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The Kardashians
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‘The Kardashians’: o segredo não é a alma do negócio

Não há cultura pop sem Kardashians. Engana-se quem achar que o clã é famoso sem grande razão. À boleia da estreia no Disney+, explicamos porquê.

Cláudia Lima Carvalho
Escrito por
Cláudia Lima Carvalho
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Quando há uns dias Kris Jenner foi ao programa de Ellen Degeneres promover o novo – será que se pode considerar novo? – reality show da família, a apresentadora não demorou a fazer a piada: “Chama-se The Kardashians porque nem vale a pena tentarmos acompanhar-vos.” Ellen referia-se a Keeping Up With the Kardashians, a série que chegou ao fim 14 anos e 20 temporadas depois. O anúncio do fim em 2020 pode ter sido uma surpresa, mas olhando para o percurso do clã Kardashian-Jenner não foi assim tão surpreendente. Entre as irmãs não estarem alinhadas, com Kylie muitas vezes fora de cena e Kourtney a desejar parar, e o desfasamento cada vez maior entre as notícias e os escândalos e o momento em que estes são abordados na televisão, as audiências foram caindo. Estar num canal por cabo, neste caso o E!, também já não se enquadrava numa família que sempre quis estar à frente. A chegada ao streaming foi por isso a jogada óbvia. The Kardashians estreia-se esta semana no Disney+, graças a um acordo milionário. É mais do mesmo, mas em bom. É dizer, com mais dinheiro. 

Não dá para inventar a roda quando a roda foi inventada por si. Não que os reality shows em que as câmaras entram casa adentro tenham sido inventados por Kim Kardashian e companhia, mas talvez ainda ninguém os tivesse feito como esta família. Está claro que tudo o que é gravado é controlado, mas se há coisa que nunca fica de fora é uma boa dose de drama. Kris, Kourtney, Kim, Khloe, Kendall e Kylie – o elenco principal, digamos assim – mostram-se no seu melhor, mas também conseguem revelar o pior. E isso não é assim tão habitual. Veja-se o caso de Eu, Georgina, a série da Netflix que seguiu durante uns meses a namorada de Cristiano Ronaldo: não há drama, não há finais infelizes. O mesmo não se pode dizer das Kardashians. De tal forma que muitas vezes fica no ar a dúvida: será que há escândalos plantados por si nos tablóides para que possam fazer render a série? Não esquecendo que foi assim, praticamente, que tudo começou. Estávamos em 2007, Kim Kardashian começava a dar nas vistas, não só por andar habitualmente com Paris Hilton, mas mais ainda por ter uma sex tape divulgada sem autorização. Foi o tema do primeiro episódio de sempre e volta a ser agora nesta nova vida da série com Kim Kardashian, já mãe de quatro, a ser ameaçada com a publicação de imagens inéditas desse vídeo. 

“Não quero passar por isto outra vez”, diz a socialite e empresária no primeiro episódio de Kardashians. “Desta vez conheço os advogados certos, sei exactamente o que fazer. Tenho todo o tempo, todo o dinheiro e todos os recursos para acabar com eles”, continua. E, ao contrário do que aconteceu em 2007, Kim já não precisa de truques para se fazer valer. Na altura, a sex tape foi mesmo o pretexto que colou quase um milhão de pessoas à televisão – no final da temporada já eram quase dois milhões –, apesar de a própria família já ser relativamente conhecida por Kris Jenner ter sido casada com Robert Kardashian, advogado de OJ Simpson, acusado de assassinar a mulher, Nicole Brown, de quem Kris era muito próxima.

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Hoje, na verdade, não há ninguém que tenha mais alcance que este clã. Juntas, Kris, Kourtney, Kim, Khloe, Kendall e Kylie somam mais de 1,7 mil milhões de seguidores só no Instagram. A Netflix, que é a maior plataforma de streaming mundial, tem cerca de 222 milhões de subscritores. O Disney+, onde The Kardashians se estreia, tem quase 130 milhões.

Não se trata apenas de querer chegar a mais pessoas, mas sim de acompanhar as tendências. Além disso, no streaming, procuram esbater a diferença temporal. O controverso e problemático divórcio de Kim e Kanye West tem feito correr tinta e não há ninguém no mundo que não tenha ouvido qualquer coisa. Nestes novos episódios, o tema é abordado. A série arranca, aliás, com a preparação de Kim para o Saturday Night Live, que apresentou em Outubro. Nessa altura, Kanye implorava por um regresso, mas Kim beijava Pete Davidson numa rábula. Os dois entretanto assumiram um namoro e Kanye foi banido temporariamente do Instagram por estar numa escalada de comentários e provocações ameaçadoras. Kylie, por seu lado, está grávida de seis meses (o bebé já nasceu, resta saber o nome, depois de ter sido anunciado como Wolf); Khloé mantém-se próxima de Tristan Thompson, que em Janeiro soube-se que voltaria a ser pai de mais uma relação extraconjugal; e Kourtney vive um amor intenso com Travis Barker, baterista dos Blink 182.

As notícias foram saindo, os escândalos sucederam-se e da parte da família pouco se ouviu durante estes meses. Poder-se-ia pensar que o silêncio é para se protegerem, mas serve em grande medida para manter o exclusivo.

Disney+. Qui (estreia T1)

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