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A Alegria de Um Caos Constante
DRA Alegria de Um Caos Constante

Vândalos de nós próprios. Assim nos pinta OzeArv na Graça

Novo mural é convite para exposição que arranca esta sexta-feira, na BOTA, e uma crítica à "modernidade onde a vandalização do todo ajuda à compreensão do indivíduo".

Rute Barbedo
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Rute Barbedo
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Conhecemo-lo de Fado Tropical em Tons de RGB, pintura na empena de um prédio na Graça, ou de Preto, branco e a domesticação do espaço natural, no Corredor Verde de Alcântara. Agora, OzeArv volta à freguesia de São Vicente (mais precisamente à Rua da Verónica, junto à Escola Secundária Gil Vicente) para apresentar um mural que é também um convite à sua exposição individual, "A Alegria de um Caos Constante", que inaugura esta sexta-feira, 1 de Março, em terrenos menos públicos: a BOTA – Base Organizada da Toca das Artes, nos Anjos.

No mural com o mesmo nome, o artista recorre aos cabelos ruivos de uma mulher de porte firme para falar de "empoderamento individual e colectivo" e para nos guiar até uma série de "retratos vandalizados pelo caos de cada um dos representados", conforme se lê no comunicado sobre a mostra. Em sequência, surgem, assim, pessoas estranhas a si próprias, "que têm a particularidade de viver num caos permanente, seja na cor ou no género com que se apresentam à vida nas pinturas, seja na forma como tentam reconstruir o caos de uma moral analógica para um presente digital". Na exposição que ficará na BOTA até 28 de Março, OzeArv deixa igualmente uma crítica ao "desaparecimento dos valores antigos para a transição de uma modernidade onde a vandalização do todo ajuda à compreensão do indivíduo". 

A Alegria de Um Caos Constante
DRA Alegria de Um Caos Constante

Sobre a opção de interligar uma exposição entre paredes com a arte pública, OzeArv, que faz parte da geração de artistas de rua surgida em Lisboa nos anos 1990, explica que começou por trabalhar em vários retratos no seu atelier, em Lisboa, mas sentiu "necessidade que uma parte deste trabalho pudesse permanecer por um tempo indefinido na rua". "Gosto muito da ideia de dar a cada pessoa a oportunidade de fazer o seu próprio caminho de descoberta pela arte", justifica o artista.

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