Diogo Formiga
Rita Chantre
Rita Chantre

Diogo Formiga na raiz da cozinha

José Avillez tem o nome no restaurante, mas é Diogo Formiga quem diariamente comanda a cozinha do Encanto, desbravando caminho na cozinha vegetariana.

Cláudia Lima Carvalho
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A estrela Michelin chegou em menos de um ano e, mais recentemente, conquistou a estrela verde pelo difícil trabalho que tem vindo a desenvolver na busca por um restaurante cada vez mais sustentável – e não se ignore o facto de o Encanto ser o único num grande centro urbano como Lisboa. Diogo Formiga ser biológo de formação não é um acaso.

Chef ou cozinheiro?

Cozinheiro sempre. Chef é um patamar da carreira de um cozinheiro.

Actividade favorita quando não estás a cozinhar? 
Jantar fora com a minha mulher e caminhadas com os meus filhos. 

O melhor prato tipicamente português? 
Cabidela. Com galinha velha, tem que ser.

Livro de cozinha favorito? 
São muitos, mas os que eu mais folheio são os do Michel Bras e o do Noma. 

Se tiveres amigos de fora em Lisboa, onde é que os levas a jantar? 
Lá em casa como-se muito bem [risos].

O que é que não suportas comer? 
Comida mal cozinhada. Eu gosto de tudo, tudo. 

Não há nada que gostes menos? 
O que eu gosto menos é canela, mas é um trauma de miúdo. A minha primeira bebedeira foi com Gold Strike [risos]. Foi horrível.

Para quem é que gostarias de cozinhar? 
Para o Michel Bras, sem dúvida. Mas ia tremer. 

E o que é que prepararias? 
O que tivesse em época. 

Mas não tens um prato que gostasses que ele provasse?
Eu adorava que ele provasse o prato da maçã que temos na carta agora. 

O melhor restaurante em Lisboa para um encontro romântico? 
Ouvi dizer que no Encanto se come muito bem [risos].

Qual é que foi o prato que mais dores de cabeça te deu? 
As minhas dores de cabeça não param, mudamos a carta tantas vezes que é constante. Mas eu diria que foi talvez o [prato] da beterraba que temos na carta agora. O processo que desenvolvemos para chegar ao que estamos a fazer demorou cerca de dois anos. Tem uma série de fermentações. É um processo similar ao usado na charcutaria de cenoura [feito também no Encanto]. Tem menos cura e tal, mas até chegarmos ao resultado e percebermos que aquilo funcionava, foram testes que duraram dois anos. Só agora é conseguimos começar a servir. 

Programa de culinária favorito? 
Chef's Table.

Palavrão favorito quando se entorna o caldo? 
Só um? Eu acho que o foda-se é capaz de ser o que sai mais vezes.

O que é que nunca pode faltar no frigorífico? 
[Queijo] Comté. 

Qual é que foi a coisa mais estranha que já comeste e onde? 
Cobra, no Brasil. Era horrível, mas estávamos com fome e tinha que ser. 

E qual é que foi a coisa mais surpreendente? 
Pode parecer simples, mas foi uma vieira. Uma vieira com leite de amêndoa, se bem me lembro, no Noma [em Copenhaga, Dinamarca]. A vieira ainda tremia, ainda estava meia-viva. O sabor foi inacreditável. 

Melhor bebida enquanto cozinhas? 
Água Castello no restaurante. Em casa, vinho.

Condimento favorito? 
Sal. 

Onde é que jantas quando estás de folga? 
Normalmente, um dia em casa e no outro vou jantar fora com a minha mulher. Domingo e segunda-feira é tramado, [vamos] ao que estiver aberto. E mudamos todas as semanas para conhecer coisas novas. 

Um sítio para comer bom e barato? 
Os Papagaios. 

Qual é que seria a tua última refeição? 
Cabidela.

O que é que levas para um jantar para o qual foste convidado? 
Vinho e queijo, nunca falha. 

Melhor região de vinhos em Portugal? 
Dão.

Este artigo foi originalmente publicado na revista Time Out Lisboa, edição 673 — Primavera 2025 

Questionários Time Out

No Feitoria, herdou uma bagagem pesada, mas foi com respeito à história que deu um passo em frente. E é livre que continua. À frente da cozinha estrelada desde 2022, André Cruz já não é um nome desconhecido.

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