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Três Marias, Alentejo, Portugal.
Rodrigo Simões CardosoTrês Marias, Alentejo, Portugal.

Três Marias na Zambujeira do Mar: descanso alentejano

O Três Marias fica na costa alentejana e é o sítio perfeito para desligar o botão – da internet, da televisão, do som do telefone.

Escrito por
Mariana Correia de Barros
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“Queremos que as pessoas se sintam em casa.” É assim, de forma simples, enquanto apela ao lado familiar do espaço, que Baltasar Trueb, nascido na Suíça, a viver na costa alentejana há largos anos, fala do Três Marias. A frase, que provavelmente já ouviu ser proferida por pessoas de várias unidades de alojamento do género, está longe de ser conversa fiada. Estamos aqui para explicar porquê.

O Três Marias é acolhedor. É uma verdadeira casa de campo alentejana, com várias zonas de quartos – abriu em 2004, com apenas dois, mas tem vindo a crescer ao longo dos anos e já soma 15 –, todos com varanda privada e cadeiras ou sofás para ficar cá fora a ouvir a natureza. Dividem-se entre quartos duplos, duplos superiores e duplos com mezzanine e estão cheios de amenities, que vão de um cheiroso gel de banho natural ao material necessário para chá e café, dos copos de vinho a um sofá para se estender. Aqui não há televisão nos quartos, o wi-fi só funciona bem na zona comum, o que significa que é para quem gosta de verdadeiro sossego.

Desligar o botão

Rodrigo Simões Cardoso

No Três Marias o staff parece transparente. Aparece para dar o bom dia e avisar que o bolo do pequeno-almoço (sempre delicioso) está quase a sair, aparece à hora do jantar, a servir refeições alentejanas a quem escolhe jantar por ali, e aparece na despedida, na infeliz hora de fazer o check-out, a desejar um “até breve”. Tudo o que precisar de bebidas, como água, sumos, cafés ou copos de vinho, funciona no regime honesty bar, isto é, tudo o que consumir deve ser anotado numa folha ao lado do bar e é descontado na conta final.

A zona comum podia ser a sala de uma casa. Forrada a sofás cómodos, prateleiras cheias de livros e revistas estrangeiras, com uma zona para jogos de tabuleiro (também os há), é aqui que vai querer estar de manhã a encher-se da luz que entra das janelas ou ao fim da tarde, depois de um dia de passeios ou de praia. Já a sala de refeições fica numa espécie de telheiro, virado para o campo e uma zona onde vários animais se costumam encontrar para comer. Bichos comuns como burros e ovelhas, ou mais raros como avestruzes [a ligação de Baltasar ao negócio das avestruzes, e respectivos ovos, razão pela qual está aqui, ficará para outras núpcias]. É aqui que é servido o pequeno-almoço, uma completa mesa de queijos, carnes frias, ovos mexidos, frutas, compotas caseiras e bom pão, sempre a ser reposta ao longo da manhã.

Rodrigo Simões Cardoso

O espaço exterior presta-se e longos passeios. Pode fazê-los de bicicleta, com aluguer ali mesmo (8€, 1 dia; 5€,  ½ dia), e ir pela estrada de terra até à de alcatrão e daí seguir junto ao mar, para o lado de Porto Covo; pode fazê-los a pé, com auxílio de Baltasar, que além de ser um conhecedor da região, até tem um mapa detalhado da zona pendurado numa das paredes da área comum, com os vários trilhos da Rota Vicentina – alguns deles acabados de estrear. Tudo para aproveitar com calma, como é regra no Alentejo.

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Como chegar: Na A2, apanhar a saída 9 para IP8/Sines/N259/ Grândola e seguir sempre em direcção a Sines. Aqui, apanhar a direcção Vila Nova de Milfontes, seguir pela CM1072 até à Ribeira da Azenha, onde uma estrada de terra leva até ao turismo rural

Preços: A partir dos 100€ (quatro duplo)

GPS

Para comer: É possível jantar no Três Marias uma cozinha caseira alentejana, na sala de refeições aberta para o campo, desde que marque no próprio dia. Mas já que aqui está, experimente sair do turismo rural, atravessar a estrada de alcatrão como se fosse até à Praia dos Aivados e almoçar ou jantar os maravilhosos grelhados d’ O Amândio (Ribeira da Azenha. 269 905 277). Seja o peixe fresco que vem da Arrifana e de Sines, sejam as carnes servidas com fatias de boa fruta, daqui sai sempre de barriga cheia, a troco de uns 20€ à cabeça. Para algo mais moderno, a Tasca do Celso (Rua dos Aviadores, 39. 283 996 753), que de tasca tem pouco. É um restaurante com boa pinta, bons vinhos, também bons grelhados, e uma série de petiscos de encher o olho (primeiro) e a boca (depois), a valer em média 30-35€ por pessoa. 

Para fazer: A sugestão mais óbvia é atravessar a estrada e seguir o caminho da Praia dos Aivados, uma das grandes praias da zona, boa para quem gosta de surf. Ali perto tem também a Praia do Malhão, com pequenas enseadas, para quem quer um dia de praia mais sossegado. Para algo radical, inscreva-se em aulas de SUP com a Paddle South Portugal (96 365 9417) ou faça o passeio de barco até à Ilha do Pessegueiro (saída do porto de Porto Covo. 96 553 5683).

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