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Não percebe nada da vida? Agarre-se aos Pequenos Clássicos Ilustrados

Finalmente explicam-nos a vida como se tivéssemos cinco anos: com frases curtas e fazendo um desenho (amoroso)

Escrito por
Catarina Moura
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É tão difícil para um adulto saber o que fazer depois de uma noite alcoólica como para uma criança compreender a corrida ao espaço. É legítimo não perceber nada da vida moderna e por isso os humoristas britânicos Jason Hazeley e Joel Morris ressuscitaram clássicos infantis ingleses e fizeram-nos crescer à força, tal como qualquer adulto numa crise de quarto de século: com ironia, autodepreciação e a precisar que lhes expliquem tudo tim-tim por tim-tim. Em Portugal ganhou-se agora esta preciosa chave para o dia-a-dia contemporâneo com tradução pela Vogais.

Não percebe nada da vida? Agarre-se aos Pequenos Clássicos Ilustrados

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As Mamãs, A Ressaca e Mindfulness são os três primeiros títulos da colecção Pequenos Clássicos Ilustrados que a Vogais traduziu para português. No Reino Unido, os originais da colecção "Como Lidar com a Vida" ganharam dimensão de fenómeno nacional ao serem um pastiche dos livros infantis da Ladybird, fundada em 1915 e há décadas nas prateleiras dos miúdos com sotaque britânico. Agora passam para a mesa de cabeceira da adultícia para uma consulta rápida nos momentos de aflição: “Às vezes, quando bêbedos demais, ficamos com ressaca. Não há cura para a ressaca, mas pode ser tratada com uma chávena de café forte e dois ou três pequenos almoços cheios de fritos”.

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Pelo centenário desta chancela-símbolo nacional, a Ladybird suspendeu as explicações sobre como trabalham os computadores, as locomotivas a diesel e eléctricas, a televisão e os telescópios e microscópios, para explicar como funcionam os maridos, as esposas, os hipsters, os encontros amorosos, o álcool.

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“Ir trabalhar de ressaca aparenta ser impossível, mas é importante que não perca o emprego. Mesmo se o seu emprego for o motivo pelo qual bebe”, lê-se no livro sobre a ressaca, ao lado de uma ilustração naïve de uma fábrica e de uma bomba que explode.

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Da relação das reflexões sobre a falta de sentido da vida com as ilustrações de crianças e famílias felizes nascem livros cáusticos, quase tragicómicos que ganham especial eco nos desenhos infantis ingénuos.

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“É um estilo de ilustração que está perdido. É difícil encontrar ilustradores comerciais deste calibre hoje”, disse Morris ao Independent em 2015. A parelha de escritores ainda ponderou criar novas imagens, mas rapidamente decidiu usar as ilustrações dos arquivos da Ladybird e “escrever com se fossem dois viajantes do tempo vindos de 1960 e se confrontassem com os encontros online ou bares nocturnos”, explica o guionista de televisão.

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Os arquivos da chancela infantil revelaram-se pouco expressivos – estranhamente – no que toca a encontros a três ou a bebedeiras pesadas e “é difícil encontrar imagens em que homens e mulheres estejam juntos”, sendo comum ver as mães em casa com as crianças e os pais no trabalho, a concertar grandes aviões.

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No final a escassez e os quadros tradicionais e moralistas tornaram-se parte das piadas, sendo muitas entradas escritas em torno de ilustrações muito específicas, como um televisor que mostra a cabeça de um elefante, uma banana ou um cachecol esvoaçante – “'Não te esqueças do cachecol, Scott’, diz a sua mamã. O Scott não se esquece do cachecol há anos. Tem 46 anos de idade”.

Boas leituras

  • Compras
  • Livrarias

Todos a têm como pano de fundo, embora a tratem sob diferentes perspectivas. Mas se há conclusão comum a todos estes livros sobre Lisboa, é que a cidade é linda de qualquer forma.

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  • Coisas para fazer
  • Eventos literários

Nem só de livros vivem estas livrarias em Lisboa. Eles estão lá, mas logo ao lado há também cartas de vinhos e gins. Outro tipo de literatura, portanto. Estas são livrarias especiais, onde uma visita significa muito mais mais do que virar umas páginas e ler meia dúzia de prefácios na diagonal. Têm exposições de arte, conferências, ciclos de leitura, workshops e até jogos de tabuleiro, para não falar no cafezinho da praxe. Parta à descoberta e boas leituras (ou não). Descubra ainda os melhores clubes de leitura e tertúlias em Lisboa.

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