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colina dos piscos
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Colina dos Piscos: Ourém, obviamente

Um refúgio que pode bem ser a casa de campo com que sempre sonhou. Um turismo rural a pouco mais de uma hora de Lisboa.

Cláudia Lima Carvalho
Escrito por
Cláudia Lima Carvalho
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Quer uma sugestão para um fugida de fim-de-semana? Siga-nos até Ourém, até à Colina dos Piscos, um turismo rural que abriu portas em Abril deste ano. Não se vai arrepender.

Colina dos Piscos
©Filipe Marques

Colina dos Piscos

Se até agora Ourém não lhe parecia destino óbvio para uma escapadinha, chegou o momento de repensar o óbvio. Ficámos na Colina dos Piscos, na aldeia de Seiça, e voltámos com duas certezas: a zona está obviamente subvalorizada e nós, obviamente, vamos querer voltar.

Saindo de Lisboa, vai gastar pouco mais de uma hora a chegar a este turismo rural, que abriu portas no final de Abril deste ano, e vai precisar de muito menos do que isso para esquecer tudo o que deixou para trás. A nós, bastou-nos sentir o cheiro a eucalipto e a pinheiro – o cheiro a campo.

Passando Ourém, segue- -se em direcção a Seiça, mais precisamente Casal Pisco – piscos são os pássaros que se encontram nesta zona, dizem que são pequeninos e bonitos, e se não fossem tão esquivos e talvez pudéssemos ter confirmado. Aqui chegados, ainda no lado de fora, não se imagina o que nos espera.

É o sossego. Apenas o som da água a cair – vantagens de não termos uma piscina à disposição, mas um lago, qual praia fluvial privada –, e do vento a passar pelas árvores. E a área em torno do lago é tão vasta que mesmo com todos os seis quartos ocupados, a paz está garantida.

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Há cadeiras, camas de rede e almofadas espalhadas que convidam a estar. E o verbo não é escolhido ao acaso, que foi mesmo o que nós fizemos, estar, sem planos, sem horas. Na rua, como nos quartos, espaçosos e confortáveis, com todas as mordomias.

“O que mais gosto de ouvir das pessoas é que chegam aqui e desligam, que estão dias sem tocar no telemóvel”, diz-nos Filipa Castelão, que idealizou a Colina dos Piscos com o seu pai, Jorge Castelão, ambos arquitectos.

A casa passava mais tempo vazia do que ocupada e daí surgiu a ideia de lhe dar vida como um turismo rural de charme. “Foi reabilitada pensando sempre na hotelaria, mas com um fim primeiríssimo para a família”, conta Filipa, explicando que o pai não adorou logo a ideia. “Durante os últimos anos esta casa era uma sede da família. Passávamos aqui o Natal, a Páscoa.... Há uma ligação emocional. Ainda me custou chegar aqui e ver a casa ocupada por pessoas, mas rapidamente me adaptei à ideia e agora é um gosto partilhar tudo isto”, reconhece Jorge.

“Uma coisa clara para nós é que queríamos estar próximos das pessoas, queríamos criar uma sensação de familiaridade.” E é assim mesmo que nos fazem sentir, como parte da sua família. Para isso muito conta Nadine Oliveira. Jorge e Filipa vivem e trabalham em Lisboa e é Nadine quem aqui está todos os dias a tomar conta da Colina. Se este lugar é especial é muito também por sua causa.

Uma das muitas tarefas de Nadine é a preparação do pequeno-almoço, com a ajuda de Lurdes. E ela pensa em cada detalhe, da fruta apanhada na horta à apresentação na mesa, para fazer de cada pequeno-almoço uma experiência memorável. E quer saber o melhor? Não tem hora marcada. Basta avisar Nadine quando tenciona sair do quarto e a magia acontece. “Se as pessoas querem acordar mais tarde, acordam mais tarde. Não faz sentido pôr despertador para tomar o pequeno-almoço”, aponta Filipa. “É como esta história de entrar depois do almoço e sair antes do almoço, não faz sentido. Ao fim de semana é um desperdício. Toda a vida senti isso”, conta Jorge.

Pai e filha acham que há ainda muita coisa para fazer, muito espaço para explorar. Mas não se aflija: “O que quer façamos aqui, o sossego nunca se perderá. Sabemos que queremos fazer as coisas com qualidade e por isso vamo-nos adaptando à vontade das pessoas.” É por isso que lá para o Verão de 2018 há de nascer aqui uma piscina. “O lago é muito bonito, mas parece não convencer toda a gente”. E Jorge e Filipa querem que toda a gente saia daqui convencida. Mais que isso, obviamente, com vontade de regressar.

Como chegar e preços
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Como chegar e preços

A partir de Lisboa, pela A1, são cerca de 140 km. Caminhos possíveis por Torres Novas ou por Fátima.

Quartos entre 90 e 150€. 

GPS

Para comer

Há quem chegue à Colina dos Piscos e já não queira daqui sair. Mas vá por nós, é bom estar aqui, mas também vale a pena descobrir a zona. Suba até ao Castelo de Ourém e passeie pela vila medieval. Aqui, sente-se à mesa do Casa do Castelo (Largo de Santa Teresa de Ourém. 914 140 039. Qua-Seg 12.00-15.00/19.00-22.00), um restaurante que abriu há poucos meses, com vista para a cidade de Ourém lá em baixo. Tem uma cozinha sofisticada na qual se destaca um t-bone de vitela (18,50€), um carré de borrego (18,50€), uma massinha de garoupa (29€ para duas pessoas) ou uns filetes de robalo braseado (18€). Mas se o que lhe apetece é mesmo um petisco, então vá até Alburitel e procure O Palhinhas (Rua Álvaro Teles, 88, Alburitel. 91 246 8830. TerDom 12.00-22.00). Encontrará um serviço familiar, simples e simpático e um menu com moelas (5€), pica-pau (5€), salada de polvo (7€), morcela ou chouriço (4,50€).

Para fazer

Depois de fazer a digestão vá até à praia fluvial do Agroal, conhecida pelas suas águas termais. Consta que faz bem à pele e ao reumatismo. Mas avisamos já: ao fim-de- -semana pode ser confuso. O espaço não é muito grande. E uma nota de agenda: nesta sexta-feira, sábado e domingo (8,9 e 10) há festa na vila medieval. Artesanato, teatro, dança, conferências, literatura. O programa é diversificado. Destaque para os concertos de Camané (sexta), Capitão Fausto (sábado) e Ana Laíns (domingo).

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