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Pedro Penim
Fotografia: Ana Viotti/ Teatro do Bairro AltoNisto, de Pedro Penim

Pedro Penim volta a perder-se ‘Nisto’ e convida-o a fazer o mesmo

A conferência-performance de Pedro Penim, sobre obsessões secretas e pastas sem nome no computador, volta à cena já na próxima semana, com transmissão online e gratuita.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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O que fazemos nos nossos computadores quando ninguém nos vê? Foi este o ponto de partida para a construção de Nisto, uma conferência-performance sobre um vício inocente e obscuro, que Pedro Penim diz ter revelado pela primeira vez em Fevereiro, ainda antes do confinamento, no palco do TBA. Agora, o actor e encenador regressa à cena, mas desta vez a partir de casa, com transmissão mundial, às 20.00, nos dias 21 e 22 de Outubro, no âmbito do Festival Internacional de Artes de Belfast. O evento é gratuito, mediante reserva de bilhete.

“Tenho uma colecção de informação online sobre ilhas remotas, onde ou não vive ninguém ou vive muito pouca gente, e era uma obsessão sobre a qual nunca tinha falado”, conta Pedro Penim. “Esta conferência-performance foi trabalhada à volta desta minha experiência, mas é no fundo sobre o tempo que as pessoas passam na internet a fazer coisas que não são necessariamente produtivas. E isto, de nos perdermos no mar da internet, entretanto também mudou. Com a pandemia, passámos a estar mais sozinhos e esta questão do que é que se faz em frente ao computador quando ninguém está a ver é de certa forma mais relevante.”

Experimental e híbrida, a proposta de Pedro Penim vai além do formato académico da palestra, em busca de um maior “comprometimento intelectual, emotivo e afectivo do público”. É que, se por um lado, o actor e encenador partilha a sua paixão secreta, por outro convida os espectadores a pensar sobre as suas próprias obsessões e colecções privadas, escondidas numa pasta qualquer do computador.

Fala-se de um consumo compulsivo, sem propósito, e de uma actividade que não é propriamente saudável e nos pode até levar a um isolamento maior. Mas também de um escape. “Quando o mundo parece desmoronar-se, a vida online oferece-nos, de alguma forma, uma espécie de oásis”, explica. “Agora, por exemplo, é também o que vou fazer. Propor uma viagem num tempo em que não se pode viajar. É um bocado como a minha viagem às ilhas.”

Online, no site do Festival Internacional de Artes de Belfast. Qua-Qui 20.00. Grátis, mediante reserva de bilhete.

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