Amarante: tudo o que pode fazer durante um dia

Todas as quartas-feiras e sábados, o Mercado Municipal de Amarante enche-se de comerciantes locais. Pastelaria, fumeiro, e, claro, legumes e fruta são algumas das coisas que lá pode comprar. O mercado foi inaugurado em 1963 e é, desde então, o lugar onde muitos amarantinos fazem as suas compras. O projecto original foi do arquitecto Januário Godinho.

Ao descer a rua 31 de Janeiro, a Confeitaria da Ponte é uma das primeiras portas que se avistam. Aberta desde 1930, tem dois espaços exteriores onde pode usufruir de uma vista privilegiada: de um lado, o rio Tâmega; do outro, a Ponte de São Gonçalo. Na montra encontra pastelaria variada, mas os doces conventuais dominam as atenções. Foguetes, lérias, brisas do Tâmega, São Gonçalos e papos de anjo (os mais vendidos) são os cinco doces típicos da região. Estão disponíveis por unidade, mas se não ficar satisfeito pode levar uma caixa recheada para casa. Outras especialidades da confeitaria são o pão-de-ló e as cavacas. 

Uma das imagens mais características da cidade é a Igreja de São Gonçalo. Erguida em 1540 a mando do rei D. João III, a igreja foi construída no lugar onde se acredita que São Gonçalo terá sido sepultado. Para que o altar ficasse por cima do túmulo do santo, a igreja foi construída ao contrário do que é normal – a entrada principal é na lateral. O interior da igreja foi feito ao estilo barroco e, durante as Invasões Francesas, foi o abrigo dessas tropas, que a pilharam e destruíram. Há ainda quem diga que tudo ardeu, menos a igreja. Os efeitos dos franceses também se podem ver no exterior, graças às marcas das balas de canhão nas paredes.

O Terrassa dedica-se à comida honesta e saudável. A cozinha dá prioridade aos ingredientes frescos, biológicos, locais e regionais, com pratos para todo o tipo de dietas, incluindo a vegan e a vegetariana. Quiche de espinafres com tomate cereja e queijo feta; ovos rotos com cogumelos; lombo de salmão com arroz e salada fresca de manga; tagliatelle com alheira ou naco de alcatra com batata e endívia grelhadas são alguns dos pratos da carta, que também inclui tostas e hambúrgueres e toda uma secção para crianças.

Amadeo Ferreira de Souza-Cardoso nasceu a 14 de Novembro de 1887, em Manhufe, freguesia de Mancelos, concelho de Amarante. Foi um dos mais ilustres filhos da terra e o museu que carrega o seu nome guarda também parte significativa da sua obra, do desenho à pintura. Há exposições temporárias e permanentes, com os vencedores do prémio Amadeo de Souza-Cardoso, entre eles Paula Rego e Júlio Pomar. Desça até aos claustros e aproveite a loja para comprar a biografia ilustrada do artista. Está actualmente em obras e encerrado até 14 de Novembro de 2025.

Apesar de existir há mais de quatro décadas, foi em 2013 que a Tinoca renasceu nas mãos de Ana Catarina. Modernizar e trazer conceitos como o cake design, privilegiando a tradição, foi o objectivo. As especialidades da confeitaria são os doces conventuais e as ferramentas de São Gonçalo. Mas o famoso doce fálico é diferente de todos os outros. É feito com uma massa fofa, porque o original é de massa de rosquilha e é muito duro. E assim é mais fácil para todos degustar o doce nesta casa.

Ser um rastilho para impulsionar os jovens artistas de Amarante – é esta a missão da Gatilho, uma associação sem fins lucrativos, que existe desde Outubro de 2013. Organiza regularmente eventos culturais, alguns fora de portas, mas também é um espaço de aprendizagem onde há aulas de artes plásticas, cinema de animação e fotografia, entre outras áreas. Nas páginas de Facebook e Instagram pode encontrar as novidades da agenda.

Joaquim António Castro Pinheiro é o dono da Taberna Don Rodrigo, um espaço dedicado ao fumeiro da região, aos queijos da Serra da Estrela e ao vinho de produção própria. As sandes à Don Rodrigo, um pão de trigo de quatro cantos com presunto ou outros enchidos, são o pedido mais popular. As duas marcas de vinho Verde que aqui se vendem são a Toninho e a Pardos – se quiser, também pode levar uma garrafa para casa.

A cerveja artesanal tem cada vez mais adeptos e, graças à Surviaria, também conquistou os amarantinos. As torneiras estão sempre cheias de cervejas nacionais e internacionais, que são anunciadas no quadro de giz, mesmo à entrada, com referências como Sovina, Samuel Adams, Dominus e D'os Diabos. São dois pisos muito acolhedores e perfeitos para um fim de tarde ou noite com os amigos – nos dias mais quentes, pode instalar-se na esplanada. Apesar de a especialidade da casa ser a cerveja artesanal, aqui também se bebem sangrias e cocktails. Para acompanhar, existe um menu com petiscos e snacks, como hambúrgueres e francesinhas. 

Há muita história para contar nesta casa que foi construída para ser um dos principais palácios do Conde de Redondo, no século XVI, e que desde 2001 se tornou num hotel. Um dos capítulos mais recentes da Casa da Calçada foi a sua reabertura, depois de dois anos em obras de reabilitação. A decoração é agora mais discreta, mantiveram-se algumas memórias deste espaço com selo da Relais & Châteaux, e não faltam coisas para fazer por aqui. Há 35 quartos com vista para o rio Tâmega ou o jardim, um novo spa para relaxar e várias propostas gastronómicas para se deliciar, com destaque para o Largo do Paço, com o chef Francisco Quintas ao leme. Com uma carta cheia de pratos saborosos, o objectivo é recuperar a estrela Michelin que o restaurante possuía antes do fecho.

Quartos a partir de 270€/noite