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Teimar
Francisco Romão Pereira

Teimar: uma cervejaria moderna e bonita com uma carta de clássicos

É a decoração que salta à vista, mas a Teimar nasceu em Campo de Ourique para que não seja preciso sair do bairro para se comerem umas boas amêijoas.

Cláudia Lima Carvalho
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Cláudia Lima Carvalho
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O mais difícil quando restaurantes bonitos abrem portas é, muitas vezes, provar o que valem. Ainda mais quando na carta se apresentam com clássicos da nossa gastronomia, sem nomes de peso na cozinha. É nesse campeonato que o Teimar, em Campo de Ourique, se posiciona, uma cervejaria moderna que apostou tanto na decoração como na cozinha. E a ambição não é pequena: “Aqui as amêijoas são tão boas como no Pinóquio ou no Ramiro”.

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Francisco Romão PereiraAmêijoas à bulhão pato

Quem o diz é Inês Cabral que abriu o Teimar com o irmão Manuel e a amiga Anna Arany. Os três não são estranhos ao negócio, é deles o Cortesia, o restaurante de carne quase aqui ao lado (e o Balcão Cortesia no Saldanha Residence). “É difícil falar do Teimar sem falar do Cortesia”, aponta Anna. “O Cortesia corria tão bem que pensámos se faria sentido abrir outro”, continua. Se assim fosse, não faria sentido continuar no bairro, mas a ficar em Campo de Ourique a aposta num novo negócio tinha de ter “um conceito completamente diferente”. “E a verdade é que não tem um restaurante com ambiente assim. Já víamos na Cortesia que as pessoas queriam comida de qualidade, mas também procuravam um ambiente mais cool, mais divertido”, explica. “E aí pensámos abrir um restaurante de peixe.”

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Francisco Romão Pereira

Para, de alguma forma, criar a identidade do espaço, o trio foi buscar a arquitecta Inês Moura, responsável pela arquitectura de interiores de restaurantes como o Memoria ou o Provincia. “A gente sempre namorou a Inês e sempre soube que qualquer restaurante que fizessemos íamos querer fazer com ela. Identificamo-nos com o estilo. Num ambiente tradicional, ela traz um toque cosmopolita e moderno”, justifica Anna, contando que a arquitecta foi crucial também para que os três percebessem o potencial do espaço, onde antes ficava a cafetaria d'A Minha Cozinha (agora no Bairro Azul). 

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Francisco Romão Pereira

O restaurante não é grande, mas está bem aproveitado – e não falta nem um balcão como nas cervejarias tradicionais. Ao fundo um terraço, em tons claros. Mas o que se destaca é a mesa redonda logo à entrada, virada para a rua, como se fizesse parte da montra de uma loja. “Toda a gente pede esta mesa. Discutem pela mesa. Mas isso são bons problemas”, aponta Inês Cabral. “As pessoas movem-se muito por isto, pela imagem, pela partilha.” 

Mas de pouco adianta isso se a comida não acompanhar. Os três sabem-no bem, especialmente quando o que pensaram para o Teimar foi focarem-se em pratos que mexem com a memória afectiva. “Sabíamos a responsabilidade que é servir este tipo de clássicos. Realmente, hoje já toda a gente sabe onde é que vai comer umas boas amêijoas, mas agora não precisa de sair do bairro”, assegura Inês, contando que encontrar o chef perfeito para o cargo não foi uma tarefa fácil. “Eu fiz pelo menos umas 50 entrevistas e uns dez testes. Até que surgiu o Luís [Calixto], que veio do Tágide. Foi bom e foi realmente uma coisa demorada. Já nos perguntavam se não íamos abrir nunca. Com o tempo adquirimos maturidade, mais vale a pessoa demorar um pouco mais e abrir com a certeza do que é. Os clientes gostam de saber para o que estão indo”, conclui Anna. 

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Francisco Romão Pereira

O resultado é uma carta pequena que Inês faz questão de reforçar ser de cervejaria e não marisqueira. “Era difícil fazer só marisco puro e duro porque o bairro também vive muito aos almoços. Achámos que o conceito de cervejaria se adequava melhor porque depois permite outro tipo de pratos, algumas especialidades que já dava para encaixar. Então fomos, no fundo, atrás desses pratos, desses sabores.”

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Francisco Romão PereiraGambinhas ao alho

Tudo é passível de ser partilhado, mas mesmo assim a carta divide-se entre entradas, onde estão as amêijoas à bulhão pato (9,50€) ou as gambinhas ao alho (9,50€), e principais, onde se destaca um arroz meloso de carabineiro, feito no lume e acabado no Josper (45€/duas pessoas). 

Sendo uma cervejaria, não falta o prego, já com a escola do Cortesia, que pode ser servido no pão ou no prato (12€/16€), acompanhado por batatas fritas. 

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Francisco Romão PereiraArroz meloso de carabineiro

Já os clássicos do Cortesia, aqui ganharam uma nova roupagem. “O bitoque é o nosso prato mais vendido, aqui fazemos de atum (18€). Temos os tacos, mas não de carne [são de peixe branco com ovas de toboki, ponzo e alga nori (10€)]. Os croquetes também não são de carne, mas de camarão (3€/dois unidades)”, descreve Inês.

E faltam as sobremesas, onde decidiram arrojar com um “kinder joy” (10€/duas pessoas), que mais não é do que um doce com leite condensado, chocolate e avelã, servido, claro está, numa taça em forma de ovo Kinder. 

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Francisco Romão PereiraKinder joy

Por agora, o Teimar não está aberto todos os dias nem a toda a hora, mas é esse o caminho que quer trilhar. “No Cortesia já temos isso, é uma estratégia que acreditamos. A nossa ideia é chegar ao Verão e já estarmos nesse registo.”

Infantaria 16 63A (Campo de Ourique). 213 860 032. Ter-Qui 12.30-16.00, Sex-Sáb 12.30-16.00, 19.00-23.30

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