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Portrait of Joan Miro, Barcelona, 1935 June 13
©Carl van Vechten - Van Vechten Collection at Library of Congress

Miró no Palácio da Ajuda

Depois do Porto, “Joan Miró: Materialidade e Metamorfose” abre portas ao público no Palácio da Ajuda a 8 de Setembro. Conheça quatro peças que vai poder ver na exposição

Escrito por
Maria Ramos Silva
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Depois de muito pára-arranca, foi no final de Setembro de 2016 que se decidiu a morada da colecção: a Casa de Serralves, que no mês seguinte arrancava com a mostra "Joan Miró: Materialidade e Metamorfose", proveniente do acervo do antigo Banco Português de Negócios. Entretanto, a afluência de visitantes justificou o prolongamento da mostra a norte, que esteve patente ao público até ao passado mês de Junho — e foram mais de 240 mil os visitantes que por ali passaram.

Os 85 trabalhos produzidos pelo artista catalão Joan Miró (1893-1983), que percorrem 60 anos de actividade, são agora exibidos na Galeria D. Luís I, no Palácio da Ajuda. A exposição, é inaugurada a 7 de Setembro, abrindo as portas ao público no dia seguinte, e assim se manterá até 8 de Janeiro de 2018.  

Miró no Palácio da Ajuda

El canto de los pájaros en el Otoño
© Successió Miró / SPA, 2016

El canto de los pájaros en el Otoño

Um óleo sobre celotex de Setembro de 1937, é um dos trabalhos icónicos de Miró, essencial representante da "arte moderna europeia", defendeu Suzanne Cotter, directora do Museu de Serralves. Fez parte do lote que esteve a um passo de ser leiloado em 2014 pela leiloeira Christie's. Na presente mostra, à semelhança do Porto, são percorridos trabalhos concebidos entre 1924, ano em que o artista de Barcelona se junta so grupo dos Surrealistas, e 1981. O simbólico e o esquemático evidenciam-se me trabalhos como este El canto de los pájaros en el Otoño, testemunho de como a poesia transparece nas suas obras. "Miró refere-se a este trabalho como uma “paisagem poética” que obtém sua força a partir do contraste entre materialidade e poesia, entre um terreno que é impiedoso e um desejo de evasão poética. Linhas sumárias e formas semelhantes a nuvens traçam a trajetória do movimento dos pássaros no céu. De cima a baixo, toda a superfície da pintura está animada por um movimento gestual", descreve Serralves no dossier pedagógico disponibilizado.

Mujer y pájaro
© Successió Miró / SPA, 2016

Mujer y pájaro

É de 24 de Novembro de 1959 que nos chega este óleo sobre tela, um ano que fica marcado por um convite de André Breton, que desafia Miró a representar a Espanha na exposição de Homenagem ao Surrealismo, ao lado de nomes como Enrique Tábara, Salvador Dalí, e Eugenio Granell. Miró criaria uma série de esculturas e cerâmicas para o jardim da Fundação Maeght, em Saint-Paul-de-Vence, França, missão que seria finalizada em 1964.

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Personaje
© Successió Miró / SPA, 2016

Personaje

Um óleo e cera sobre cartão de 27 de Janeiro de 1960. "Em Personagem salienta-se a força expressiva da gestualidade presente no processo da sua realização. A espessa aplicação de tinta branca permite o desenho através da incisão, à qual se sobrepõem linhas negras, num gesto caligráfico, que sugere uma figura. O signo da figura emerge nesta dialética entre fundo e forma, entre matéria e a sua subtração, entre linha e mancha".

Escritura sobre fondo rojo
© Successió Miró / SPA, 2016

Escritura sobre fondo rojo

"Uma forma sugere-me uma ideia, essa ideia evoca outra forma e tudo culmina em figuras, animais, e objectos que não tinha como prever antecipadamente", ilustrava Joan Miró, influência decisiva no decorrer do século XX, com especial peso na produção dos artistas expressionistas asbtractos, casos de Pollock ou Rothko. Escritura sobre fundo rojo é um óleo sobre tela que nos leva de volta a 17 de Fevereiro de 1960.

 

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