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UnReal: o verdadeiro reality show passa-se atrás das câmaras

Hugo Torres
Escrito por
Hugo Torres
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A série criada por Marti Noxon e Sarah Gertrude Shapiro mostra os bastidores da reality tv norte-americana, e a sordidez que a move. O TVCine Emotion estreia nesta quarta-feira a segunda temporada.

“Ratings Bonanza”. A expressão, dita a certa altura no episódio inaugural da segunda temporada de UnReal, prestes a estrear-se em Portugal, sintetiza em duas palavras o destino que as personagens da série procuram cumprir sem olhar a meios, como se a própria existência dependesse de grandes, extraordinárias audiências. Quem a diz é Quinn King (Constance Zimmer, de House of Cards, No Limite ou BoJack Horseman), a implacável produtora executiva de Everlasting, o reality show alcoviteiro cujos frenéticos bastidores conhecemos durante a primeira temporada.

Neste regresso, Quinn subiu na hierarquia, passando a showrunner (embora o antigo chefe, Chet, após um retiro na Patagónia, esteja a tentar recuperar o posto) e pôs Rachel Goldberg (Shiri Appleby) a dirigir o programa. Ao leme, esta revela-se mais papista do que o Papa – isto é, do que Quinn –, incitando, exigindo, praguejando, despedindo, objectificando e tipificando concorrentes social e racialmente sem qualquer apreço pelo politicamente correcto nem pelos vagarosos meandros da empatia e da consideração pelos outros. A dupla é de um pragmatismo a toda a prova. Não há nada que não façam, que não arquitectem, que não digam, em prol de resultados explosivos nas audiências. Nem que para isso tenham de pôr toda a gente em lágrimas – aliás, tanto melhor.

O novo suitor (ou pretendente) é uma estrela de futebol americano, Darius Beck (B.J. Britt), que aceita participar no programa para reabilitar a sua imagem pública, depois de ter feito um comentário a uma jornalista que foi entendido como um insulto misógino. É o primeiro afro-americano a protagonizar Everlasting e Quinn e Rachel dão início à manipulação logo no casting, seleccionando um grupo de mulheres para conviver com a estrela que vai da racista do Sul à activista negra. Depois, é manobrar para que o sexo se junte às mentiras e ao vídeo. UnReal agrada tanto a quem vê reality shows como a quem os despreza, colhendo elogios de ambos os lados. Com quatro temporadas no total, a série foi nomeada para dois Primetime Emmys.

TVCine Emotion. Qua 22.10 (estreia T2)

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