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Pizzas vegetais, cocktails e neónes: chegou o Vizza New Age Pizzabar

Escrito por
Tiago Neto
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Dispensam rótulos e querem mostrar que o caminho para o veganismo não descura o sabor. No Vizza New Age Pizzabar, os cocktails encontram-se com as pizzas e regam-se a boa música. E até há pista de dança incluída.

Massa artesanal de fermentação lenta, farinha Caputo 00, e um forno eléctrico que chega onde só a lenha conseguia. O resultado é uma pizza de massa fofa, consistente e próxima da napolitana, ainda que a grande diferença esteja nos ingredientes, que aqui são todos de origem vegetal. À prova está a Maggie (9€), uma versão da Margherita, com confit de tomate cherry adocicado, a Fen$shytake (14€), com cogumelos shiitake marinados em vinho branco e azeite trufado, a sweet onion (10€), com cebola caramelizada, queijo new age, e finalizada com xarope de ácer, pimenta rosa e flor de sal. A carta segue depois para a smoked shroom (13€), em que os cogumelos portobello se deixam marinar com shoyo e alecrim e acompanham o new age smoked cheese e a rúcula; a chinni's (10€), com courgette, molho caseiro de azeitonas pretas e um toque de limão, e a Lady Mari (8€), a clássica marinara, com molho de tomate especial, lascas de alho e orégãos frescos.

A pizza maggie, uma versão plant based da margherita
Fotografia: Manuel Manso

Ao todo são seis opções, uma carta concisa e objectiva que para Ricardo Güttler, um dos quatro sócios, faz todo o sentido. "Gostamos do conceito minimalista, não queríamos ter muita coisa. Gosto de lugares simples, sem ser preciso ler muito. Ao longo do tempo vamos descobrindo outros sabores e vamos ter novas entradas na carta mas por agora são as seis". A estas junta-se uma criação da casa como sobremesa, a drive me nuts (5€), em formato portafoglio. "Na prática pegámos numa pizza mais pequena, dobrámo-la e juntamos Nutella vegan, pistáchio e açúcar de confeiteiro."

O drive me nuts, feito para sujar as mãos sem vergonha
Fotografia: Manuel Manso

Mas nem só de pizzas vive o Vizza, uma mescla que aproxima várias palavras e conceitos num só nome. "Veggie + pizza = vizza, new age porque foi uma maneira de dizer que é um novo tipo de espaço, de mentalidade", e claro, a parte de bar, que fecha o Vizza New Age Pizzabar, diz Ricardo. Há apostas como o grapefruit G&T (7€), o ginger jamie (6€), com whiskey Jameson, ginger ale e lima ou o ícone da casa, o karma washer (8€), com rum Havana 3 anos, água tónica, maracujá, limão e manjericão. A ideia foi trazida do lado de lá do Atlântico, num negócio que o então director de arte de 34 anos começou com amigos e que, depois de um ano sabático em viagem com a mulher, Carol Thompson, também ela sócia, decidiu fixar em Lisboa.

"O negócio que tinha no Brasil era hambúrguer e steak bar. No ano que passámos a viajar, mudámos a alimentação por uma série de motivos. Não virámos veganos mas invertemos a proporção quase 90%. Nesse ano, o modelo de negócio deu uma virada para ser mais coerente com o que seguimos no dia-a-dia. Não fazia sentido reduzir o impacto em casa e abrir um negócio para 100 pessoas por dia. A pizza é um produto com o qual sempre simpatizei, é universal". Paralelamente, o plano passava por criar um espaço sem vergonhas, onde as mãos servissem de talheres e onde as pessoas pudessem falar de mesa para mesa, sem barreiras. "Queríamos que o espaço reflectisse o que somos: gente jovem, que gosta de sair. Um dos sócios é DJ, queríamos que fosse um lugar legal para nós e para o nosso perfil de amigos. Então juntámos um produto do qual gostamos com a nossa identidade."

A segunda sala do Vizza que funciona como bar, restaurante e pista de dança
Fotografia: Manuel Manso

A eles juntaram-se Daniella Araújo, 28 anos, que além de embarcar neste projeto é proprietária da Cosmonauta, uma empresa que cria apresentações de alto impacto para outras empresas, e João Pedro Florence, 30 anos, DJ, proprietário da label de festas Neue e agora DJ residente do Vizza. Juntos, recusam a bandeira de pizzaria vegan. Afastam-se dos rótulos porque "as bandeiras podem bloquear, criar barreiras. Quem não é vegan e ouve falar de uma vegan pizza, pode não querer experimentar porque já vai ter um estereótipo associado ao espaço. O nosso foco foi criar um produto que agradasse aos dois lados, que uma pessoa não vegana pudesse comer e achar tão bom como outra pizza não vegana".

O objectivo, diz Ricardo, é trabalhar nesse sentido, mas assume que há um longo caminho a percorrer. "Percebemos que vegan é uma causa muito acima da alimentação, então as pessoas confudem muito as coisas. Vegan é uma causa, um lifestyle, e vegetariano é um item desse. Tentamos que todos os nossos produtos sejam vegan, trabalhamos nisso, mas ainda é um grande passo".

A entrada, com aparas de massa e três molhos vegan de pesto, tomate e azeitona preta
Fotografia: Manuel Manso

Outra das vertentes do Vizza New Age Pizzabar é a agenda, aproveitando os muitos ADNs de bar, restaurante e pista de dança. "Por agora vamos lançar os rehab sundays, que vão transformar o restaurante num lugar cool para o almoço. Quem foi sair ao sábado pode cá passar e comer pizza, que é óptima para a ressaca, vamos ter um dj convidado e criámos um drink autoral, tipo michelada como um Bloody Mary, e sobremesa a metade do preço. A esta juntar-se-á a pista autoral, em que, pelas 23.00, "baixamos as luzes, aumentamos o som e transformamos isto num mini dancefloor", e uma colaboração agendada com a Amázonni Gin, que uma vez por mês levará ao Vizza uma festa com curadoria de djs.

Praça das Flores, 57 (São Bento). 924 318 145. Qua-Sáb 19.00-00.00. Dom 13.00-22.00.

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