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Quinta dos Machados: o bosque em casa

Árvores que davam para encher 11 campos de futebol numa quinta com quase 400 anos. Um sítio para voltar rejuvenescido desta experiência entre o spa e o sossego rural a 40 km de Lisboa.

Escrito por
João Pedro Oliveira
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Nas traseiras de uma casa há uma roseira. Consta que em tempos deu sombra a uma declaração de amor. Uma antiga matriarca foi ali pedida em casamento e a família pôs como condição de venda da propriedade que a planta fosse cuidada. A roseira, vem a saber-se, é um raríssima Bela Portuguesa, arbusto de grandes dimensões criado em 1903 por um francês, de seu nome Henri Cayeux, jardineiro-chefe do Jardim Botânico. Dá botões todo o ano, oferece rosas enormes e diz-se que não restam mais que umas dezenas espalhadas pelo país. E é um cartão de visita perfeito para a Quinta dos Machados, um espaço enxertado de natureza, património, beleza e uma história por contar.

Quinta dos Machados

LUIS PITEIRA

A Quinta dos Machados Country House & Spa, de seu nome completo, fica a 39 quilómetros do centro de Lisboa (que, como é do conhecimento geral, fica no n.º 10 da Avenida Liberdade), encostado à Tapada de Mafra e junto à aldeia de Gradil. Tem 29 quartos, distribuídos entre um edifício classificado que é sede da quinta, e um outro recente, a Ala Relax, onde cada alojamento oferece “uma decoração temática, relacionada com acontecimentos relevantes da zona e com diferentes estados da alma.”

Na nossa visita, experimentámos o Sexy Room, nome que não se crê relacionado com qualquer acontecimento relevante da zona nem deve ser demasiado associado ao estado de alma que evoca. Porque tudo na Quinta dos Machados prima pela sobriedade, num equilíbrio bem conseguido entre o perfil rural da propriedade, o gosto pelo mobiliário vintage e uma decoração despojada. E os quartos não são excepção. 

 

Telmo Ferreira

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Sopas e descanso

Sopas e descanso

O espaço começou a ganhar forma há quase quatro séculos. Em 1633, a família Camarate fez aqui a sede da sua exploração agrícola e só depois do terramoto de 1755, quando passou para os Machados, a Quinta ganhou este nome. Há apenas uma década, foi adquirida pelos actuais proprietários que mantiveram a aposta da empresária Daniela Camarate na organização de eventos e a promessa de cuidar da roseira que testemunhou o noivado da sua mãe. E toda esta história está de alguma forma viva em cada pormenor deste hotel pensado como abrigo de sossego, convivendo em harmonia com o espaço reservado a casamentos, baptizados, team-buildings e outros eventos pouco dados ao silêncio.

A estratégia é simples: uma coisa de um lado, outra do outro. Na zona da casa velha, encontramos o renovado salão principal, para mais de 250 comensais, oito quartos de linhas mais tradicionais e dois apartamentos, de 4 e 5 pessoas. “Esses quartos ficam, por regra, reservados aos noivos, aos convidados, às pessoas que participam nos eventos, os restantes hóspedes ficam longe de tudo isto, no sossego”, explica-nos Márcia Faleiro, assistente de direcção e cicerone entusiasmada dos Machados. Na Ala Relax, está bom de ver, pretende-se sopas e descanso. Além dos 12 novos quartos, há um spa com banho turco, sauna, jacuzzi, solário e serviço de massagens, uma ampla e recolhida piscina exterior e o restaurante Cantinho dos Sabores de que falamos com algum entusiasmo na caixa do lado.

Um bike hotel
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  • Mafra/Ericeira

O resto é paisagem, mas a paisagem é quase tudo. Os dois edifícios dão para 11 hectares de bosque plantado dentro da quinta, sobre o antigo caminho do Palácio Real de Mafra. Uma manta de pinheiros, sobreiros e ciprestes, serpenteada por trilhos adaptados para caminhadas e, em breve, para BTT — a partir de Novembro, a Quinta dos Machados será um Bike Hotel com todas as valências, incluindo uma pequena oficina. Boa parte dos trilhos está também pensado para pessoas com mobilidade reduzida – como, aliás, todas as acessibilidades do hotel. Se quiser fazer um piquenique por ali, pode encomendar o cesto que eles preparam. Se quiser simplesmente espojar-se numa cama de baloiço, não precisa pedir licença. 

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Como chegar
Pela A1, saída para a A21 EriceiraMafra-Malveira; saída para a EN8, sentido Torres-Vedras. Após portagens, rotunda, 1ª saída à direita. Ande mais 7,2 km e chegou. No total, se saiu de Lisboa, não andou mais de 40 km.

Preços
Quartos a partir dos 80€ (mas atenção às promoções).

GPS

Para comer

Para comer

Fique já aqui, não vá mais longe. O restaurante O Cantinho dos Sabores (serve refeições todo o dia. Dom-Qui 08.00-22.00/ Sex e Sáb 08.00-23.00) é uma experiência obrigatória para quem se instala na Quinta dos Machados e uma opção recomendável para quem estiver pela zona. A comida é de inspiração portuguesa, baseada em produtos locais, a carta é curta, mas consistente, o serviço de uma simpatia inatacável. Serve refeições a prato ou às tapas, o que quer dizer que as entradas não devem ser evitadas.

Recomendam-se as Chamuças de Queijo de Cabra, Alho Francês e Avelã (3,90€). De saída não fuja das sobremesas, que isto um dia não são dias e vá direito ao Leite-creme de Tangerina (3,80€). A carta de vinhos é inteligente (tudo produto local num local de bom vinho) e honesta (a coluna da direita começa nos 9€). O pão é de Mafra, de verdade, e devia ser acompanhado de um alerta contra dependências. A boa notícia, é que o seu pequeno- -almoço também é feito e servido nesta sala.

Planos de fuga

Furadouro Boutique Hotel Beach & Spa
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Ovar

Em Ovar o Carnaval é uma espécie de Queimas das Fitas em ácidos. Muito além dos tradicionais desfiles de máscaras, dos cortejos sénior e infantil, é no Espaço Folião que a festa verdadeiramente acontece. Espectáculos de Samba, Pagode, Axê, Dj Sets até de madrugada, Nelson Freitas e Quim Barreiros são algumas das propostas musicais que animam a semana mais louca da cidade. O rei do Carnaval já foi apresentado a 16 de Fevereiro e promete voltar no dia 1 de Março aquando da abertura oficial das festas e depois outra vez durante os Grandes Corsos Carnavalescos de 3 e 5 de Março, aos quais se juntam na Avenida Sá Carneiro dois mil figurantes, 14 grupos de foliões e respectivos carros alegóricos. Embora haja muita coisa a acontecer na rua, este é um Carnaval organizado e mais ou menos à porta fechada, o que implica a compra de bilhetes para cada uma das actividades do programa. O desfile nocturno das escolas de Samba e o baile de máscaras ficam por 5€; um lugar de bancada para o Grande Corso de domingo por 13€ e a pulseira de acesso livre ao Espaço Folião por 10€.

Sé Boutique Hotel
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Funchal

Pensar no Carnaval da Madeira é ter imediatamente na cabeça a imagem de Alberto João Jardim de fraque de lantejoulas púrpuras e verdes a tocar tambor no meio da multidão. O antigo presidente do governo regional da Madeira já não preside às festas mas a festa continua com a euforia do costume. Ele é carros alegóricos, escolas de samba, porta-bandeiras, arruadas, bailes de máscaras e actividades tradicionais que recriam os antigos assaltos em que grupos de mascarados entravam pela casa dos amigos à espera de comida e bebida para dar início à noite. No fundo é uma espécie de Páscoa na aldeia sem a vertente religiosa. A 5 de Março, dia de Carnaval, o cortejo tem um carácter universal e está aberto a quem se quiser juntar desde que devidamente vestido a rigor. Na escolha do disfarce vale tudo, o importante é participar. Por ser tipicamente uma festa de rua, as actividades relacionadas com o Carnaval do Funchal são de acesso gratuito. Começam oficialmente dia 1 de Março e prolongam-se até ao fogo de artifício de encerramento no dia 10.

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  • Grande Lisboa

À excepção do clima radicalmente diferente, o Carnaval de Torres (Vedras) não fica nada atrás do do país irmão em qualidade ou empenho. Tal é que mesmo sendo uma efeméride com data marcada no calendário, em Torres o Carnaval acontece quando tem de ser e este ano decidiu-se que seria a 9 de Fevereiro com a inauguração de uma estátua em homenagem... ora adivinhe!... isso mesmo, ao Carnaval. Festa rija só mesmo a partir de 1 de Março, dia dos primeiros desfiles e bailes de máscaras, da entronização dos reis e do primeiro bailarico. Depois a partir daí e até dia 6 o disco vai girando e tocando mais ou menos o mesmo – com o hino oficial, o Samba da Matrafona, em loop infinito. A parte boa da festa acontece na rua mas para ter acesso ao recinto dos corsos o bilhete geral fica por 12€ e o passe diário por 6€.

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Sesimbra

O Carnaval de Sesimbra está para Portugal como a Marquês de Sapucaí para o Brasil. Desde Janeiro que as escolas de samba e axê andam na rua a acertar os passos para o grande dia, o que faz com que seja perfeitamente normal a pessoa ir na sua vida de todos os dias e dar de cara com meia dúzia de bailarinas com penas na cabeça bamboleando- -se a um ritmo frenético e alheias aquempassa. É só no dia 5 de Março que tomam conta da Avenida 25 de Abril mas até lá tem de estar tudo bem ensaiado e o material bem testado. O Carnaval em Sesimbra é sagrado e quem não fizer parte do grupo de foliões que troca o disfarce todos os dias (nem que seja só para ir ao café) está fora do jogo. Então e se chover? Não muda nada. O frio é um estado de espírito e não há memória de alguma vez ter impedido uma festa de acontecer. A diferença é que em Sesimbra, faça chuva ou faça sol, as ruas enchem-se de gente, muita vinda de fora, a dizer adeus, a mandar beijinhos e a tentar segurar os miúdos para não os perder entre os ursos e as Elsas e os piratas, e é bonito de ver. Mas para perceber o espírito terá de se juntar à festa e partilhar da euforia geral, condição que apenas exige que se divirta como se não houvesse amanhã, até de manhã e durante uma semana seguida. Parece fácil. Não é. Mas vale a pena tentar.

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Odeia o Carnaval?

Calma. Se para si o Carnaval só funciona lá longe a uma distância de segurança que garante a ausência de balões, confétis, serpentinas e foliões, a nossa sugestão é que se afaste o mais possível das cidades costeiras e que fuja para o interior do país. E já que é para ser, suba até à Serra da Estrela e dirija-se à Casa das Penhas Douradas Hotel Design & Spa. A 1200 metros de altitude é pouco provável que tenha de se cruzar com a euforia do Entrudo, mais não seja porque a neve não oferece grandes condições para festas ao ar livre. Aproveite a piscina interior panorâmica, as mantas de burel queaquecemassalaseosquartos,o lanchinho que todos os dias é servido na sala de jantar e a lareira que se acende ao fim do dia para acompanhar um copo de vinho ou um gin. Para jantar não tem de se mexer, basta dirigir-se à recepção, consultar a ementa do dia e escolher uma das modalidades de menu de autor desenhadas pelo chef Luís Baena.

 

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