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Um hotel que é também um hub cultural mesmo ao virar da Esqina

Escrito por
Francisca Dias Real
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Lisboa pode ser vivida dentro desta Esqina, o novo hotel e hub cultural na Rua da Madalena que quer convencer a gente da cidade a vivê-la sem ter de fazer check-in. Há exposições, workshops, filmes, concertos e residências artísticas na agenda. 

Num edifício pombalino, a modernidade dos interiores vive numa simbiose perfeita com o património de uma zona histórica, um projecto que os sócios Pedro Drummond Borges, Diogo Martinez e José Maria Pereira levaram avante. O Esqina Cosmopolitan Lodge é o segundo da linhagem e quer criar uma comunidade cultural dentro do próprio hotel, independentemente de ser hóspede ou não. 

Uma lógica diferente do irmão mais velho na Rua dos Sapateiros, o Esqina Urban Lodge, que com apenas 20 quartos sem qualquer área comum encoraja os hóspedes a sair e descobrir a cidade através do olhar dos locais, disponibilizando até uma agenda #aroundthecorner com sugestões culturais por Lisboa. 

“Queremos trazer a cidade para dentro e a ideia é juntar a arte, a música, o design, e fazer disso a nossa maneira de viver”, conta-nos Pedro. “Em vez de termos uma agenda cultural virada para fora, como no outro Esqina, construímos uma agenda própria para aqui. Este mote é #insidethecorner.”

A ideia de surpresa e de espanto sobre o que encontrar ao virar de uma qualquer esquina também serve de mantra ao que este projecto quer fazer pela cidade. São um hotel, é certo, mas a imagem que querem passar vai além do conceito estanque de dormidas. “As pessoas têm uma ideia errada sobre os hotéis, acham que há uma barreira que os impede de entrar só por ser um hotel e ter um certo estatuto, mas não”, explica Pedro. “No estrangeiro não é tanto assim, e nós queremos que a mentalidade mude por cá. É por isso que decidimos ter uma agenda cultural própria e apelar a que as pessoas nos visitem, independentemente de sermos um hotel”.

Marina Abadjieff

Para quebrar essas barreiras, as boas-vindas a quem entra não são dadas com um balcão de recepção mas sim com um de bar, azul e com cadeiras altas que convidam a ficar (12.00-00.00). Essa zona funde-se com outra sala com mais mesas e cadeiras, algumas no jardim interior, onde funciona o Gastro & Cocktail Bar encabeçado pelo chef argentino Nicolás López, que serve para já pequenos-almoços (07.00-10.00) e jantares (18.00-22.30) com cozinha sazonal. Em breve terão também em funcionamento o espaço Terrace, precisamente no terraço junto ao restaurante, e que será um espaço para festas e eventos after-work.

Descendo à cave encontra-se a Basement, o espaço onde vão acontecer as residências artísticas e as exposições dos artistas que ali desenvolverem o seu trabalho, mas não só: estão planeados workshops, leituras ou projecções de filmes. O artista Pedro Batista tem a pasta da curadoria de arte no Esqina e coordena as residências – escolhe o artista português, que por sua vez irá escolher um artista estrangeiro para trabalhar consigo. O método é simples e a primeira residência artística arranca a 18 de Novembro com André Costa e o seu convidado espanhol Guillermo Mora, sendo que do trabalho expositivo de ambos os artistas resultará também uma peça para a colecção de arte do Esqina. 

Na agenda já estão uma série de eventos programados e esta quarta-feira, 25, acontece uma aula de yoga imersivo (19.30) com Sara Montes, inspirado pelas fases da lua e energia apana, acompanhado pela música de Uma Vera & Baltazar Molina, num concerto com harpa. De 11 a 21 de Outubro estará patente a exposição “Pausa”, uma mostra colectiva dos artistas Cristina Massena, Inês Brites, Michael Bennett, Pedro Matos e Ricardo Passaporte. Para tardes animadas, até 31 de Outubro, há o Aperitivo todas as terças e quintas, das 18.00 às 22.00, com DJs convidados – os aperitivos são oferta das 18.00 às 19.00 para quem tem copo na mão. Os eventos oscilam entre a Basement e a salas de refeição/lounge. 

Os interiores, que estiveram nas mãos de Inês Moura, definem-se pelo minimalismo e pela conjugação de elementos históricos com peças modernas em espaços marcados pelas cores fortes, que dão um ar fresco e cosmopolita à coisa. O mobiliário é da UTIL, a marca de Manuel Amaral Netto, que usa linhas simples para criar objectos com uma estética moderna. 

Marina Abadjieff

Os pisos superiores estão ocupados pelos 35 quartos e distribuídos ao longo de cinco andares. Cada divisão é uma extensão dos espaços comuns no que diz respeito à arquitectura e à decoração. As vistas desafogadas à janela destes quartos  dão um belo postal ora para a Rua da Madalena e a vida de bairro que ainda se faz por lá, ora para o outro lado da cidade com centenas de telhados lisboetas a compor o cenário. 

Rua da Madalena, 191-197. www.esqina.com.

A agenda cultural de Lisboa que não pode perder

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