As melhores coisas para fazer no Porto em Julho

Quem não se lembra da famosa banana solitária, colada à parede com fita-cola, que fez furor em vários locais, dividiu opiniões e acabou por ser vendida por seis milhões de euros? Comediante, de Maurizio Cattelan, é uma das 26 obras presentes em Serralves na exposição "Sussurro", uma retrospectiva do irreverente artista italiano e uma reflexão sobre a história do nosso tempo, através de uma mistura entre seriedade, sátira e humor. A exposição pode ser vista entre 4 de Julho e 11 de Janeiro, foi especificamente pensada para o edifício da Casa de Serralves e, além desta peça, conta também com outras obras apresentadas pela primeira vez em Portugal, com a curadoria de Philippe Vergne.

Exposições, performances, oficinas, concertos, declamação de poesia, visitas guiadas e até performances gastronómicas fazem parte da programação da Bienal de Arte Contemporânea da Maia, que acontece entre 3 de Julho e 14 de Setembro no Fórum da Maia. O evento é de entrada livre e a edição deste ano tem como tema "o fulgor", que estará presente também nas criações de artistas provenientes de países que celebram, este ano, os 50 anos da sua independência face ao domínio colonial português. 

Chegou mais uma oportunidade para subir na calada da noite à Torre dos Clérigos. A iniciativa Clérigos By Night está de regresso no Verão, entre os dias 27 de Junho e 12 de Outubro e permite visitar o monumento entre as 19.00 e as 23.00 e ter uma vista de 360 graus da cidade do Porto durante o pôr-do-sol ou à noite, com amigos ou família. Os bilhetes custam 5€ e podem ser comprados online ou no local.

Durante sete domingos seguidos não vai faltar festa para os vizinhos (e novos visitantes) das sete freguesias do Porto. O programa municipal Vizinhanças está de volta com propostas de animação gratuita em parques e jardins da cidade, entre 20 de Julho e 31 de Agosto. Há oficinas, jogos, circo, teatro e muita música. Anote os locais: Jardim do Cálem (3 de Agosto), Jardim Sarah Afonso (10 de Agosto), Alameda de Eça de Queirós (17 de Agosto), Jardim do Passeio Alegre  (24 de Agosto) e Jardim de Arca d’Água (31 de Agosto).

Pelos corredores de uma ala transformada do Museu de Arte Contemporânea de Serralves viaja-se pela luta de Zanele Muholi e de uma comunidade que quer ser ouvida e, sobretudo, ser vista como parte da História. Num tempo “necessariamente particular” e na sua primeira grande apresentação em Portugal, Muholi, activista e artista visual, dá a conhecer 127 fotografias que retratam a existência e resistência das comunidades negras e LGBTQIA+, com trabalhos que procuram dar uma nova visão da vida de lésbicas, gays, bissexuais, trans, queer e intersexuais negros na África do Sul, uma comunidade da qual faz parte. A exposição pode ser vista até 12 de Outubro e foi organizada pela Tate Modern, em Londres, em colaboração com a Fundação de Serralves. 

É fã do rock dos anos 80? Na Casa Comum, localizada na Reitoria da Universidade do Porto, pode viajar por esta época no Porto através de uma exposição recheada de fotografias, cartazes, recortes de jornais, fanzines e capas de vinis de bandas como os GNR, os Taxi e os Trabalhadores do Comércio. A exposição "Uma viagem pelo asfalto" está disponível até 20 de Setembro e permite traçar um itinerário da música, locais de culto, tribos urbanas e dos “rebeldes” dos anos 80 no Porto. Aproveite, a entrada é gratuita.

Se este Verão está a pensar em apostar num workshop, o doBarro, o novo estúdio no Porto, não quer que lhe falte nada e tem uma oficina, em Julho e Agosto, para criar peças únicas e expressar toda a sua criatividade. O workshop "Freestyle Ceramics" custa 50€ e vai ensinar a transformar simples placas de barro em peças especiais, através da técnica da lastra e com todas as ferramentas e orientação necessárias. 

Durante as férias de Verão, o Coliseu do Porto dá a palavra aos mais novos para manifestarem o seu poder transformador através da arte, este ano com o tema "Mani-festa". As crianças dos 6 aos 12 anos têm o Playground Coliseu, com uma oficina de criação de jogos que vai tornar os miúdos em autênticos mestres da brincadeira. Já a oficina de teatro imersivo TRAMA está de volta para jovens dos 12 aos 17 anos mostrarem com que olhos vêem o mundo e assumirem o controlo de uma narrativa para explicarem, em palco, o que é ser adolescente hoje em dia. As inscrições para cada oficina custam 130€ por semana e devem ser feitas através de um formulário, da Ticketline ou directamente na bilheteira do Coliseu. Rua de Passos Manuel, 137 (Porto). 30 Jun-4 Jul, 14-18 Jul, 28 Jul-1 Ago, 18-22 Ago (Playground Coliseu), 7-11 Jul, 21-25 Jul, 4-8 Ago, 25-29 Ago (TRAMA). 130€ p/semana

Se gosta de desafios diferentes e de conhecer novos espaços, este evento é para si. É que o Ciclo Cultural dos Cemitérios do Porto, promovido pela Câmara Municipal, está de regresso para a sua 15.ª edição, entre Maio e Setembro, e traz dez visitas a dois cemitérios históricos da cidade: o Cemitério do Prado de Repouso e o Cemitério de Agramonte. As visitas vão permitir desvendar a história destes espaços, bem como conhecer os monumentos e esculturas que lá habitam, os túmulos mais inusitados e as principais figuras da História lá sepultadas. O próximo ciclo realiza-se no dia 2 de Agosto, às 21.00, com uma visita ao Cemitério Prado do Repouso. Cada sessão tem uma lotação máxima de 50 participantes e requer inscrição obrigatória através de um formulário online publicado na página da Eco Agenda. 

Para lá das portas desta galeria, situada no coração da cidade de Braga, a arte contemporânea é encarada com arrojo, agitando as águas do panorama artístico urbano e desafiando o pensamento crítico de quem a visita. Desde 2020 que apostam com mais frequência em exposições com grandes nomes de artistas nacionais e internacionais de arte contemporânea, com trabalhos que “fazem pensar e reflectir sobre um tempo”, diz Helena Mendes Pereira, a curadora. Foi ela a responsável por trazer a exposição antológica “Dias de Verão”, que explora o activismo de Ana Vidigal e que poderá ser visitada até 13 de Setembro. A artista apresenta nesta mostra um conjunto de obras criadas nos últimos 25 anos, com destaque para a obra inédita do livro de artista “Caixa Negra”, onde “faz um paralelismo entre os postais enviados das colónias e os dizeres populares, com uma conotação racista e pejorativa, que encontrou publicados em livro”. “É a primeira vez que o expõe e, quando o descobrimos, explicou muito do sentimento de negação que se vive em Portugal sobre o que foi, de facto, o colonialismo e o impacto que teve e tem para o desenvolvimento dos países outrora colonizados”, acrescenta Helena Mendes Pereira.