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Pode uma palavra mudar o mundo? Alexandre Cortez acha que sim

A Mostra de Artes da Palavra está de volta a Oeiras. Falámos com o director artístico.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Reforçar o carácter participativo e de comunidade. É esta a maior ambição de Alexandre Cortez, director artístico do MAP – Mostra de Artes da Palavra, que este ano assume com especial intensidade a sua vocação enquanto festival de proximidade, diverso e inclusivo. “Uma das diferenças [em relação às edições anteriores] é que resolvemos, em conjunto com o município, que o festival se deveria espraiar ao longo de alguns meses”, esclarece Cortez, antes de relembrar que, entre Maio e Agosto, já se realizaram várias actividades no âmbito do projecto. É também por isso que, apesar do “forte da programação” estar marcado para Outubro, a agenda vai ser reanimada já na quinta-feira, 21 de Setembro.

Hugo van der Ding e Márcia vão ser os responsáveis por dar o pontapé de saída. Com entrada gratuita, esta que, na verdade, será a segunda “Conversa ao Espelho” da temporada, está marcada para às 21.30, na Biblioteca Municipal de Algés. A ideia é ficarmos a saber mais sobre a compositora, a sua vida e as suas obras, em particular sobre o seu mais recente disco, Picos e Vales. Segue-se, no dia 22 de Setembro, um “Café dos Poetas” sobre poesia e futebol, que junta na esplanada do Chá da Barra o comentador desportivo Rui Miguel Tovar, os jornalistas Afonso de Melo e Irene Palma, o músico Luís Bastos e a associação artística e cultural Luchapa.

Ainda em Setembro, está previsto um Café dos Poetas em homenagem a Mário Cesariny, que se realiza no dia 29, às 21.30, na Livraria Verney. Já no dia 30, o Poetry Bus volta a circular e a distribuir música e poesia, nomeadamente às 11.30, no Centro Cívico de Carnaxide, e às 16.00, no Forte de São Bruno, em Caxias. Ana Simon, Iago Mota e Miguel Sopas estarão encarregues da poesia, Rini Luyks conduzirá a música. No domingo, 1 de Outubro, o programa volta a repetir-se, mas no Inatel Oeiras e no Largo 5 de Outubro, às 11.30 e 16.00 respectivamente.

Já em Outubro, é entre os dias 5 e 8 de Outubro que se realiza a fase mais intensa de programação. O arranque faz-se com a conferência “República das Palavras”, no Hotel Vila Galé, onde se vai discutir que poder podem ter as palavras na mudança da ordem política e social de um país. Álvaro Laborinho Lúcio, Cláudia Marques Santos, Luca Argel e Sandra Baldé são alguns dos convidados já confirmados. No dia seguinte, 6 de Outubro, o Parque Anjos é palco de uma “Reconstituição da República”, em que músicos e poetas como José Anjos, Filipe Homem Fonseca, Maria Giulia Pinheiro ou Patrícia Relvas refazem à sua maneira a lei fundamental portuguesa.

“Vamos ter também uma sequência de espectáculos gratuitos a acontecer no Parque Anjos, em Algés, incluindo originais de poesia declamada”, destaca Cortez, que nos convida a não perder a “Poesia Está na Rua”, que procurará promover sobretudo cantautores. B Fachada, Aníbal Zola e Duques do Precariado são alguns dos artistas que poderemos ouvir entre 5 e 7 de Outubro, antes do evento se mudar para o Auditório Municipal Ruy de Carvalho, no dia 8, para dois espectáculos com bilheteira, um de Lula Pena e outro de Ana Deus. “O objectivo é cruzar os públicos destes cantautores com os públicos da poesia e da palavra.”

Outra das novidades deste ano é o “Posto de Escuta”, que se realiza a 5 de Outubro, no Auditório José de Castro, em Paço de Arcos. Com entrada livre, o espectáculo interassociativo procurará dar a conhecer através de diferentes propostas, desde exposições a performances, o trabalho e dinamismo das associações culturais A Palavra, A Voz de Paço de Arcos, Cantiga D’Alba, Centro Comunitário de Linda-a-Velha, Luchapa, (In)Temporal Chorus e a Universidade Sénior de Oeiras.

“Temos também uma outra coisa, que eu acho que é um dos marcos deste festival, que é um evento que acontece na Fábrica da Pólvora e que se chama Poetry Clubbing – As palavras também dançam.” A 7 de Outubro, Beatbombers (DJ Ride & Stereossauro), DJ Marfox, Yen Sung, Selecta Alice e DJ Big + Sir Scratch são os nomes confirmados. “Creio que alguns são ícones da música electrónica de dança e vai ser projectada videoarte de ZefPinheiro em superfícies com cerca de 40 metros por 15. Portanto, será uma noite bastante interessante.”

A não perder, está ainda prevista a estreia de um recital de Nuno Artur Silva, com participação de José Pinheiro. Marcado para dia 13, com entrada gratuita no Auditório Municipal Eunice Muñoz, Erros Meus, Poesia Incompleta antecipa o livro de poesia com o mesmo nome que será publicado no próximo ano. Ainda antes, no dia 6, o espectáculo multimédia “A Secreta Vida das Palavras” junta fotografia, poesia e música, entre as 21.30 e as 23.00, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho.

Se não quiser perder pitada, o melhor é consultar a programação completa no site do MAP. Alexandre Cortez promete que há muitas e boas coisas para ver, ouvir e até ler, como os muitos livros previstos para editar, alguns dos quais vão ser distribuídos gratuitamente. “A Palavra faz parte de uma plataforma europeia de organizadores de festivais, que se chama Versopolis, e vamos trazer a Portugal, com o apoio desta plataforma, uma poeta da Macedónia do Norte e um poeta finlandês, estando também prevista a edição trilingue, em português, inglês e na língua original dos poetas, dois livros de poesia.”

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