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Pêra rocha e algodão doce dentro do copo

Escrito por
Clara Silva
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O 86 abriu portas em Fevereiro na Rua do Telhal e traz novos ingredientes para o mundo dos cocktails da cidade. Fomos conhecer o bar e aprendemos que o número que lhe dá nome tem muito significado.

Oitenta e seis no mundo do bar e da restauração tem um significado especial. Que o diga Ricardo Rodrigues e Ricardo Rodrigues (sim, não foi um erro, têm o mesmo nome), dois amigos de longa data e os dois sócios do 86, o novo bar da Rua do Telhal.

“Era uma expressão que ouvia muito”, explica um dos Ricardos. “Fui bartender no Hard Rock [Café] mas vendia qualquer produto da cozinha. O 86 é um código para dizer que algum produto acabou ou não está em condições de ser servido. É uma expressão inglesa que se usa muito”, explica.

“Outro dos significados vem do tempo da Proibição, dos speakeasy bars de Nova Iorque. Quando havia uma rusga da polícia e alguém sabia, chegava ao bar e dizia 86. Já se sabia que era para fugir.”

Mas deste 86 ninguém quer fugir. Pelo contrário. O objectivo dos dois amigos de infância, que andavam a cozinhar esta ideia há muito, não era abrir só mais um bar para “aviar copos”, contam. Aliás, essa parece ser uma das suas grandes preocupações: conseguir mudar mentalidades e fazer com que o cliente perceba a diferença “entre o que é um bartender e um avia-copos”.

Nos últimos tempos, a Rua do Telhal tem vindo a ganhar novos bares (o winebar Donna Taça, por exemplo), novos negócios que se tornaram populares (o Zenith, conhecido pelo brunch) e uma nova movida com os hotéis das redondezas. Perto da Avenida da Liberdade, parecia o sítio certo para montar um bar. “A rua estava em desenvolvimento e decidimos experimentar”, diz um dos Ricardos. “Não estamos numa zona comum aos outros bares da cidade, mas o nosso conceito permite-nos sair um bocado disso.”

Inês Félix

Com portas abertas desde 8 de Fevereiro, uma decoração simples, com um balcão e algumas mesas, o ponto forte do bar são mesmo os cocktails de autor. Para já são dez e são, mais que bebidas, verdadeiras “experiências”, diz o Ricardo mais comunicativo.

Um dos cocktails, o Greenquiri (8€), já se tornou numa espécie de ex-líbris da casa. “É um cocktail muito simples, à base de rum, maçã verde, sumo de lima e xarope de baunilha. A guarnição é interactiva, com maçã-verde desidratada, merengue italiano e caviar de vinho do Porto. As pessoas, antes de beberem, podem comer e isso dá-lhes uma experiência nova.”

Um pouco como aquilo a que escola Red Frog, do outro lado da Avenida, um verdadeiro laboratório de cocktails, já nos habituou. As outras bebidas do 86 tentam seguir a mesma filosofia e usar e abusar de ingredientes menos comuns.

Como no caso do Summer in The Cup (9€), com algodão doce e morango desidratado. “Traz-me sempre o feeling de entrar na Feira Popular quando era miúdo”, descreve Ricardo.

“O Like a Patron (12€) é picante e leva ananás caramelizado, o #Pyrus (9€) tem como ingrediente principal a pêra rocha nacional. “Não é só agarrar no copo e beber, e nós aqui temos uma tara com guarnições comestíveis.” 

86 Cocktail Bar, Rua do Telhal, 65 (perto da Avenida). Seg-Dom 18.00-02.00

Red Frog inspira-se no muro do México na nova carta de cocktails

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