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Wake Parque Setúbal
Crédito: Steven Welch/ Unsplash

Setúbal planeia parque temático para desportos radicais

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Está prevista a criação de um parque temático para actividades desportivas e culturais, na Baixa de Santos, junto ao Instituto Politécnico de Setúbal. Licenciamento do projecto aguarda Declaração de Impacte Ambiental Favorável ou Favorável Condicionada.

O projecto para o Wake Parque Setúbal, cujo Estudo de Impacte Ambiental está disponível para consulta pública, prevê a criação de lagos, para insufláveis e prática de desportos radicais dentro de água – com destaque para o wakeboard, praticado com recurso a uma prancha semelhante à de snowboard, puxada através de um sistema eléctrico designado cable park, em que os praticantes são puxados por um cabo.

Situado numa área limítrofe da margem norte do estuário do Sado, limitado a Sudeste pela linha férrea e a Este e Nordeste pela Nacional 10-8, o terreno escolhido para o empreendimento encontra-se numa zona de transição entre um sistema natural e uma área fortemente humanizada e degradada, onde se pretende intervir.

Ao todo, são 27 hectares na localidade de Herdade dos Santas, da estrada da Estefanilha até às Praias do Sado. Dez hectares do sapal ficarão protegidos, totalmente vedados e separados dos restantes 17, onde serão instaladas as infra-estruturas e equipamentos. Na zona de separação, serão erguidas duas torres de madeira, a partir das quais será possível fazer observação de avifauna, “promovendo, desta forma, a próxima relação entre as áreas desportivas, a natureza e conservação da biodiversidade”, pode ler-se no Estudo de Impacte Ambiental.

De acordo com o projecto, a área de sapal, bem como a secção da linha de água serão mantidas no seu estado actual e as áreas afectas ao leito maior da ribeira vão ser aproveitadas, prevendo-se a “implementação de planos de água e estruturas de apoio à prática dos desportos náuticos”, como três lagos – o principal, com ilha interior, para praticantes de wakeboard com mais experiência e onde terão lugar futuros campeonatos da modalidade; um outro indicado para as fases iniciais de aprendizagem; e um terceiro, com 2975 metros quadrados, onde será instalado um parque aquático, com escorregas e diversões.

Wake Parque Setúbal

Imagem: Gomes/F Arquitectos

Propõe-se ainda a criação de espaços de estadia ao longo do parque, incluindo a instalação de bungalows e um parque para auto-caravanas; ginásio, balneários e serviços de apoio a várias modalidades; espaço de restauração, com restaurante e café com serviço de esplanada; bem como um parque infantil, equipamentos de escalada ecológicos, pista de kartings eléctricos e recintos de skate, BMX e paintball.

Foi feito ainda um estudo hidrológico e hidráulico da ribeira das Santas, com recurso a levantamentos topográficos, cartas militares da área e outros documentos necessários, para aferir os níveis de cheia na zona onde se pretende implantar o parque. “As infra-estruturas previstas incluem uma pequena modelação do terreno, identificando-se, como principal afectação, o facto de as zonas de encaixe do leito maior, actualmente disponíveis para acomodar uma cheia, passarem a estar em permanência ocupadas com lagos”, pode ler-se nas conclusões do estudo, que definem uma cota para a soleira das infra-estruturas de suporte à prática desportiva, alertando ainda para a necessidade de promover periodicamente a limpeza da linha de água.

“A área correspondente às antigas salinas, hoje em dia transformada num vasto sapal, constitui a zona ecologicamente mais sensível de toda a área de intervenção”, declara-se num dos anexos, sugerindo-se por isso que “fique livre de qualquer construção e sejam feitas apenas acções de limpezas de entulho e remoção de espécies exóticas”.

No âmbito do projecto, cujo investimento ronda os 2,4 milhões de euros, já foi assinado um protocolo com a Câmara de Setúbal, em Fevereiro de 2016, para arrendamento do terreno para fins não habitacionais, e prevê-se que a fase de construção demore menos de um ano. Esta fase, contudo, requer o licenciamento do projecto, concedido apenas após Declaração de Impacte Ambiental Favorável ou Favorável Condicionada, emitida pela Autoridade da Agência Portuguesa do Ambiente, ou decorrido o prazo para a sua emissão. 

O estudo prévio garante que – apesar dos impactos negativos, mas “globalmente pouco significativos”, sobre a biodiversidade  o projecto “respeita todas as servidões e restrições inerentes à área de intervenção, bem como salvaguarda todos os valores ecológicos e ambientais, através de acções com a mínima intrusão e da implementação de medidas de minimização dos possíveis impactes”, como “a utilização de processos de engenharia natural na recuperação das margens da linha de água”. 

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