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Colina dos Piscos: Ourém, obviamente

Um refúgio que pode bem ser a casa de campo com que sempre sonhou. Um turismo rural a pouco mais de uma hora de Lisboa.

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Quer uma sugestão para um fugida de fim-de-semana? Siga-nos até Ourém, até à Colina dos Piscos, um turismo rural que abriu portas em Abril deste ano. Não se vai arrepender.

Colina dos Piscos

Se até agora Ourém não lhe parecia destino óbvio para uma escapadinha, chegou o momento de repensar o óbvio. Ficámos na Colina dos Piscos, na aldeia de Seiça, e voltámos com duas certezas: a zona está obviamente subvalorizada e nós, obviamente, vamos querer voltar.

Saindo de Lisboa, vai gastar pouco mais de uma hora a chegar a este turismo rural, que abriu portas no final de Abril deste ano, e vai precisar de muito menos do que isso para esquecer tudo o que deixou para trás. A nós, bastou-nos sentir o cheiro a eucalipto e a pinheiro – o cheiro a campo.

Passando Ourém, segue- -se em direcção a Seiça, mais precisamente Casal Pisco – piscos são os pássaros que se encontram nesta zona, dizem que são pequeninos e bonitos, e se não fossem tão esquivos e talvez pudéssemos ter confirmado. Aqui chegados, ainda no lado de fora, não se imagina o que nos espera.

É o sossego. Apenas o som da água a cair – vantagens de não termos uma piscina à disposição, mas um lago, qual praia fluvial privada –, e do vento a passar pelas árvores. E a área em torno do lago é tão vasta que mesmo com todos os seis quartos ocupados, a paz está garantida.

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Há cadeiras, camas de rede e almofadas espalhadas que convidam a estar. E o verbo não é escolhido ao acaso, que foi mesmo o que nós fizemos, estar, sem planos, sem horas. Na rua, como nos quartos, espaçosos e confortáveis, com todas as mordomias.

“O que mais gosto de ouvir das pessoas é que chegam aqui e desligam, que estão dias sem tocar no telemóvel”, diz-nos Filipa Castelão, que idealizou a Colina dos Piscos com o seu pai, Jorge Castelão, ambos arquitectos.

A casa passava mais tempo vazia do que ocupada e daí surgiu a ideia de lhe dar vida como um turismo rural de charme. “Foi reabilitada pensando sempre na hotelaria, mas com um fim primeiríssimo para a família”, conta Filipa, explicando que o pai não adorou logo a ideia. “Durante os últimos anos esta casa era uma sede da família. Passávamos aqui o Natal, a Páscoa.... Há uma ligação emocional. Ainda me custou chegar aqui e ver a casa ocupada por pessoas, mas rapidamente me adaptei à ideia e agora é um gosto partilhar tudo isto”, reconhece Jorge.

“Uma coisa clara para nós é que queríamos estar próximos das pessoas, queríamos criar uma sensação de familiaridade.” E é assim mesmo que nos fazem sentir, como parte da sua família. Para isso muito conta Nadine Oliveira. Jorge e Filipa vivem e trabalham em Lisboa e é Nadine quem aqui está todos os dias a tomar conta da Colina. Se este lugar é especial é muito também por sua causa.

Uma das muitas tarefas de Nadine é a preparação do pequeno-almoço, com a ajuda de Lurdes. E ela pensa em cada detalhe, da fruta apanhada na horta à apresentação na mesa, para fazer de cada pequeno-almoço uma experiência memorável. E quer saber o melhor? Não tem hora marcada. Basta avisar Nadine quando tenciona sair do quarto e a magia acontece. “Se as pessoas querem acordar mais tarde, acordam mais tarde. Não faz sentido pôr despertador para tomar o pequeno-almoço”, aponta Filipa. “É como esta história de entrar depois do almoço e sair antes do almoço, não faz sentido. Ao fim de semana é um desperdício. Toda a vida senti isso”, conta Jorge.

Pai e filha acham que há ainda muita coisa para fazer, muito espaço para explorar. Mas não se aflija: “O que quer façamos aqui, o sossego nunca se perderá. Sabemos que queremos fazer as coisas com qualidade e por isso vamo-nos adaptando à vontade das pessoas.” É por isso que lá para o Verão de 2018 há de nascer aqui uma piscina. “O lago é muito bonito, mas parece não convencer toda a gente”. E Jorge e Filipa querem que toda a gente saia daqui convencida. Mais que isso, obviamente, com vontade de regressar.

Como chegar e preços

A partir de Lisboa, pela A1, são cerca de 140 km. Caminhos possíveis por Torres Novas ou por Fátima.

Quartos entre 90 e 150€. 

GPS

Para comer

Há quem chegue à Colina dos Piscos e já não queira daqui sair. Mas vá por nós, é bom estar aqui, mas também vale a pena descobrir a zona. Suba até ao Castelo de Ourém e passeie pela vila medieval. Aqui, sente-se à mesa do Casa do Castelo (Largo de Santa Teresa de Ourém. 914 140 039. Qua-Seg 12.00-15.00/19.00-22.00), um restaurante que abriu há poucos meses, com vista para a cidade de Ourém lá em baixo. Tem uma cozinha sofisticada na qual se destaca um t-bone de vitela (18,50€), um carré de borrego (18,50€), uma massinha de garoupa (29€ para duas pessoas) ou uns filetes de robalo braseado (18€). Mas se o que lhe apetece é mesmo um petisco, então vá até Alburitel e procure O Palhinhas (Rua Álvaro Teles, 88, Alburitel. 91 246 8830. TerDom 12.00-22.00). Encontrará um serviço familiar, simples e simpático e um menu com moelas (5€), pica-pau (5€), salada de polvo (7€), morcela ou chouriço (4,50€).

Para fazer

Depois de fazer a digestão vá até à praia fluvial do Agroal, conhecida pelas suas águas termais. Consta que faz bem à pele e ao reumatismo. Mas avisamos já: ao fim-de- -semana pode ser confuso. O espaço não é muito grande. E uma nota de agenda: nesta sexta-feira, sábado e domingo (8,9 e 10) há festa na vila medieval. Artesanato, teatro, dança, conferências, literatura. O programa é diversificado. Destaque para os concertos de Camané (sexta), Capitão Fausto (sábado) e Ana Laíns (domingo).

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