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Andrew Scott
©NetflixAndrew Scott, em 'Ripley'

Ripley continua a levar-nos ao engano, agora a preto e branco e longe dos cinemas

O vigarista Tom Ripley está de volta. A nova série da Netflix, ‘Ripley’, adapta pela primeira vez para televisão a saga criada pela escritora Patricia Highsmith.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Um misterioso, talentoso e, principalmente, mentiroso rapaz é encarregue de ir buscar a Itália um rico filho de um poderoso homem de negócios. Tom Ripley faz-se passar por amigo de toda a gente, mas ninguém sabe bem quem ele é. A partir de uma Nova Iorque dos anos 1960, Ripley embarca rumo à Europa, mas do outro lado acaba por desencadear uma sequência de eventos na qual reina a fraude, o engano e também o homicídio. Ripley é mais uma adaptação dos romances de Patricia Highsmith ao audiovisual, pela primeira vez em formato série. Estreia a 4 de Abril, na Netflix.

Tom Ripley é um nome familiar. Não só por ser o personagem central dos cinco livros que a escritora norte-americana Patricia Highsmith publicou entre 1955 e 1991, mas também muito por culpa da longa-metragem que adoptou o nome do primeiro livro e acabou nomeada a cinco Óscares. Falamos de O Talentoso Mr. Ripley (1999), filme escrito e realizado por Anthony Minghella (O Paciente Inglês), com Matt Damon no papel principal e com um elenco de peso composto por Jude Law, Gwyneth Paltrow, Philip Seymour Hoffman ou Cate Blanchett. Foi a segunda adaptação do primeiro livro, precedida por À Luz do Sol (1960), com Alain Delon. O segundo livro, Ripley Under Ground (1970), foi adaptado apenas uma vez, no filme de 2005 com o mesmo nome (e Barry Pepper como Ripley), enquanto que o terceiro volume da saga mereceu duas adaptações: O Amigo Americano (1977), com Dennis Hopper, e O Jogo de Mr. Ripley (2002), com John Malkovich. Os livros The Boy Who Followed Ripley (1980) e Ripley Under Water (1991) nunca chegaram aos ecrãs.

Dakota Fanning
©NetflixDakota Fanning, em 'Ripley'

Mas se era de destacar a ficha técnica do filme com Matt Damon, a mais conhecida adaptação do mundo “ripleyano” até hoje, a nova série não lhe fica nada atrás. Para começar, quem escreve e realiza Ripley é Steven Zaillian, cineasta conhecido pelo seu trabalho no oscarizado argumento de A Lista de Schindler, tendo recolhido nomeações na mesma categoria com os filmes Despertares, Gangs de Nova Iorque, Moneyball – Jogada de Risco ou O Irlandês. No formato das histórias por episódios, desenhou o argumento da premiada minissérie The Night Of (HBO Max). E deu uma preciosa ajuda com a estética muito particular de Ripley. A série apresenta-se nas tonalidades de preto e branco, com uma envolvência a piscar o olho ao suspense da trama, numa produção que conta com outro nome de peso na cadeira da fotografia: Robert Elswit, que venceu um Óscar pelo seu trabalho no filme Haverá Sangue (2007).

O elenco desta série com um total de oito episódios merece igual atenção. Tom Ripley é agora interpretado pelo actor irlandês Andrew Scott, que se destacou nas séries Sherlock e Fleabag e que, o ano passado, foi reconhecido pela sua interpretação em Desconhecidos, filme que lhe valeu nomeações nos British Independent Awards, nos Golden Globes ou nos Film Independent Spirit Awards (em Portugal não passou pelas salas de cinema, mas pode ser visto no Disney+).

Scott é acompanhado pelos actores Johnny Flynn, no papel de Dickie Greenleaf (The Lovers), o filho do industrial rico que Ripley está a tentar atrair para casa (personagem interpretado por Jude Law no filme de 1999); e Dakota Fanning (O Alienista), como Marge Sherwood, a namorada de Dickie, que suspeita das intenções mais obscuras por detrás da amabilidade de Tom (um papel que coube a Gwyneth Paltrow também em 1999). Quem está de regresso à trama é… John Malkovich, embora noutro papel.

Netflix. Estreia a 4 de Abril

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