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Teatro Nacional de São Carlos
©Alfredo RochaTeatro Nacional de São Carlos

São Luiz destaca artistas portugueses na nova temporada

Na Baixa-Chiado, a rentrée do São Luiz Teatro Municipal aposta quase só em produção nacional, com projectos de teatro, dança e música.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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A nova temporada do São Luiz Teatro Municipal acomoda, já a partir de Setembro, os 21 espectáculos previstos para os últimos meses que acabaram reagendados. O arranque, marcado para dia 1, faz-se com a primeira parte de uma verdadeira maratona de Tchékhov, que se estende até ao Teatro Nacional D. Maria II.

“O que ainda vamos aprender deste ano? Não sabemos e as únicas respostas que podemos dar traduzem-se em palavras como confiança e segurança”, escreve Aida Tavares, directora artística do São Luiz. “Por isso, trouxemos de volta aqueles a quem não quisemos largar da mão, os artistas que já vos tínhamos prometido e que agora, acreditamos, farão não apenas os espectáculos que haviam pensado, mas outros, ainda mais próximos e completos.”

Adaptada e montada a partir de quatro das mais importantes peças de Tchékhov – A Gaivota, O Tio Vânia, Três Irmãs e O Ginjal –, A vida vai engolir-vos, de Tónan Quito, promete marcar a rentrée através de uma “monumental operação”, dividida em duas partes, com cerca de quatro horas cada. A primeira será mostrada no São Luiz (nos dias 1, 3, 8 e 10 de Setembro) e reúne as primeiras metades dos quatro textos. A segunda será apresentada um dia depois na Sala Garrett do D. Maria II (nos dias 2, 4, 9 e 11) e agrega o final das obras. Mas há mais.

Aos sábados (dias 5 e 12), num gesto inédito, o público é desafiado a participar numa experiência ímpar: passar uma noite entre os dois teatros, assistindo às duas partes de vida vai engolir-vos de uma só vez. Estas maratonas terão início às 19.00 no São Luiz e terminarão às 06.00 do dia seguinte, no D. Maria II, período durante o qual terão lugar intervalos e serão servidas duas refeições (jantar e pequeno-almoço), incluídas no valor dos bilhetes (22€).

Mais tarde, voltar-se-á ainda a Tchékhov, com encenações de Sara Faleiro (O cerejal) e Rita Calçada Bastos (Se eu fosse Nina). Além destas propostas, destacam-se ainda “projectos especiais” de várias criadoras e intérpretes portuguesas, desde sete solos de Mónica Calle (como A virgem doida e Os meus sentimentos) até ao segundo ciclo de leituras encenadas de Sara Carinhas, com textos de nomes como Sónia Baptista (A fox and a woman go into a bar), Ana Luísa Amaral (A minha filha partiu uma tigela) e Lídia Jorge (Não, não iria haver luar).

Além de uma homenagem a Amália e da evocação do músico Bernardo Sassetti, a programação para o espaço cultural acolhe ainda o teatro de Marco Martins, com a estreia do novo espectáculo Perfil Perdido, com Beatriz Batarda e Romeu Runa, mas também o italiano Pippo Delbono, a única presença estrangeira, numa produção que envolve também criadores portugueses, privilegiando o apoio e o espaço concedido aos artistas nacionais.

A música de Capicua, da Orquestra Metropolitana de Lisboa, de Miguel Azguime, de Rita Mari e Filipe Raposo constam igualmente da nova temporada, que conta também com propostas da ZDB, que incluem Lula Pena e João Simões, Alek Rein, Primeira Dama e Alice dos Reis. Já no campo da dança, vão marcar presença Victor Hugo Pontes, Miguel Pereira, Carlota Lagido, São Castro e António M. Cabrita, Olga Roriz e Sónia Baptista, lado a lado com os festivais, como o Alkantara.

Para os mais novos, não falta teatro (com peças como as Antiprincesas: Carolina Beatriz Ângelo, de Cláudia Gaiolas, ou o Plano Comensal de Leitura, de Marta Bernardes, a partir de textos de Afonso Cruz), nem visitas guiadas, oficinas ou concertos (Mão Verde e Joana Gama).

“Aprendemos nos últimos meses que não podemos prever tudo. A vida poderá engolir-nos, mas até lá vivemos na convicção de que a grande metáfora do teatro é essa: imaginar o que possa acontecer e improvisar tornando real a ficção possível”, acrescenta Aida Tavares. “Faremos desta temporada, a temporada do reencontro, do reinício, sem nunca esquecer o que importa mudar.”

A programação completa está disponível para consulta no site do São Luiz Teatro Municipal.

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