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Uma carta aberta ao estafeta kamikaze

Escrito por
O Provedor
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Ele é apressado. Ele é destemido. Ele anda sobre duas rodas. Ele vive à margem do código da estrada. Ele fez uma razia ao nosso espelho retrovisor agora mesmo. Ele acaba de passar um sinal vermelho. Ele está fora de mão. Ele vai… ok, ele sobreviveu.

O fenómeno dos estafetas em Lisboa não é de agora. Mas a quantidade de motorizadas e de ases do asfalto aumentou consideravelmente nos últimos dois anos, graças à expansão dos serviços de entrega de comida ao domicílio.

É óptimo mandar vir a nossa pizza preferida e jantar comida de restaurante sem precisar de despir o roupão. Mas uma pessoa fica a pensar em todos os semáforos desrespeitados, todo o monóxido de carbono vertido na atmosfera, e a pizza começa a amargar.

Mas mais importante do que isso é pensar na integridade física destes homens destemidos montados precariamente nas suas motoretas: andam a abrir pela cidade para conseguir uma review de cinco estrelas e o mais provável é um dia ficarem a ver estrelas.

Os ortopedistas sádicos de Lisboa eliciam-se com a forma como eles bailam entre o trânsito, mas qualquer pessoa consciente fica com arrepios quando os vê sobrevoar o alcatrão.

O Provedor do Lisboeta não gosta de comer pizza fria, mas também não tem um coração de gelo. Caros estafetas e entregadores de jantares, vamos desacelerar.

O Provedor do Lisboeta é um vigilante dos hábitos e manias dos alfacinhas e de todos aqueles que se comportam como nabos e repolhos nesta cidade. Se está indignado com alguma coisa e quer ver esse assunto abordado com isenção e rigor, escreva ao provedor: provedor@timeout.com

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