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Uma carta aberta ao descampado da Feira Popular

Escrito por
O Provedor
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Há muitos descampados em Lisboa e arredores, mas nenhum tão mediático como este. Podemos até dizer que é o baldio mais famoso de Portugal.

Os mais jovens devem olhar para nós estupefactos quando nos referimos àquele lugar como “os terrenos da Feira Popular”. É que o que existe agora é o negativo de um parque de diversões – um parque de depressões.

Com boa vontade podemos ver naquela área abandonada uma plantação espontânea de ervas daninhas, um jardim selvagem de arbustos banais ou uma instalação artística à base de entulho e carcaças de edifícios. Há para ali uns gatos, uns ratos, alguns insectos. Fará sentido transformar aqueles terrenos em paisagem protegida?

Já estamos a imaginar os cartazes anunciando o Parque Natural da Antiga Feira Popular: “Venha conhecer as maiores baratas de Lisboa. Deixe-se encantar pelo rato alfacinha. Venha dar de comer aos pombos.”

Os anos de eleições são o ponto alto para todos os interessados naquele baldio – ele são promessas de empreendimentos, jardins, parques aquáticos e parques de estacionamentos. Os terrenos da antiga Feira Popular são, tal como o parque temático que dali desapareceu, um espaço para sonhos. Mas um espaço em branco, que de quatro em quatro anos é preenchido por promessas e projectos, mas que continua à mercê da nossa imaginação. 

O Provedor do Lisboeta é um vigilante dos hábitos e manias dos alfacinhas e de todos aqueles que se comportam como nabos e repolhos nesta cidade. Se está indignado com alguma coisa e quer ver esse assunto abordado com isenção e rigor, escreva ao provedor: provedor@timeout.com.

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