagem estética alinhada com os novos tempos”, antecipa a Viterbo.

A ideia é que a intervenção não afecte o serviço. “A obra será realizada em fases cuidadosamente programadas, de forma a não comprometer o funcionamento contínuo da casa e a garantir uma experiência de excelência durante todo o processo.”

Rua de Belém, 68 (Belém). Seg-Dom 08.00-21.00

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