
Exposições a não perder no Porto
Há muito para ver e admirar na cidade. Descubra as exposições a não perder no Porto.
A cena artística e cultural apresenta-se tão vibrante e diversa como sempre a conhecemos, apesar dos cuidados redobrados para se adaptar às circunstâncias actuais. Em tempos particularmente desafiantes, os museus e galerias do Porto apostam numa programação forte e multidisciplinar que promete atrair todo o tipo de públicos. De figuras emblemáticas da arquitectura e fotografia, a nomes relevantes da pintura portuguesa, passando por artistas contemporâneos cuja prática artística tem uma forte componente de investigação, é só escolher. Não há desculpa para não se aculturar – até porque pode entrar em boa parte destas exposições sem gastar um cêntimo.
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Exposições a não perder no Porto:
1. Cortelho
Exposição da dupla de artistas Daniel Moreira e Rita Castro Neves sobre o tema e o motivo do cortelho – pequena construção em pedra de granito, abrigo em forma de iglu, característico da paisagem rural do noroeste português. A partir de uma proximidade – emotiva, física e familiar - com o território rural transfronteiriço do Gerês, e apoiados na relação antiga entre humano e animal, olham para as suas influências na nossa cultura e no território português a partir do estudo do cortelho nortenho. Chocalhos e apitos, líquenes, musgos e pedras reactivam-se na instalação, por entre escultura, fotografia, desenho, vídeo, serigrafia, e outras matérias mais. No tempo presente de profunda desconexão com a natureza e de instalada crise ambiental, dentro do cortelho sente-se um pulsar antigo e o abismo do tempo, através da confusão de histórias de seres e pedras. A exposição pode ser visitada por marcação (919 010 716) de quinta a sábado, até 30 de Janeiro.
2. Give me truth! Cumplicities
A exposição toma como matéria concreta os cruzamentos disciplinares entre as artes visuais e as artes performativas. Apresenta pesquisas individuais de três artistas-investigadores de gerações sequenciais – Hugo Ferreira e Nuno M. Sousa; Marta Ramos; Sebastião Paz Costa – que se aventuram em processos de criação abertos e híbridos. A mostra, com curadoria FlyingPoetics | Fpoetics®, irá sendo actualizada pela estreia sequencial de três peças inéditas por cada um dos artistas-investigadores.
3. Que horas são que horas: uma galeria de histórias
A exposição reflecte sobre a paisagem histórica das galerias de arte no Porto, entre a aparente abertura cultural do final da II Guerra Mundial e a retracção do tecido cultural provocada pela recente crise económica. Este retrato retrospectivo atravessa as exposições independentes em livrarias que ensaiaram uma profissionalização alternativa da arte, recorda o confronto com novos públicos e espaços cívicos que só a revolução de 1974 permitiu até à celebração das inaugurações simultâneas na rua Miguel Bombarda, culminando na rede de lugares alternativos organizada para resistir à Troika.
4. Souto de Moura - Memórias, Projectos, Obras
A exposição percorre os bastidores de 40 anos de criação de Eduardo Souto de Moura a partir de 40 projectos (construídos ou não) visitados em desenhos, fotografias e documentos nunca antes vistos.
5. Speculative Intimacy
Alicia Kopf – pseudónimo de Imma Ávalos (Girona, 1982) – entrou de rompante nos circuitos culturais internacionais com a publicação do romance Irmão de Gelo (2016). Imagens, desenhos, diagramas ou mapas convivem com mensagens whatsapp, excertos de artigos científicos ou informação captada online. Produz também outros objectos – desenhos, fotografias, vídeos – que funcionam como declinações do mesmo impulso que a leva à escrita. Uma vez dispostos num espaço, estes objectos compõem teias de relações sensíveis a que nos habituámos a chamar de exposições. Aquela que Alicia Kopf apresenta na Culturgest prolonga o seu interesse pelos temas da conquista e da comunicação, com a tónica na progressiva digitalização das nossas vivências da intimidade, da partilha e do amor.
6. Século monstro
Depois de lançar, recentemente, o livro de artista Monstro, Agostinho Santos apresenta a sua maior exposição até à data em Matosinhos. São mais de 150 obras que vão habitar a Galeria Municipal numa curadoria de Albuquerque Mendes e Valter Hugo Mãe. Como habitual, o pintor e jornalista reflecte sobre as monstruosidades e tragédias humanas através da pintura e do desenho de personagens disformes e coloridas. A entrada é livre.
7. Louise Bourgeois – Deslaçar um Tormento
A exposição, que pode ser vista no Parque e no Museu de Serralves até 20 de Junho de 2021, cobre um arco temporal de sete décadas, dando a ver obras realizadas pela artista entre os finais dos anos 1940 e 2010. Conta com um total de 32 obras, entre esculturas, têxteis, desenhos, livros e instalações arquitectónicas.
8. Manoel de Oliveira Fotógrafo
Nem só de imagem em movimento se fez o percurso de Manoel de Oliveira. Também a fotografia foi importante na construção da sua obra cinematográfica, servindo de instrumento de ensaio e pesquisa para os seus filmes. Esta exposição mostra mais de 100 fotografias, na sua maioria inéditas, capturadas pelo cineasta entre as décadas de 1930 e 1950.
9. Nets of Hyphae
Depois de em Junho expôr na Lehmann + Silva, Diana Policarpo regressa ao Porto para dar seguimento à sua investigação sobre “a relação de precariedade entre fungos e trabalhadores”, mais precisamente o Claviceps, vulgarmente conhecido como parasita da cravagem, que infecta o centeio e causa o ergotismo (intoxicação causada pelo consumo de produtos contaminados). Noutros tempos, foi usado em pequenas quantidades por curandeiras para provocar abortos, e especula-se que tenha corroborado as acusações de bruxaria contra mulheres no século XVII. Nesta exposição, a artista apresenta trabalhos em vídeo, animação, têxteis e ambientes sonoros para criar “relações especulativas entre as redes de fungos da cravagem e a saúde das mulheres”.
10. Sereno variável
O retrato é um dos géneros mais importantes da história da arte e está ao centro desta exposição colectiva, que reúne um conjunto de obras da colecção Treger/Saint Silvestre, “um dos mais significativos acervos europeus de arte bruta e outsider”, afirma em comunicado de imprensa o Centro de Arte Oliva, onde está depositado desde 2014. Os visitantes podem ver desenhos, pinturas, escultura e outros objectos que exploram o retrato de múltiplas formas. Muitos dos artistas expostos apenas foram “descobertos” postumamente, uma vez que o estigma da doença mental excluiu-os do circuito convencional da arte.
Mais cultura no Porto:
Galerias de arte que deve conhecer no Porto
Que o Porto é uma cidade cheia de arte já nós sabemos. O que o leitor talvez não saiba é onde encontrar essa mesma arte. Entre sem medos numa das várias galerias que existem no Porto, muitas delas concentradas na Rua Miguel Bombarda, outras na zona do Bonfim, que resultam numa dinâmica artística sem par, e dê uma vista de olhos ao que os artistas da cidade (e não só) andam a fazer. Se quiser levar um pedacinho de arte para casa, aproveite. Ter uma secção artística no lar não é tão difícil, ou dispendioso, como possa parecer. Se não acredita, espreite as galerias que aqui destacamos.
16 obras de arte para ver no Porto
Provavelmente nunca reparou, mas há muitas obras de arte espalhadas pela cidade e, algumas delas, estão mesmo debaixo do seu nariz. A pensar na sua cultura geral e artística, reunimos 16 obras de arte para ver no Porto, de visita obrigatória. Da pintura à escultura, passando pela arte urbana, onde aparecem murais grafitados, até colecções únicas de soldadinhos de chumbo em museus, aqui tem um pouco de tudo. Para admirar sozinho ou acompanhado, com amigos ou em família, pegue nesta lista, dê um passeio pela cidade e aplauda os artistas da Invicta.
Três projectos em que os livros são as obras de arte
Emmanuel Nassar, Julião Sarmento, Albuquerque Mendes, Antoni Tàpies, Rafa Forteza, Jaume Plensa, Sobral Centeno, Filipe Cortez, Carolina Pimenta e João Vieira Paiva são alguns dos artistas envolvidos nestes três projectos em que os livros são as obras de arte. As peças, que se caracterizam por uma qualidade e criatividade rara, aparecem sobre múltiplos formatos. Na Coral Books, por exemplo, foram de um livro em fole para os desenhos de Siza, a outro em rolo para os de Nikias, passando por um postal de Manuel Casimiro ou uma caixa-moldura para Bernardo Pinto de Almeida.