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Silêncio no Cine Incrível. Casa histórica de Almada impedida de ter concertos

Programação ao vivo termina a 14 de Fevereiro. Moradores vizinhos exigem obras de insonorização mas espaço diz não ter meios para as realizar.

Rute Barbedo
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Rute Barbedo
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Moradores apresentaram queixa, o processo desenvolveu-se e a decisão judicial saiu, proibindo o histórico Cine Incrível, fundado em 1926 em Almada Velha, de realizar concertos a partir do dia 14 de Fevereiro. Não é o fim do projecto cultural, mas um travão a uma das suas principais actividades: os espectáculos de música ao vivo. O espaço vai passar a dedicar-se a "outro tipo de eventos culturais" e a funcionar "como um bar convencional, de quarta a domingo", declarou a direcção através das redes sociais, explicando o sucedido: "Há três anos que travamos um processo em tribunal contra uma queixa de ruído, e ficámos judicialmente impedidos da realização de concertos e música ao vivo, enquanto não existirem mais obras de insonorização do espaço."

A casa que pertence à Sociedade Filarmónica Incrível Almadense (SFIA), e é gerida desde 2011 pela associação Alma Danada, tinha perto de 50 concertos agendados para este ano, segundo a agência Lusa. Muitos deles terão de mudar de sala. O Festival Jazz Manouche Almada, por exemplo, agendado para Maio, vai acontecer no salão de festas da SFIA.

A situação, ainda assim, pode não ser permanente, já que “a Incrível Almadense procurará junto das entidades locais e nacionais, em especial do poder local e Ministério da Cultura, avaliar caminhos, estimar as obras necessárias e identificar formas de investimento que assegurem, a médio prazo, as obras solicitadas”, naquele edifício de 1921, de interesse municipal. Em declarações à Lusa, o presidente da direcção da Incrível Almadense, Fernando Viana, qualificou a situação como "uma facada monumental no tecido cultural de Almada e no distrito de Setúbal". Por esta sala – não confundir com a outra gerida pela SFIA, que lhe dá nome, a incrível Almadense – passaram bandas como Xutos & Pontapés, Dead Combo ou UHF. O resultado da paragem prevista para o próximo mês, segundo o presidente, representa “um vazio cultural”.

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