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rover Perseverance
Ilustração NASA/JPL-Caltech

Rover Perseverance aterra hoje em Marte. E é possível ver em directo

O robô da NASA, que funciona como um laboratório móvel, está prestes a chegar ao planeta vermelho, para recolher amostras de solo e rocha.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Centenas de milhões de quilómetros pelo espaço a bordo do foguetão Atlas V: foi o que o robô móvel da NASA voou desde o Verão passado, após a missão MARS 2020 – Perseverance ter saído da Terra, a partir do Centro Espacial Kennedy, no estado da Flórida. Quase sete meses depois, o vagão cósmico irá, se tudo correr bem, pisar em Marte para levar a cabo a primeira missão da agência dedicada à astrobiologia. E será possível acompanhar tudo já esta quinta-feira, 18 de Fevereiro.

O início da entrada na atmosfera do rover Perseverance (perseverança, em português) está previsto acontecer entre as 09.15 e as 20.54 (hora de Lisboa), mas não será, todavia, um processo tranquilo. Conhecida na indústria espacial como os mal-afamados “sete minutos de terror”, esta etapa prevê complicadas e minuciosas manobras por parte da aeronave que transporta o rover, que deverá mergulhar em segurança para solo marciano, tal como já aconteceu em 2012 com o Curiosity.

Esta seria a primeira fase de uma parceria entre os Estados Unidos e a Europa para trazer amostras de Marte para a Terra na próxima década, mas a NASA optou por começar sozinha – o robô da ESA deverá ser lançado para o ano. Agora, o objectivo principal é alcançar o delta de um antigo rio, por parecer um dos locais mais prováveis para abrigar vida. Mas a cratera de Jezero promete tanto quanto é perigosa, com penhascos íngremes, poços profundos e montanhas, que podem prejudicar ou condenar a acção do Perseverance. Pior é o facto do rover estar por conta própria, uma vez que, devido aos atrasos de comunicação, não poderá contar com o apoio dos controladores de voo.

Com um peso um pouco superior a mil quilos, o “grande veículo” de seis rodas, que integra tecnologia laboratorial de ponta, é a peça central da missão, que teve um custo de 2,27 mil milhões de euros, mas irá acompanhado de um mini-helicóptero, o Ingenuity, que tentará efectuar voos controlados com ordens vindas da Terra. Já o rover, programado para trabalhar no solo árido e seco pelo menos durante um ano marciano, ou seja, 687 dias terrestres, terá de recolher amostras do solo, fazer uma primeira análise geológica e armazená-las, para que depois um segundo rover as possa recolher numa missão a realizar entre 2026 e 2028, que as fará chegar à Terra, entre 2030 e 2031.

Para descobrir se a aterragem em Marte será bem-sucedida, bastará estar atento ao canal de Youtube da NASA, a partir do qual vão ser mostradas as imagens captadas pelos “olhos” do rover, um conjunto de câmaras de alta resolução, que também serve para mostrar, em alta definição, como é o ambiente onde o robô irá passear. Espera-se ainda que seja possível ouvir, pela primeira vez, o som ambiente de um outro planeta, uma vez que desta vez os especialistas da NASA instalaram dois microfones: o SuperCam, para fornecer aos cientistas outro “sentido” para sondar os alvos rochosos em estudo, e o EDL, que deverá permitir ouvir o som durante a descida do rover a Marte.

Vale a pena lembrar que a chegada de uma nova missão da agência norte-americana a Marte acontece depois dos Emirados Árabes Unidos e da China terem sido bem-sucedidos com lançamentos idênticos, ao aproveitar a mesma janela de lançamento Marte-Terra, que ocorre apenas a cada dois anos. Neste caso, todas as missões tiveram início em Julho de 2020, razão porque as respectivas chegadas quase coincidiram.

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