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Planeta Dança: viagem ao passado com a Companhia Nacional de Bailado

Vera Moura
Escrito por
Vera Moura
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Nesta aula de História, trocam-se os livros pelas sapatilhas, os professores pelos bailarinos e a escola pelo Teatro Camões. Fomos ver como dançavam os homens das cavernas em Planeta Dança

"No primeiro capítulo da nossa história da dança começamos pelo início da vida, muito antes de haver História. E no início da vida está o movimento, os átomos que se juntam e formam matéria, os planetas que giram, as estrelas que brilham, o ar que se cria e sopra oxigénio. No início do nosso planeta houve um boom, um bing, um bang, um big bang, catrapum! Caiu um meteoro na Terra e dessa queda fez-se vida – e a vida pôs tudo a mexer.” Os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado (CNB) ainda nem entraram em palco, e a voz off já pôs tudo em pratos limpos: a história da dança começa no exacto momento em que começa a história do mundo. E o primeiro capítulo do espectáculo para famílias Planeta Dança, que estreia este sábado no Teatro Camões, dedica-se a contar a primeira parte desta longa história, que vai desde o Big Bang até à Roma Antiga, em apenas 20 minutos.

“O movimento está em todo o lado – e, assim, a dança também”, diz Sónia Baptista, directora artística, coreógrafa, dramaturga e até voz off de Planeta Dança. “Aqui, contamos a história de forma linear, mas as referências da dança vão a outros momentos.” 

O Lago dos Cisnes, clássico bailado russo de 1876, surge logo no início do espectáculo para mostrar que todas as espécies dançam – e que os pássaros são dançarinos por excelência. A peça de Piotr Ilitch Tchaikovski é apresentada em três versões: a tradicional, uma mais moderna (só com homens) e uma com coreografia contemporânea. “Quero mostrar que há várias maneiras de dançar e interpretar a mesma ideia”, explica Sónia Baptista, que foi buscar A Sagração da Primavera, criada por Igor Stravinsky em 1913, para avançar na história e dar vida às danças dos homens das cavernas. “Este bailado foi criado a partir de uma investigação dos povos primitivos”, explica.

Planeta Dança – Primeiro Capítulo pode ser visto nos dias 15, 22 e 29 de Fevereiro, mas foi pensado para partir em digressão e parar em várias escolas do país. “É fácil de viajar, tem apenas cinco bailarinos e um cenário simples, que pode ser implementado em qualquer espaço. O objectivo é aproximar a dança e a CNB das crianças que não têm a possibilidade de ir ver ballet ou de participar nas oficinas que propomos”, descreve a coreógrafa. 

E por falar em oficinas, também há uma reservada para o final do espectáculo. “As crianças vão estar sentadas em palco a assistir, e não na plateia, e os bailarinos vão chamá-las a juntar-se a eles e a aprender a Dança das Cavernas”, descreve Sónia. 

O segundo capítulo está marcado para os dias 28 e 29 de Março e 4 e 5 de Abril e promete uma viagem dançada da Idade Média ao rei sol Luís XIV. 

Teatro Camões, Passeio do Neptuno (Parque das Nações). Sáb 11.30 e 15.00 (repete a 22 e 29 de Fevereiro). 10€

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