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Três, dois, um... Steve Carell assume o controlo da “Space Force” de Trump

Hugo Torres
Escrito por
Hugo Torres
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Space Force parte da ideia risível de Donald Trump de militarizar o Espaço e satiriza-a sem entrar no comentário político. Estamos a postos para o lançamento deste míssil.

Sete anos após os créditos finais de The Office, versão americana, o co-criador Greg Daniels e a força motriz da saudosa sitcom, Steve Carell, voltam a encontrar-se numa série de televisão com a promessa de nos deixarem tão desconfortáveis que seremos incapazes de conter o riso. Desta vez numa base militar, em vez do escritório, e com uma missão bem mais ambiciosa do que manter uma empresa em funcionamento: o objectivo é criar uma Força Espacial para garantir aos EUA uma presença militar para lá da atmosfera terrestre, para reivindicar a dianteira na exploração lunar e, fundamentalmente, para criar um embrião da futura colonização celeste.

Só a premissa de Space Force, a nova série da Netflix, que se estreia esta sexta-feira, já é suficiente para a primeira gargalhada. Sobretudo sabendo que a ideia não surgiu num encontro de argumentistas nem de humoristas, mas de uma séria comissão encabeçada por Donald Rumsfeld, há cerca de duas décadas, tendo recuperado tracção recentemente, em plena Casa Branca, pela papagueadora mente do seu ocupante de turno, Donald Trump. O Presidente norte-americano instituiu mesmo um sexto ramo das Forças Armadas ao autonomizar, em Dezembro, a Força Espacial da Força Aérea (que era, até então, o mais novo ramo do poder militar dos EUA, criado em 1947). Na ficção, Steve Carell interpreta o general de quatro estrelas Mark R. Naird, que é nomeado para dirigir a Força Espacial e, embora céptico, vai tentar honrar o cargo.

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Steve Carell em Space Force©Courtesy of Netflix

O “domínio completo” do espaço sideral é lançado a partir do Colorado, onde as mais diversas peripécias impedem esta equipa de militares, cientistas e conselheiros de cumprir a sua missão. O que, inicialmente, passa por voltar a pisar a Lua. Além das dificuldades técnicas e logísticas, Naird será confrontado com a prepotência e a troça dos antigos camaradas, em particular do general Kick Grabaston (Noah Emmerich), comandante da Força Aérea; e com a questão filosófica subjacente à criação deste organismo militar. “O Espaço deveria ser uma zona de admiração, não de conflito e morte”, diz-lhe o cientista Adrian Mallory (John Malkovich), recordando que, apesar de resultar em parte da Guerra Fria, a alunagem de 1969 uniu a humanidade. A tudo isto acrescem os banais desafios familiares (Lisa Kudrow e Diana Silvers interpretam mulher e filha de Naird, respectivamente).

Steve Carell e Greg Daniels não pretendiam fazer comentário político nem contribuir para a polarização da política americana com esta sátira inspirada na realidade. “Não era nossa intenção que a série fosse hiperpolítica. Não é apolítica, mas diria que é politicamente fluida. Dá espaço a ambos os lados, e há falhas e humor a encontrar nos dois lados do que quer que seja”, disse o actor, numa apresentação de Space Force. “Por vezes, a comédia mais subtil que se encontra nos ajustes microscópicos da política é na verdade mais engraçada do que esses comentários hiperbólicos sobre o que se passa no mundo.”

Netflix. Sex (estreia T1).

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