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Terminal de Cruzeiros
Helena Galvão Soares

Três coisas que talvez não saiba sobre o Terminal de Cruzeiros

Sim, é verdade, é expressamente proibido nadar no parque de estacionamento. Mas as outras duas curiosidades são bem mais interessantes.

Helena Galvão Soares
Escrito por
Helena Galvão Soares
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Depois de sucessivos adiamentos, que incluíram um solavanco em Setembro, em que o terminal abriu e fechou no mesmo dia, foi finalmente – e definitivamente – inaugurado, a 10 de Novembro de 2018, o Terminal de Cruzeiros de Santa Apolónia.

O concurso público internacional promovido pela CML e Administração do Porto de Lisboa para a sua construção teve como vencedor o projecto do arquitecto João Luís Carrilho da Graça e do arquitecto paisagista João Gomes da Silva.

Lisboa ganhou um edifício de baixo impacto paisagístico, com dois pisos, implantado numa área de 13.800 m2, que são maioritariamente espaço público, com uma alameda de quase um quilómetro de extensão, muitas árvores e um tanque de marés recuperado, a criar um grande espelho de água. A envolvente é de certa forma transparente, já que a passerelle de embarque/desembarque é elevada, permitindo a vista desimpedida para o rio, em contraste com os antigos edifícios da Doca do Jardim do Tabaco. Cereja no topo do bolo é o acesso público à belíssima cobertura, com uma incrível vista sobre o rio, mas uma ainda mais surpreendente vista sobre Lisboa oriental e a encosta de Alfama.

Feitas as apresentações, passemos a três curiosidades que talvez desconheça.

  1. O betão do edifício é especial de corrida, ou melhor, é um material único no mundo: é um inovador compósito de betão e cortiça, 40% mais leve do que o betão tradicional e com características isolantes – térmicas e acústicas – muito desejáveis do ponto de vista da sustentabilidade ambiental. A necessidade de encontrar um betão mais leve surgiu quando os engenheiros da estrutura do edifício disseram que a capacidade de carga das fundações estava no limite e que se teria de encontrar um material mais leve para as fachadas. A resposta a este problema foi dada por uma parceria de I&D entre a Amorim Cork Composites, da Corticeira Amorim, a Secil e a ITECons, da Universidade de Coimbra.

  2. O Terminal de Cruzeiros tem dois funcionários muito especiais – têm asas. São uma águia e um falcão que ajudam na manutenção da limpeza do exterior do edifício. São regularmente largados para sobrevoarem a área e com a sua presença dissuadirem as gaivotas de se aproximarem. O objectivo é proteger o edifício dos cocós altamente corrosivos dos pássaros, bem como evitar que tragam restos de comida e animais mortos para a cobertura e terrenos circundantes.

  3. Sim, é verdade. É expressamente proibido nadar no parque de estacionamento. Quase conseguimos ouvir os pensamentos da pessoa que aparafusou as placas de proibido à vedação, quando a zona ainda só tinha as árvores e o pavimento. “Que engraçado, vão fazer aqui um lago com árvores dentro de água? As coisas que eles inventam...” Afinal não foi um lago, e sim um parque de estacionamento, mas a placa continua lá. Por isso, fica avisado: livre-se de vir para aqui praticar mariposa por entre os carros parqueados. 


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