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Circuito Habitual
Vítor Cid

21ª Mostra de Teatro de Almada: a comunidade mostra o seu teatro

É acontecimento um bocado exclusivo. Grupo que não habite o concelho não tem lugar. Mas as peças de teatro apresentadas na Mostra de Teatro de Almada são um produto de amor e, quase sempre, de muito labor fora de horas.Preste-se atenção a estas oito

Escrito por
Rui Monteiro
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Amador é quem se dedica à coisa que ama. Estes amadores (e um ou outro profissional) gostam de teatro e a nele investem a sua dedicação. E sabem o que fazem, mesmo com parcos meios e pouco tempo. O que faz a variedade do programa, aqui exemplificado em oito peças.

Até 19 de Novembro. Vários locais. 5€

21ª Mostra de Teatro de Almada: a comunidade mostra o seu teatro

É Isto Um Gang?
LUÍS ANICETO

É Isto Um Gang?

O Grupo de Teatro da Academia Almadense resolveu, como se costuma dizer, pegar o boi pelos cornos, e, olhando à sua volta, para os problemas que afectam os bairros da periferia da cidade, reflecte sobre eles a partir de um texto de Joaquim Paulo Nogueira. Nesta encenação de Cláudia Negrão (com Débora Alcobia, Júlio Picanha, Tiago Nunes, Cláudia Nunes, Gonçalo Borges, Ema Duarte, Laura Pinto, Paulo Isidoro, Beatriz Ventura e Martim Machado), um grupo de jovens, habitante de bairro social, posto perante um acontecimento inesperado, é obrigado a reconhecer e enfrentar os problemas comuns através de uma história que tem tanto de amor e afectividade como de rivalidade e desejo de liderança.

Cineteatro da Academia Almadense. Sexta, 10, 21.00.    

Lugar d’ Avós
PNUNES

Lugar d’ Avós

Lugar d’Avós é uma biografia ficcionada, com textos e encenação de Carlos Amaral, na qual o GITT – Grupo de Iniciação Teatral da Trafaria recupera “mundos perdidos e estórias familiares insólitas”. O enredo (interpretado por Bruno Alvarez, Carolina Santos, Daniel Dionísio, Elsa Elias, Manuel Soares, Maria Sousa, Mário Caeiro e Rui Costa) centra-se nas “férias terapêuticas de um moço junto dos avós na Beira Alta”. Maneira do rapaz ultrapassar os maus-tratos paternos, e iniciar uma viagem ritual “através do falatório das memórias”.

Recreios Desportivos da Trafaria. Sábado, 11, 21.30.

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Textos Reais, Pessoas Comuns
LUÍS ANICETO

Textos Reais, Pessoas Comuns

Esta é, com certeza, uma das mais singelas peças apresentadas nesta mostra. Pois a Associação Cultural Manuel da Fonseca baseou-se na simplicidade de uma colecção de monólogos baseados em “episódios da vida real e representados por pessoas comuns”. Pessoas que são Gisela Barroso (que também encena), Inês Barroso, Luísa Andrade e Leonor Moura, que contam com a luz e som de Nuno Coelho e ainda a participação musical de Catarina Santos e João Correia.

Auditório da Pluricoop. Domingo, 12, 21.00.

Quem, Caronte, Quem Não Vai?
Vítor Cid

Quem, Caronte, Quem Não Vai?

Com texto, encenação e dispositivo cénico a cargo de Castro Guedes, e interpretações de Beatriz Pratas, Filipe Velasques, Francisco Pescador, Inês Borba e João Hungria Alves, o NNT – Novo Núcleo Teatro atira-se ao mito de Caronte para abordar tabus que “tocam a juventude de hoje”. No entanto, a convocação do barqueiro que segundo a mitologia egípcia faz a travessia entre o reino dos vivos e o reino dos mortos em troca de uma moeda, é um pretexto para envolver neste enredo “três figuras emblematicamente nomeadas como Helena e Penélope (as do herói Ulisses, sim), mais um tal de Jackpot”, que se vão confrontar com Caronte neste desafio de “contarem as suas vidas” e mostrarem-nas aos espectadores para que estes escolham.

Teatro-Estúdio António Assunção. Quarta, 15, 19.00.

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No Fim da Linha
LUÍS ANICETO

No Fim da Linha

Uma escritora sentir-se bloqueada e não conseguir escrever uma linha acontece. Ora, esta angústia da página em branco piora quando surge na altura em que o editor exige obra nova, problema ampliado quando a escritora recebe uma jornalista enviada para a entrevistar. Esta comédia de Jean-Pierre Martinez, produção de Lagarto Amarelo – Associação Cultural, encenada por Cláudia Negrão, pretende, através das interpretações desta e de Alexandra Leite, surpreender o “público à medida que se desenrola a relação entre estas duas mulheres num jogo de forças e manipulação da verdade”.

Cineteatro da Academia Almadense. Quinta, 16, 21.00.

Circuito Habitual
Vítor Cid

Circuito Habitual

O Teatro Extremo chega à Mostra de Teatro de Almada com um afirmação bombástica. Dizem: “A verdade é sempre inverosímil”. E a partir daqui a encenação de Rita Lello do original de Jean-Claude Carrière acompanha um “Alto Comissário da Administração Interna” que interroga “um denunciante, cidadão zeloso e dedicado”. O texto (interpretado por Fábio Ferreira e Fernando Jorge Lopes) “descreve os meandros obscuros do poder, da negação do indivíduo, da ambiguidade das relações de força”, e, se por ventura alguém por ali encontrar uma ou outra referência a Luis Buñuel, descanse, é de propósito.

Teatro-Estúdio António Assunção. Sexta, 17, 21.00.

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Morugem

Morugem

O Alpha Teatro, em parceria com a CLAI – Associação de Imigrantes de Almada, o grupo de cantares Rouxinóis, as Vozes d’Almada e os agrupamentos de escolas Emídio Navarro e Romeu Correia, propõe, em Morugem, “um espectáculo de inclusão social”. Neste trabalho, criado a partir de A Filha da Floresta, de Juliet Marillier, com encenação de Luís Menezes, direcção musical de Irina Grelha, e interpretação de João Lisboa, Sónia Lisboa, Sofia Raposo e Teresa Coelho, viaja-se até à velha Irlanda. Até ao tempo em que “o mito era lei e a magia uma força da natureza” para contar a história de Sorcha, sétima filha de um sétimo filho.

Auditório Fernando Lopes-Graça. Sábado, 18, 21.00

Migrações, Título Provisório (1º Esboço)

Migrações, Título Provisório (1º Esboço)

A nova produção de Artes e Engenhos é, decerto, uma das mais esperadas desta mostra e não por acaso foi marcada para o seu encerramento, pois ao seu leme está um dos melhores encenadores portugueses, Rogério de Carvalho. O mesmo Rogério de Carvalho que, com Sandra Hung, assina texto e dramaturgia desta peça, ainda “esboço” de um trabalho em curso sobre o processo e o movimento migratório, assim propondo “um trajecto à volta de uma estrutura organizada por dois textos”. O primeiro narrando, na primeira pessoa, a vinda de Moçambique para Portugal; o outro “espelhando o esforço da mente, num processo de alucinação”, procurando criar um sentido para o fluxo de palavras e de frases num ritmo fora da área conversacional”.

Teatro-Estúdio António Assunção. Domingo, 19, 21.30.

Mais palco em Novembro

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