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Atividário Dança
Ilustração de André LetriaAtividário Dança, de André Letria e Inês Fonseca Santos

Vem aí um novo atividário para pôr as famílias a bailar, bailar

As ilustrações de André Letria estão quase a saltar do LU.CA para as páginas de um livro cheio de piruetas, pliés e moonwalks.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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O LU.CA – Teatro Luís de Camões entrou nos últimos meses da temporada 2021/2022 a dançar. O ciclo de Abril, quase a terminar, trouxe ao entrepiso uma exposição muito especial: “Atividário Dança”, com algumas das ilustrações realizadas por André Letria para o livro com o mesmo nome, que assina com Inês Fonseca Santos. A apresentação e lançamento da obra, que contará com a presença dos autores, está marcada para dia 30 (Sáb 16.30), data a partir da qual os desenhos da mostra vão passar a poder ser vistos no terceiro título da colecção Atividários. Editado pela Pato Lógico, Dança fala-nos, por um lado, sobre uma arte tão antiga como a humanidade; e desafia-nos, por outro, a levantar os pés do chão.

“Começámos com um volume dedicado ao mar, que partiu de uma descoberta partilhada entre mim e o Ricardo Henriques, o autor do texto desse primeiro título”, revela ao telefone André Letria. “O resultado final foi muito diferente da minha ideia inicial, mas já queria há muito fazer uma colecção que falasse de uma forma muito abrangente sobre um tema e, ao mesmo tempo, propusesse também actividades práticas.” A seguir ao Mar (2012), veio o Teatro (2015), que estreou com o apoio de várias instituições, como o Teatro Municipal do Porto, o Teatro Micaelense e o Espaço do Tempo, que agora se voltam a juntar para co-editar Dança na companhia da Pato Lógico e outros dez equipamentos culturais, incluindo o LU.CA.

Tal como a exposição patente no LU.CA até ao final do mês, o livro (14,90€) está cheio de piruetas, pliés e moonwalks. Com consultoria do professor universitário Daniel Tércio, da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, apresenta-se em formato de abecedário e explora a temática da dança através de referências artísticas, histórias, científicas ou filosóficas. Amiúde, sugere ainda actividades práticas, que promovem relações intergeracionais através da experiência da leitura e da brincadeira. “A linguagem não é infantil e as crianças vão confrontar-se, eventualmente, com algumas limitações em determinados textos, que falam de conceitos mais abstractos. Mas é para isso que servem os pais, os avós ou os professores, que podem depois ajudá-los”, diz o editor e ilustrador.

De A a Z, este novo livro guarda uma imensidão de personagens, ideias, conceitos e até movimentos relacionados com a história da dança. Entre a definição de termos técnicos, como “allegro” e “coda”, de danças tradicionais de diferentes locais, como Bali e Cabo Verde, e até de figuras importantes, como Alvin Alley e Balanchine, vão surgindo vários desafios. Movimentar o corpo como se fosse um avião, praticar exercícios de aquecimento, desenhar o cartaz de um espectáculo imaginário, criar uma playlist para dançar ou até ver o filme A Rainha do Mar (1952), sobre a nadadora australiana Annette Kellerman, pioneira em números de ballet aquático, são algumas das propostas.

“Apesar de os textos serem curtos, envolveram uma enorme investigação, que depois nos forçou à síntese e à remissão de umas palavras para as outras. Foi um trabalho árduo, mas também muito divertido. O Daniel Tércio, que é especialista nesta área, foi-nos orientando e, como o livro não é uma enciclopédia, tivemos, no fundo, de fazer escolhas sobre o que incluir ou não. Aprendi imenso, inclusive sobre como esta disciplina artística foi evoluindo ao longo do tempo e as personagens extraordinárias que foram absolutamente revolucionárias na forma como a encaravam, como Martha Graham [bailarina e coreógrafa americana] ”, conta a escritora Inês Fonseca Santos, antes de reforçar a ideia de que o ser humano dança desde sempre. “E, se a dança nasceu connosco, não devíamos ser todos bailarinos?”

À boleia da pergunta colocada por André e Inês, o LU.CA arma baile até Junho. Para os fãs de cinema, há sessão de curtas-metragens já nos dias 23 e 24 de Abril (Sáb-Dom 16.30, 3€). Promovida pelo Festival PLAY, “A Poesia do Movimento” estará retratada em sete títulos de animação e imagem real para famílias com crianças a partir dos seis anos. No mês seguinte, de 1 a 3 de Junho, o teatro celebra mais um aniversário com um espectáculo que é um convite à imaginação. Com estreia marcada para o Dia Mundial da Criança (Dom 18.30, 3€-7€), Le Petit Bain, de Johanny Bert, da companhia francesa Théâtre de Romette, parte da manipulação da espuma para criar paisagens inesperadas e uma série de personagens efémeros. Que, claro, também dançam.

LU.CA – Teatro Luís de Camões. Exposição: Ter-Sex 10.00-13.00, 14.00-18.00, Sáb-Dom 11.00-13.00, 14.00-18.00. Lançamento do livro: Sáb 30, 16.30.

O que é isso de fazer crítica de arte? As crianças explicam neste podcast

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